Notícias
 
Indústria deverá avançar neste ano, mas com cautela
Safra agrícola e redução do protecionismo argentino devem levar a produção gaúcha a crescer 2,7% em 2013, projeta a Fiergs
19/03/2013


Depois de um ano considerado difícil, a indústria brasileira projeta que, aos poucos, retomará o fôlego. Pelo menos é o que avaliam empresários do setor, que estão mais confiantes em relação à recuperação da produção no primeiro semestre de 2013.

Após um resultado de quase estagnação, de 0,3%, em 2012, a expectativa de expansão do setor no Rio Grande do Sul é de 2,7%, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Heitor José Müller.

Para o dirigente, o que deve impulsionar o aumento na produção é a safra de grãos, que serve de matéria-prima para diversos segmentos, e a diminuição de medidas protecionistas da Argentina, uma das principais parceiras comerciais da economia gaúcha.

Economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo de Ávila avalia que o otimismo do empresariado é natural no começo de ano, mas a expansão da indústria ainda precisa ser encarada com cautela.

– Será uma retomada lenta e moderada. Estimamos um crescimento em torno de 3%. Vamos tentar retomar o que perdemos no ano passado – afirma.

Segundo Emerson Marçal, professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), ainda é cedo para definir qual área se sairá melhor este ano. Mas a criação de empregos no setor de máquinas e equipamentos mostra que o segmento começa a se mover de maneira positiva. Das 10 mil vagas criadas pelo setor em janeiro no país, por exemplo, 2.080 foram desse setor.

Expansão da GM eleva a confiança de empresários

No Rio Grande do Sul, o anúncio do terceiro turno de trabalho e a abertura de mais 2.450 vagas na fábrica da General Motors (GM) em Gravataí também contribuem para o sentimento de confiança do empresariado.

– Mesmo que os maiores fornecedores da GM não estejam no Estado, a ampliação dos turnos de trabalho tem impacto positivo para toda a cadeia produtiva – ressalta Müller.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico do Estado (Sinmetal), Gilberto Petry, a expectativa é que o segmento cresça de 4% a 5% este ano. Dono da Weco, fábrica de equipamentos termomecânicos, Petry estima aumento de 20% no faturamento da empresa.

– Vendemos mais, mas lucramos menos. Os custos trabalhistas e a carga tributária continuam muito altos – pondera.

Levantamento divulgado pela Fiergs na semana passada constata que 43,4% dos empresários apostam na expansão da demanda neste ano. No país, pesquisa da FGV aponta que o índice de confiança da indústria avançou 0,1% em janeiro, para 106,5 pontos, acima da média histórica de 104,8 pontos pelo quinto mês seguido.

Com ajuda de energia mais barata

A redução das tarifas de energia elétrica contribui para a retomada da produção em 2013. O desconto será de até 32% para indústrias.

– O impacto varia conforme cada setor, mas com certeza vai ajudar no aumento de competitividade – afirma Müller.

Professor da FGV-SP, Marçal avalia que a redução pode ser determinante para que alguns segmentos tenham um bom desempenho este ano. Entre eles, o economista cita o setor de alumínio, que costuma ter um gasto expressivo com energia.

– A alta carga tributária e a péssima infraestrutura do país continuam sendo pontos importantes, mas que não se resolvem de um ano para outro – ressalta Marçal.

Ávila, economista da CNI, destaca o fato de que o rendimento dos trabalhadores cresce em ritmo mais acelerado do que o faturamento da indústria. Em 2012, o ganho das empresas aumentou 2,4%, enquanto a massa salarial cresceu 5,1%.

– Esse cenário provavelmente se repetirá em 2013, e isso é preocupante. Corrói a margem de lucro e, no longo prazo, compromete os investimentos. O ideal é que os dois avancem na mesma intensidade – afirma.

Ávila explica que no ramo de vestuário essa diferença pode ficar ainda maior. Segundo o economista da CNI, é um setor que, apesar do faturamento alto, sofre com a concorrência chinesa e tem suas margens de lucro cada vez mais apertadas.

Passado e futuro

A indústria teve desempenho negativo no país e pequeno crescimento no Rio Grande do Sul em 2012:

No Brasil
Janeiro: -2,1
Fevereiro: 1,4
Março: -0,9
Abril: -0,2
Maio: -0,9
Junho: 0,2
Julho: 0,4
Agosto: 1,6
Setembro: -0,8
Outubro: 0,6
Novembro: -1,3
Dezembro: 0,0
Em 2012: -2,7

No RS
Janeiro: -2,1
Fevereiro: 2,6
Março: 9,3
Abril: -6
Maio: 4,1
Junho: -3,7
Julho: 3,4
Agosto: 0,2
Setembro: -0,6
Outubro: 2,1
Novembro: -1,8
Dezembro: 2,9
Em 2012: 0,3
 

As expectativas para este ano
No país: expansão de 3%
No RS: crescimento de 2,7%

 


Fontes: CNI, IBGE, Fiergs e Zero Hora

 
Veja também
 
 
 
 
 
 
 
Redes Sociais
 
 
Folha Metalúrgica
 
Assista
 
Escute
Escolha o áudio abaixo...

 
Boletim Eletrônico
Receba em seu e-mail o boletim eletrônico e informes do Sindicato

Não quero mais participar
 
Veja Também
 
 
Serviços
  Benefícios para Associado
  Tesouraria
  Jurídico
  Homologação
  Saúde
  Catálogo de Convênios e Parcerias
O Sindicato
  Institucional
  História
  Diretoria
  Base do Sindicato
  Subsedes
  Aposentados
  Colônia de Férias
  Lazer
Convenções
  Metalurgia
  Reparação de Veículos
  Máquinas Agrícolas
  Siderurgia
Galerias
  Fotos
  Escute
  Notícias
  Opinião do Sindicato
  Folha Metalúrgica
  Publicações
CNM  FTM RS  CUT
 
STIMEPA - Sindicato dos Metalurgicos da Grande Porto Alegre
Av. do Forte, 77 - Cristo Redentor - CEP 91.360-000;
Telefone: (51) 3371.9000 - Porto Alegre - RS.
De segunda à sexta, das 8h às 17h.
 
Omega Tecnologia