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Copom eleva juros pela oitava vez seguida, prejudicando a classe trabalhadora Taxa básica de juros sobe para 10,75% ao ano, mesmo percentual do final do governo Lula 27/02/2014 O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na noite de ontem, 26 de fevereiro, a oitava alta seguida da taxa básica de juros, a Selic. Desta vez a elevação de apenas 0,25 ponto percentual deixa a taxa básica de juros em 10,75% ao ano. Os membros do comitê argumentaram que deram prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril de 2013 para conter possíveis elevações inflacionárias. Repercussão Para a CUT, a política de elevação das taxas de juros, além de não contribuir para controlar os índices inflacionários, prejudica o desenvolvimento sustentável do País, gerador de emprego e renda, reduz o mercado interno, encarece o crédito e serve apenas aos interesses do capital especulativo. “Só o sistema financeiro ganha com isso. Quanto maior o spread, ou seja, a diferença entre a taxa básica de juros (10,5%) e o índice de inflação (5,9%), maior o lucro dos especuladores. E quem mais ganha são os investidores externos porque, em seus países, o spread é baixo. E quem mais perde são os/as trabalhadores/as, em especial os/as que ganham menos. Isso porque, junto com os juros sobem todos os preços das mercadorias e serviços. Com isso, cai violentamente o poder de compra da classe trabalhadora”, disse Vagner Freitas, presidente Nacional da CUT. A Confederação Nacional da Indústria (CNI, órgão patronal) diz considerar positiva a redução no ritmo de alta. Para a entidade, isso pode "sinalizar o encerramento do ciclo de elevação dos juros". Mesmo considerando a inflação "preocupante", a CNI afirma que os efeitos das últimas elevações dos juros sobre os preços ainda estão por vir. E acrescenta que "o ônus do combate à inflação não pode recair totalmente sobre o setor produtivo". Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) informou condenar "com veemência" a decisão do Copom. "O aumento de 0,25% na Selic representa outra capitulação do Copom diante do terrorismo do mercado financeiro, o único ganhador desse jogo de cartas marcadas em que todos os demais setores da sociedade perdem", afirma o presidente da entidade, Carlos Cordeiro. A entidade considera inócuo aumentar os juros para combater a inflação, "que em 2013 foi de 5,91%, apresenta viés de queda e está rigorosamente dentro dos parâmetros definidos pelo Banco Central (4,5% a 6,5%)". E acrescenta: "Do total de R$ 2,36 trilhões do Orçamento Geral da União para 2014, 42,42% (mais de R$ 1 trilhão) estão reservados para o pagamento dos juros e amortizações da dívida pública, 20% da qual é composta por títulos corrigidos pela Selic". Veja também |