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Apesar da crise, setor metal-mecânico mantém investimentos no RS A crise mundial não impede o setor de crescer no RS 30/10/2012 A crise mundial não impede o setor de crescer no RS A crise mundial não tem impedido o setor metal-mecânico de crescer no Rio Grande do Sul. O que abrange a indústria automotiva e de máquinas agrícolas, por exemplo, já tem uma série de investimentos previstos para o Estado nos próximos anos. Empresas como a automotiva Marcopolo e a fabricante de máquinas agrícolas Stihl já anunciaram centenas de milhões de reais em melhorias e ampliação da capacidade produtiva. Para este plano de investimentos, a Stihl fez um protocolo de intenções com o Governo do Estado, que concedeu diferimento (um alongamento dos prazos de pagamento) de ICMS para a aquisição de equipamentos produzidos por fornecedores locais, ou para aquisição de máquinas que não tivessem produção similar no Estado. “O Governo também nos deu uma importante prioridade na questão de licenciamentos”, enfatiza o presidente da Stihl, Cláudio Guenther. Ele conta que as medidas permitirão à empresa se tornar mais competitiva em termos de preço. “Em 2013, seremos mais agressivos na questão de preços. Trabalharemos na empresa para eliminar desperdícios. Esperamos com isto ganhar mais mercado no exterior”. Do montante de R$ 518 milhões, R$ 54 milhões estão sendo dirigidos à construção de um novo centro de distribuiçao na cidade do Vale dos Sinos, que reforçará o atendimento ao mercado brasileiro (a Stihl também exporta para América Latina, EUA, Ásia e Europa). O plano prevê ainda a criação de cinco centros de qualificação pelo país, para equipes de venda e assitência técnica. Também estão em andamento obras de uma nova subestação de energia 138kV, reforma da fundição de magnésio, unificação das plantas 1 e 2, melhorias nos sistemas de informática, investimentos na área de qualidade e logística, segurança e equipamentos. Em fevereiro de 2012, foi a inaugurada dentro da planta de São Leopoldo a Linha de Cromo III, com investimentos de R$ 25 milhões. A nova unidade permitirá à Stihl aumentar a produtividade em cilindros, componentes que fazem parte dos motores dos equipamentos fabricados pela empresa, como roçadeiras e motosserras. Marcopolo investirá R$ 350 milhões no RS Em junho deste ano, a Marcopolo anunciou um plano de investimentos de R$ 450 milhões nos próximos cinco anos, dos quais 350 serão aplicados no Rio Grande do Sul. Os investimentos incluem o aumento da produtividade, com incremento de tecnologia. “Haverá melhorias, por exemplo, na área de pintura, que é um problema no RS, devido às variações climáticas”, afirma o diretor de relações com investidores da empresa, Carlos Zignani. Ele relata também que haverá desenvolvimento de novos produtos, sobre os quais não pode dar detalhes. Além disto, nas duas fábricas da empresa em Caxias do Sul, serão construídas novas instalações administrativas, um novo centro logístico e um novo centro de treinamento e formação profissional. Zignani prefere não estimar quantos empregos a Marcopolo deve gerar nestes cinco anos do plano de investimentos, mas diz que a perspectiva é de crescimento. “Não temos uma previsão exata de empregos, mas temos previsão de crescimento, e isto sempre gera mais postos de trabalho”. Em 2012, a empresa com sede na região da Serra projeta um crescimento de 15% em receita e chegar a R$ 3,8 bilhões de receita líquida. Medidas do Governo Federal dão ânimo à indústria “Apesar da queda nas exportações e do mercado interno reprimido, não desistimos de investir, porque acreditamos que as crises são passageiras”, afirma o presidente da Stihl, Cláudio Guenther. No entanto, ele também aponta a importância de medidas do Governo Federal para ajudar a dar segurança à atividade industrial no país. Não por coincidência, tanto Guenther quanto Carlos Zignani, diretor da Marcopolo, elogiam as mesmas medidas tomadas pelo Planalto. Ambos citam o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (REINTEGRA), que reduz a carga tributária das exportações, e a desoneração da folha de pagamento como medidas essenciais para que a indústria possa continuar investindo. “O que nos beneficiou neste ano foram políticas do governo que tornam o país cada vez mais competitivo”, afirma Guenther, que também opina que o Planalto tem conseguido reduzir a valorização do real, mantendo o câmbio mais competitivo. Ele também enfatiza estar ansioso com a redução do preço da energia elétrica, prometida pela presidenta Dilma Rousseff. Governo do Estado define série de ações para o setor Na política industrial do período entre 2012 e 2014, o Governo do Estado definiu uma série de ações a serem adotadas para os setores automotivo e de implementos rodoviários, e de máquinas e implementos agrícolas. As ações incluem do financiamento à infraestrutura, passando por tecnologia, melhorias na área da educação e a promoção das empresas gaúchas. “Um dos principais instrumentos é o novo Fundopem”, afirma a economista Maria Paula Merlotti, coordenadora-executiva do setor Automotivo e implementos Rodoviários na elaboração da política industrial do Estado. Ela explica que o Governo reformulou o programa criando uma pontuação que tem critérios como a massa salarial da empresa e suas inovações. Quanto maior a pontuação, maior a possibilidade de prorrogar o pagamento do ICMS. O diferimento do imposto para comprar de equipamentos que não são produzidos no Estado, o que beneficiou a Stihl, também foi uma das alterações feitas no Fundopem. Em ambos os setores, também estão incluídos o auxílio para a participação de empresas do Estado em feiras internacionais. “Todo o ano o Governo apoio empresas a montarem estandes. Neste ano, o Estado aportou R$ 77 mil uma feira em Frankfurt para nove empresas participarem. Elas fizeram mais de 400 contatos”, relata Merlotti. Outra ajuda na questão da promoção do setor metal-mecânico foi a realização de um evento em Rio Grande para aproximar o segmento e a indústria oceânica. Na questão da capacitação, o Governo tem promovido rodadas de negócios com a FINEP, agência federal de inovação. O Estado também recolheu as demandas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos na área de capacitação em solo gaúcho. “O Pacto Gaúcho pela Educação está trabalhando com instituições de ensino e programas federais para coordenar a demanda e a oferta, para termos um fluxo mais certeiro”, explica Merlotti. Além disto, a economista destaca a forrmação de dois arranjos produtivos locais (APLs), um na Serra, referente ao setor automotivo, outro no Noroeste gaúcho, referente ao setor de máquinas agrícolas. Os APLs são instrumentos para unir as empresas de uma região. “O Governo aporta recursos para que as empresas estabeleçam uma governança, muitas vezes com participação de universidades, para se organizarem e se fortalecerem”.
Fonte: Felipe Prestes - Sul 21 Veja também |