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Mundo tem mais bilionários na pandemia, enquanto a renda do trabalho cai Apenas no primeiro trimestre, queda equivale a aproximadamente US$ 3,5 bilhões, segundo a OIT. América foi a região mais atingida, com redução de 12,1% na renda dos trabalhadores 24/09/2020 OIT/Divulgação Segundo a OIT, trabalhadores do setor informal foram mais atingidos do que em outras crises Enquanto bilionários aumentaram suas fortunas durante o período de pandemia, tanto na América Latina como no mundo, a renda do trabalho está caindo. Os dados são de relatório divulgado nesta quarta-feira (23) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). E informam que redução de horas trabalhadas em todo o mundo levou a uma “drástica” diminuição do rendimento. De acordo com a OIT, apenas nos três primeiros meses do ano, os rendimentos provenientes do trabalho diminuíram em torno de 10,7% em relação a igual período de 2019. Isso equivale a aproximadamente US$ 3,5 bilhões (perto de R$ 19,6 bilhões, no câmbio de hoje). “Essa cifra não inclui os efeitos das medidas adotadas pelos governos para sustentar o nível de renda”, pondera a entidade. A renda do trabalho caiu principalmente em países de renda menor. Segundo a OIT, a América foi a região mais atingida, com queda de 12,1%. A perda de quase R$ 20 bilhões da renda dos trabalhadores vai no sentido oposto aos ganhos obtidos por bilionários em plena pandemia. Foi o que apontou relatório “Quem Paga a Conta? – Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid na América Latina e Caribe”. O estudo publicado pela Oxfam Brasil revelou que 73 bilionários da América Latina e do Caribe aumentaram suas fortunas em US$ 48,2 bilhões apenas entre março e junho deste ano. No Brasil, os 42 bilionários do país aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões no mesmo período. “A Covid-19 não é igual para todos. Enquanto a maioria da população se arrisca a ser contaminada para não perder emprego, os bilionários não têm com o que se preocupar”, diz Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil. Empregos perdidos A entidade está revendo suas estimativas , considerando perdas maiores que as previstas inicialmente. Do quarto trimestre de 2019 para o segundo deste ano, por exemplo, calcula-se redução de 17,3% nas horas trabalhadas. É o equivalente a 495 milhões de empregos de jornada completa (48 horas semanais). Antes, previa-se retração de 14% (400 milhões). Também se preveem quedas nos terceiro e quarto trimestres. “Um dos motivos (sobre a nova estimativa de retração) é que os trabalhadores nas economias em desenvolvimento e emergentes, em particular no setor informal, têm sido muito mais atingidos do que em crises anteriores”, afirma a entidade. Medidas necessárias “Ao mesmo tempo em que redobramos esforços para vencer o vírus, devemos adotar medidas para mitigar seus efeitos nos aspectos econômico , social e de trabalho”, diz o diretor geral da OIT, Guy Ryder. “Principalmente, fomentar o emprego e a atividade empresarial, e assegurar a renda.” Essa queda também é sentida no Brasil. A diminuição dos postos do trabalho fez a massa de rendimentos encolher em aproximadamente R$ 12 bilhões apenas no segundo trimestre, de acordo com o IBGE.
Fonte: Rede Brasil Atual Veja também |