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CUT reforça lutas "Fora, Bolsonaro", em defesa da vida, do emprego e da democracia
Para a Executiva Nacional da CUT, Bolsonaro e o seu governo, em especial o ministro da Economia, são responsáveis pelas mortes dos brasileiros e pelo agravamento da crise econômica e social no país
04/06/2020




Em Resolução divulgada nesta quinta-feira (4/5), a Executiva Nacional da CUT, que se reuniu virtualmente na segunda-feira (2/5), para debater as crises econômica, sanitária e política que atingem o país, decidiu reforçar a luta pelo fim de todo o governo Bolsonaro.

“Em defesa da vida, do emprego, da renda, dos direitos e da democracia, ‘fora, Bolsonaro’”, dizem os dirigentes da Central no documento, que também apoia iniciativas contra o racismo no Brasil e nos Estados Unidos e incentiva campanhas de solidariedade às vitimas da Covid-19 em todo o país.

A Executiva decidiu, ainda, que todas as ações que estão sendo construídas com as demais centrais e movimentos sociais, frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e organizações da sociedade civil, que culminarão com um pedido de impeachment de Bolsonaro, serão realizadas, por enquanto, sem ações de rua, mantendo, portanto, o isolamento social, única proteção contra o novo coronavírus, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para a Executiva Nacional da CUT, Bolsonaro e o seu governo, em especial o ministro da Economia Paulo Guedes, é o principal responsável pelas mortes dos brasileiros e pelo agravamento da crise econômica e social no país.

“Ao invés de implementar políticas que protejam o emprego e a renda dos trabalhadores e das trabalhadoras, dos informais e precarizados, e também da população em situação de vulnerabilidade, o governo segue com a destruição e flexibilização dos direitos”, diz trecho da Resolução que critica fortemente o discurso e pressão feitos por Bolsonaro pelo retorno rápido e sem sustentação cientifica das atividades econômicas.

Na Resolução, a Executiva Nacional reforça ainda a necessidade de intensificar a pressão no Congresso Nacional para impedir a aprovação de medidas propostas pelo governo que prejudicam a classe trabalhadora, lembra que foi a pressão que impediu que algumas dessas medidas fossem aprovadas na votação da MP 936 na Câmara e que é preciso reforçar a pressão no Senado, e cita a luta durante o trâmite de outra MP, a 927, que também tem itens nefastos para os trabalhadores.

Nesta sexta-feira (5), Dia Internacional do Meio Ambiente, junto com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, A CUT vai denunciar os crimes da antipolítica ambiental do governo;

E no dia 13 de junho, a luta de todos será no grande ato virtual “FORA BOLSONARO”, informam os dirigentes.

Leia a íntegra da Resolução da Executigva Nacional da CUT:

Em Defesa da Vida, do Emprego, Salários e a Democracia

Em meio ao recrudescimento da pandemia da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, o governo Bolsonaro aprofunda a sua política insana de boicote ao isolamento social, única maneira de proteger as vidas do povo brasileiro, provocando ainda mais mortes. O Brasil já ultrapassou os 31.000 mortos pela doença e está em segundo lugar em número de casos no mundo.

O isolamento social é a principal ação sanitária para a proteção da vida da classe trabalhadora e rechaçamos medidas de relaxamento sem base técnica e científica para atender a interesses de setores empresariais que colocam o lucro acima da vida. Tudo indica que, com a desastrosa atuação do governo na crise sanitária, que sequer nomeou uma equipe com qualificação técnica para o Ministério da Saúde, que segue nas mãos de militares, em breve estaremos em primeiro lugar em número de mortos.

Reafirmamos que o presidente Bolsonaro e o seu governo, em especial o ministro da Economia Paulo Guedes, são responsáveis pelas mortes dos brasileiros e pelo agravamento da crise econômica e social no país.

Ao invés de implementar políticas que protejam o emprego e a renda dos trabalhadores e das trabalhadoras, dos informais e precarizados, e também da população em situação de vulnerabilidade, o governo segue com a destruição e flexibilização dos direitos. Também não promove nenhuma medida eficiente que possibilite que as pequenas e microempresas possam atravessar a crise e manter o pagamento dos salários e os empregos, omissão que vai contribuir para aumentar o desemprego em números nunca vistos no país.

A defesa dos nossos direitos também passa pela intensificação da pressão sobre os parlamentares para impedir que eles votem medidas no Congresso Nacional que prejudiquem a classe trabalhadora.

A atuação da CUT na votação da Medida Provisória (MP) nº 936, foi decisiva para bloquear algumas dessas medidas e também para aprovar outras de interesse da classe trabalhadora. Porém, ainda não foi suficiente, precisamos de uma ampla mobilização para alterar os dispositivos que não tivemos êxito na Câmara na votação essa semana no Senado Federal.

A mesma situação vamos enfrentar na votação da MP nº 927. O relator quer resgatar os principais pontos da MP 905, do Contrato Verde e Amarelo, que foi devolvida por pressão da CUT e das centrais.

A CUT entende que essas medidas provisórias representam o aprofundamento da reforma Trabalhista que promove a destruição dos direitos e da organização sindical.

Reafirmamos que nesse momento nossas instâncias e entidades filiadas, devem intensificar as lutas das categorias pela proteção da vida, do emprego e dos salários. Milhões de trabalhadores e trabalhadoras ainda estão na ativa e necessitam do acompanhamento e da ação dos nossos sindicatos para que tenham condições adequadas para exercer suas atividades sem riscos à saúde e a vida, bem como para deter tentativas patronais de retirar direitos.

Não bastasse a crise sanitária e econômica, o presidente Bolsonaro investe cada vez mais no agravamento da crise institucional, no apoio a manifestações inconstitucionais e ilegais, que atacam os poderes Legislativo e Judiciário, ameaçando nossa frágil democracia e o que resta do estado democrático de direito, sem que as instituições atacadas deem uma resposta à altura contra essas violentas arbitrariedades e ilegalidades.

Ao mesmo tempo, aumenta a violência das polícias nas periferias, cujo alvo é a população negra, vítima do racismo estrutural sobre o qual se assenta o fosso da desigualdade, da discriminação e da violência social.

Nos solidarizamos com a família do menino João Pedro, assassinado dentro de casa, em São Gonçalo-RJ, mostrando que para o povo negro deste país nem mesmo o isolamento social é seguro.

Assistimos a mobilização e revolta popular em várias cidades norte-americanas contra o racismo, em resposta ao covarde assassinato de George Floyd por um policial branco. Não é mera coincidência que o recrudescimento das ações violentas e racistas das polícias no Brasil e nos EUA ocorram sob governos de extrema direita, autoritários e com traços neofascistas.

A CUT apoia as diversas iniciativas virtuais, simbólicas e presenciais de categorias e segmentos sociais que também defendem a democracia, protestam contra o governo Bolsonaro e exigem a sua saída, lutam contra o racismo, bem como ressaltamos a necessidade vital de respeito a todas as exigências de proteção dos participantes de manifestações presenciais em relação à pandemia. Em respeito à nossa estratégia da defesa da vida em primeiro lugar, a CUT vai manter e intensificar, prioritariamente, a participação e organização de mobilizações virtuais e nas redes sociais para pressionar governos e patrões.

Na defesa dos direitos, da vida e da democracia, a CUT está engajada nas campanhas “Fora Bolsonaro” porque ele e seu governo são a causa principal do sofrimento do nosso povo e da classe trabalhadora. As demais centrais também já estão realizando uma campanha “Fora Bolsonaro” e devemos intensificar os esforços para organizar conjuntamente e participar das atividades nos estados e ramos.

Nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo também está em curso a campanha “Fora Bolsonaro”, com Dia Nacional de Agitação e Propaganda no dia 5 de junho, quando também estaremos denunciando os crimes da antipolítica ambiental do governo, já que é também o Dia Internacional do Meio Ambiente.

No dia 13 de junho, estaremos engajados na organização de um grande ato virtual “FORA BOLSONARO” e é imprescindível o envolvimento das nossas instâncias e sindicatos para garantir a realização de um grande ato à altura da tarefa de por fim a este governo da morte e da destruição de empregos e direitos.

Coerente com a necessidade do fim imediato de todo o governo Bolsonaro, em defesa da vida, do emprego, da renda, dos direitos e da democracia, a Executiva Nacional da CUT aprovou e vem desenvolvendo esforços para construir uma ampla frente com as centrais sindicais, entidades dos movimentos sociais, frentes e organizações da sociedade civil para também entrar com um pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro.

Finalmente, ressaltamos a importância do movimento sindical cutista a promover e se engajar nas campanhas de solidariedade aos milhares de trabalhadores e trabalhadoras que estão sendo demitidos e às comunidades mais vulneráveis para que possam atravessar esses momentos de dificuldades impostos pela Covid-19 e pelo governo. Nossa atuação nesse campo além de importante para ajudar a garantir a vida das pessoas também é um poderoso instrumento de aproximação, reconexão e estreitamento de relações do movimento sindical cutista com os movimentos sociais e comunitários.

Fora Bolsonaro!

Fora o racismo!

Executiva Nacional da CUT

 

 
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