Direção do Sindicato participa de plenária da CNM/CUT representando base metalúrgica da Grande Porto Alegre
A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) realizou nos dias 13,14 e 15 a Plenária Estatutária Em defesa da Democracia, do SUS, do Trabalho e Renda.
18/10/2021
A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) realizou nos dias 13,14 e 15 a Plenária Estatutária “Em defesa da Democracia, do SUS, do Trabalho e Renda”. O encontro aconteceu em formato virtual pelo zoom.
Além de tratar sobre o atual momento do país e do estado, também foi debatido o balanço da gestão no período de 2019 à 2021; Mapeamento do ramo metalúrgico: representação sindical, emprego e perfil do trabalhador; e Plano de Lutas e ações da CNMCUT para o próximo período.
A atividade reuniu 290 delegados, sendo 75 delegadas. A delegação do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre (STIMEPA) foi composta pelo atual presidente do sindicato, João Batista Massena e pelos diretores Hugo Barbosa, Lenira Campos, Catiana Nunes, Joyce Sehnem, Marcelo Pereira, Adriano Filippetto e Adilson Tavares.
Momento decisivo de renovação
O economista, pesquisador e professor, Marcio Pochmann, convidado da Plenária Nacional da Confederação Nacional dos Metalúrgicos na CUT (CNM/CUT), acredita que estamos vivendo um momento decisivo na história e que é preciso se renovar para continuar avançando.
“Em um país com mais de 36 milhões de trabalhadores na informalidade, 14,1 milhões desempregados e 32 milhões que trabalham menos do que gostariam, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e se não bastasse, inflação média alta e a pior onda de carestia de comida desde 2003 é preciso que os sindicatos ouçam e acolham o povo, não só no trabalho, mas também na vida.”
O economista disse que o sindicato precisa se tornar atrativo para o povo, onde os trabalhadores e as trabalhadoras possam conversar, ter algum tipo de perspectiva e reconhecimento. Para Márcio, o sindicato precisa ser um ambiente de pertencimento e identidade. Ele entende que não existe uma solução pronta mas que a ideia é justamente oferecer uma reflexão para os dirigentes e as dirigentes da CNM/CUT.
Ele destacou que a sociedade mudou estruturalmente e que o momento é de ousar para mudar. “A gente precisa fazer diferente para ter resultados diferentes. Temos que parar de só resistir e também avançar”.
Globalização e Desindustrialização
Outro ponto destacado pelo economista é que a globalização e a ruína na indústria impactaram de forma negativa a sociedade além dos governos Bolsonaro e Temer, que prejudicaram a vida de milhares de pessoas, principalmente a classe trabalhadora.
Ele afirma que os empregos hoje são líquidos, trabalho somente para as pessoas conseguirem sobreviverem e não mais com a perspectiva de crescimento ou carteira assinada e com direitos. O povo brasileiro, aponta o economista, está fazendo qualquer coisa para sobreviver.
Para o economista é preciso mudar esta realidade da desindustrialização que vivemos hoje e para isso é necessário discutir problemas estruturais, como a falta de investimentos e tecnologia.
“Precisamos reorganizar o que temos e decidir para que lado vamos. O que podemos reconfigurar? O que vale a pena apostar? Não dá para vencer sozinhos, quem serão nossos aliados?”, questiona o economista.
Desenvolvimento sustentável
Para ele é preciso pensar de outra maneira o desenvolvimento da industrialização do país como o foco no meio ambiente. Márcio lembra que só no nordeste são 4 biomas e cada um deles com um clima, um povo e cultura distintos, fora a Amazonas, que já é foco de desenvolvimento do futuro, e que é no Brasil.
“Para se pensar em algo diferente o Brasil precisa voltar a crescer, porque sem isso o país não tem emprego, não tem lucros e muito menos salários. Não se pode pensar em desenvolvimento sem o meio ambiente. Não temos saída se quisermos um projeto progressista. A meu modo de ver, precisamos estimular a reflexão e pensar em ações, como a CNM está fazendo, para ver como continua e garante avanços de maneira sustentável”, destaca. Sobre a Plenária
Adriano Filippetto, eleito presidente da próxima gestão do Sindicato Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, acredita que a plenária é uma ferramenta imprescindível para entender as mudanças e o atual momento da sociedade para alinhar os objetivos de toda a classe trabalhadora. “Estamos vivendo um momento de profundas transformações na sociedade. A troca de informações e o debate de ideias é fundamental para que a gente entenda os novos desafios e possa representar e atender os anseios do trabalhador de forma eficaz.” Afirmou.
A Plenária Estatutária “Em defesa da Democracia, do SUS, do Trabalho e Renda” da CNM/CUT terminou na última sexta-feira (15). O debate em torno da conjuntura e do balanço das ações serão importantes para a entidade construir seu plano de ação para o próximo período.
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