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Vocês me dão muita força, diz Dilma, ovacionada na Esquina Democrática . 03/06/2016 Roberto Stuckert Filho/ PR Essa é a primeira vez que ela participa de uma atividade no Estado com toda a militância depois de seu afastamento da Pr Recebida por milhares de militantes e aos gritos de “Fora, Temer”, a presidenta afastada, Dilma Rousseff (PT), participou no começo da noite desta sexta-feira (3), do “Ato contra o Golpe”, realizada na Esquina Democrática, centro de Porto Alegre. Dilma foi da Assembleia Legislativa, onde participou do lançamento do livro “A Resistência ao Golpe de 2016”, direto para o ato. Essa é a primeira vez que ela participa de uma atividade no Estado com toda a militância depois de seu afastamento da Presidência, em 12 de maio. Muito ovacionada e rodeada de lideranças políticas do PT, PCdoB e PSOL, Dilma abriu as manifestações e afirmou que retornará ao comando do país, dando a entender que reverterá o processo de impeachment no Senado. “Tenho certeza que até 2018 serei a presidenta do Brasil”, declarou ela, para entusiasmo dos ativistas que tomavam conta da Esquina Democrática e arredores, já que o palco foi montado na Avenida Borges de Medeiros, mais perto do Largo Glênio Peres. Dilma afirmou que viajará o país para denunciar “o golpe”, embora o presidente interino, Michel Temer (PMDB), e seus aliados, segundo a petista, não queiram que ela percorra o Brasil, momento em que os militantes, mais uma vez, cantaram “Fora, Temer.” “Eu jamais esperei enfrentar um novo golpe”, admitiu a presidenta afastada, referindo-se também ao Golpe de 1964, época da ditadura. Ela se disse feliz por estar participando de um ano na Esquina Democrática. “O Rio Grande do Sul tem tradição em lutar pela democracia. Aqui, em Porto Alegre, um dos golpes que estavam sendo tramados no Brasil teve um basta”, relembrou Dilma, referindo-se à Campanha pela Legalidade, liderada pelo então governador Leonel Brizola com o fim de garantir que João Goulart assumisse a presidência do país. A presidenta afastada reclamou do fato de ser acusada de crime de responsabilidade com base em seis decretos das chamadas “pedaladas fiscais” e um Plano Safra. Decretos iguais, conforme Dilma, o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez 30 e não foram considerados crimes. “Criaram contra mim um impeachment fraudulento”, argumentou a petista, seguida de um coro de “Não vai ter golpe, vai ter luta.” Ela ressaltou, ainda, que não cometeu atos de corrupção e não tem “contas na Suíça”, numa referência às denúncias envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), que foi afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Minhas mãos não estão sujas por esse dinheiro”, garantiu ela, sobre os políticos, como Cunha, envolvidos nos desvios de recursos da Petrobras. Ao final do discurso, Dilma agradeceu o apoio dos militantes: “Vocês me dão muita força.” Depois que encerrou a manifestação, Dilma permaneceu ainda alguns minutos no palco anunciando o músico Raul Ellwanger, que cantou “Eu só peço a Deus”. Um dos trechos da letra diz: “Que a injustiça não me seja indiferente, pois não posso dar a outra face, se já fui machucado brutalmente.” Antes deixar o local do ato, Dilma tirou fotos com militantes e ainda ouviu o canto dos ativistas: “Volta, Dilma” e “Dilma, eu te amo.”
Posteriormente, a multidão que acompanhava o ato seguiu em caminhada que durou várias horas e percorreu as principais áreas do Centro da cidade. Em determinado momento, os manifestantes passaram pelo bairro Moinhos de Vento e pelo Parcão, que tinham se tornado redutos de protestos contra o governo Dilma.
Fonte: Sul21 Veja também |