Notícias
 
Governo corta R$ 1,1 bilhão de cota da compra de insumos para pesquisa científica
Cortes de 70% prejudicam ações de combate à pandemia feitas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz. Para senador Humberto Costa e o sanitarista Pedro Tourinho, só impeachment de Bolsonaro é solução para o país
28/01/2021


Agência PT


Enquanto aumenta em 20% o valor gasto com alimentos para a Presidência, ministérios e órgãos do governo, num total de R$ 1,8 bilhão, em plena pandemia, Jair Bolsonaro (ex-PSL) corta em 68,9% a cota de importação de equipamentos e insumos, livres de impostos, de outros países destinados para a pesquisa científica.

Bolsonaro retirou R$ 1,1 bilhão que poderiam ser utilizados, principalmente, nas ações desenvolvidas pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no combate à pandemia da Covid-19. Como este governo tem uma lógica genocida, de negacionismo da doença, a cota de importação caiu de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão, em valores atuais), no ano passado, para apenas US$ 93,29 milhões (R$ 499,6 milhões), neste ano de 2021.

O valor da cota de importação é definido por duas leis de 1990. O critério está a cargo do Ministério da Economia, comandado pelo banqueiro, Paulo Guedes, que declarou que só volta a pagar algum benefício a mais do que os previstos atualmente, se o Brasil atingir 1.500 mortes diárias e o plano de vacinação não der certo, durante um evento online, nesta semana, do banco Credit Suisse.

Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), que também é médico, os recursos para a ciência e tecnologia vêm diminuindo significativamente desde o governo Temer, inclusive para a obtenção de insumos necessários para a vacinação. Em 2014, o valor da cota foi de US$ 700 milhões. Já no ano seguinte ao golpe contra Dilma Rousseff (2017), com Michel Temer (MDB-SP) no poder, e em 2019 e 2020, com Bolsonaro, caiu para menos da metade, US$ 300 milhões.

Ainda assim, diz o senador, o Brasil poderia ter muito menos perdas de vida por ter um sistema universal e gratuito de saúde, uma estrutura muito grande, e que mesmo sem comando, tem conseguido enfrentar a pandemia graças aos seus profissionais.

“Como médico é frustrante ver que temos o melhor sistema de vacinação do mundo, não só no número de doses aplicadas, mas pela produção, pela experiência do pessoal, e não estamos fazendo nada disso por que este governo bate cabeça o tempo inteiro”, diz.

Para o médico sanitarista, Pedro Tourinho, que trabalha na linha de frente ao combate da Covid-19, em hospitais de Campinas e Piracicaba, interior de São Paulo, este corte é completamente fora de propósito, especialmente num contexto de pandemia.

“Este tipo de política deveria ser feita quando há necessidade de fortalecer a produção nacional, o setor local, quando este setor tem capacidade de atender a demanda interna, o que não é o caso atual, e não no meio de uma pandemia. O Brasil já está fragilizado no setor da pesquisa, sem insumos para tratamento da covid-19”, critica Tourinho.

Já Humberto Costa afirma que esta atitude é mais demonstração clara do total descompromisso do governo Bolsonaro com a saúde da população e no combate à pandemia. Ele ainda lembrou que recentemente, o governo aumentou os impostos sobre o oxigênio e a decisão só foi revogada pela pressão da sociedade devido à situação caótica em Manaus (AM), com os doentes morrendo asfixiados, por causa da falta do produto.

"Poderíamos agir de uma forma diferente, inclusive na vacinação, se o governo Bolsonaro tivesse minimamente um compromisso com a vida",  Humberto Costa

A atuação do governo na pandemia é para o sanitarista Tourinho, apenas um exemplo da imensa fragilidade do atual governo federal em garantir a soberania brasileira. Para ele, o Brasil está à mercê dos governos da China e da Índia, resultado do desmonte da pesquisa e da produção de vacinas, cuja capacidade sempre tivemos para atender a população.

“É hora de importar, de ampliar e não de reduzir , para realizar medidas necessárias para avançar e produzir localmente nossas vacinas e remédios e defender o nosso povo”, defende o sanitarista.

O senador petista concorda que o descaso de Bolsonaro com a pandemia, com a saúde da população e a ciência compromete a soberania nacional. E é preciso atuar politicamente para que o corte da cota de importação de insumos e equipamentos para pesquisas seja revisto.

“Vou consultar nossa assessoria jurídica para que dentro do Congresso Nacional possamos reverter, se possível, via decreto legislativo, esses cortes. Para isso, é importante que este caso seja denunciado e o governo volte atrás”, ressaltou Costa.

Só o Fora Bolsonaro garante combate à covid-19

O governo Bolsonaro é um obstáculo pra todas as formas possíveis para o povo se defender, seja para a obtenção de vacinas, seja por seus vetos à toda iniciativa de combate a pandemia, acredita o sanitarista Pedro Tourinho.

“A vocação deste governo é genocida, sem compromisso com quem trabalha na saúde, com a cidadania. O Brasil é campeão mundial no número de mortes de trabalhadores e trabalhadoras da saúde para o coronavírus. É o segundo em maior em mortes no mundo. É um horror”, afirma o médico.

"O país não tem saída a não ser pelo impeachment de Bolsonaro. O Fora Bolsonaro é imprescindível para o Brasil retornar a economia e a saúde da população. Este governo é uma tragédia, sem o mínimo de compromisso com o povo brasileiro",  Pedro Tourinho

O impeachment do presidente também é visto pelo senador Humberto Costa como a única saída para o país superar esta crise sanitária, econômica e social.

"Bolsonaro é incompetente politicamente, não tem nenhum compromisso social, e é completamente indiferente ao sofrimento da população. Não acredito que o país tenha saída sem que a gente tire o presidente do poder",  Humberto Costa

 

Fonte: CUT Brasil

 
Veja também
 
 
 
 
 
 
 
Redes Sociais
 
 
Folha Metalúrgica
 
Assista
 
Escute
Escolha o áudio abaixo...

 
Boletim Eletrônico
Receba em seu e-mail o boletim eletrônico e informes do Sindicato

Não quero mais participar
 
Veja Também
 
 
Serviços
  Benefícios para Associado
  Tesouraria
  Jurídico
  Homologação
  Saúde
  Catálogo de Convênios e Parcerias
O Sindicato
  Institucional
  História
  Diretoria
  Base do Sindicato
  Subsedes
  Aposentados
  Colônia de Férias
  Lazer
Convenções
  Metalurgia
  Reparação de Veículos
  Máquinas Agrícolas
  Siderurgia
Galerias
  Fotos
  Escute
  Notícias
  Opinião do Sindicato
  Folha Metalúrgica
  Publicações
CNM  FTM RS  CUT
 
STIMEPA - Sindicato dos Metalurgicos da Grande Porto Alegre
Av. do Forte, 77 - Cristo Redentor - CEP 91.360-000;
Telefone: (51) 3371.9000 - Porto Alegre - RS.
De segunda à sexta, das 8h às 17h.
 
Omega Tecnologia