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Governo do RS decreta passe-livre para a Covid nas escolas, avalia CPERS
De acordo com decreto do governo, que retira limite de alunos por sala de aula, as turmas poderão ter lotação máxima, mesmo em bandeira preta.
16/02/2021




Em plena segunda-feira de carnaval, após uma semana marcada pelo salto de 22,5% nas internações e a chegada da cepa mais transmissível da Covid-19 no RS, o governador Eduardo Leite (PSDB) revogou a norma que limitava em 50% a ocupação de salas de aula durante a pandemia.

Mesmo em bandeira preta, as turmas poderão ter lotação máxima. Trata-se de algo inédito no mundo, sem paralelos na irresponsabilidade e no desrespeito à vida.

Não há mais restrições à circulação do vírus nas escolas, de resto já abandonadas à própria sorte pela falta de fiscalização, ausência de testagem, incompetência na entrega de EPIs e graves carências estruturais, financeiras e de recursos humanos.

Também já não temos governador. Inerte diante das imagens da folia macabra no litoral gaúcho, inepto na busca de vacinas e – como disse em dezembro – confiante na “liderança” de Bolsonaro para conduzir a imunização, Eduardo Leite quer presidir o país sem ter governado o próprio estado.

Agora, entrega a gestão da Secretaria da Educação ao sindicato patronal do ensino privado. O Sinepe/RS, autor do pedido esdrúxulo de flexibilização, fará a cogestão da pasta ao lado dos atuais ocupantes: fundações empresariais, traficantes de ensino e picaretas de toda sorte.

Enquanto isso, o principal jornal do estado noticia o fato com a naturalidade de um passeio no parque, reproduzindo a fundamentação kafkiana do procurador-geral do Estado, como quem relata decisão estritamente técnica e alheia à esfera da política. A blindagem ao governador – sequer citado, jamais questionado – impressiona.

Denise Garrett, epidemiologista, resumiu em artigo recente na Folha: a ciência, não a política, deve conduzir as decisões sobre como e quando reabrir escolas. Três dos cinco princípios fundamentais por ela listados já são desrespeitados aqui. A saber; baixa taxa de transmissão na comunidade, programas de testagem regulares e salas de aula bem ventiladas.

Agora, a intenção parece ser acabar com o veto a aglomerações. Em breve, o governador pretenderá terminar com a pandemia por decreto.

Nós, educadores(as), continuaremos lutando pelo direito ao principal bem resguardado pela Constituição: a vida. Exigimos vacinação imediata para todos os profissionais da educação, respeito e condições mínimas de segurança.
Sem vacina, sem testes, sem recursos, sem estrutura, sem profissionais, sem fiscalização, sem protocolos e sem governador – nem que seja para assumir a responsabilidade pelas mortes – não há como voltar.

#VacinaJáParaOsEducadores!

 

Fonte: CPERS Sindicato

 
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