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Cesta básica de Porto Alegre registra alta de 1,94% em janeiro de 2016
Cesta Básica de Porto Alegre calculada pelo DIEESE, de R$ 424,39 em dezembro de 2015, passou a valer os atuais R$ 432,64
16/02/2016




Em janeiro de 2016, a Cesta Básica de Porto Alegre calculada pelo DIEESE registrou variação de 1,94%, passando de R$ 424,39 em dezembro de 2015 para os atuais R$ 432,64.

Na avaliação mensal, dos treze produtos que compõem o conjunto de gêneros alimentícios essenciais previstos, nove registraram alta: o açúcar (16,60%), o leite (14,25%), o óleo (8,09%), o feijão (5,48%), o arroz (2,81%), o pão (2,22%), a carne (2,21%), a farinha (0,59%) e a banana (0,16%). Em sentido inverso, quatro itens caíram de preço: a batata (-4,42%), o tomate (-0,60%), a manteiga (-0,28%) e o café (-0,10%).

Em janeiro, o valor da Cesta Básica representou 53,44% do salário mínimo líquido, contra 58,54% em dezembro de 2015. O trabalhador com rendimento de um salário mínimo necessitou, em janeiro, cumprir uma jornada de 108 horas e 10 min. para adquirir os bens alimentícios básicos. Essa jornada foi menor do que a registrada em dezembro de 2015 (118h 29 min.) A variação da cesta básica no período do Plano Real ficou em 549,12%, enquanto a inflação medida pelo INPC/IBGE acumulou 447,74% e o Salário Mínimo registrou alta de 1.258,23% (variação nominal).

Custo da Cesta Básica aumenta em todas as cidades

A partir de janeiro de 2016, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) passou a realizar o levantamento do preço do conjunto básico de bens alimentícios em todas as capitais brasileiras. Além das 18 cidades, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos foi implantada em outras nove: Cuiabá (MT), Palmas (TO), Maceió (AL), São Luís (MA), Teresina (PI), Macapá (AP), Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR).

A implantação da cesta nas nove cidades foi feita em conjunto com a atualização da ponderação de locais de compra, com base na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2008/2009, realizada pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, considerando as famílias de um a três salários mínimos. Para esclarecimentos adicionais, ver nota metodológica de Janeiro de 2016.

Comportamento da Cesta Básica nas 27 cidades

Em janeiro de 2016, houve aumento no preço do conjunto de bens alimentícios básicos em todas as capitais onde se realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As maiores altas ocorreram em Goiânia (15,75%), Aracaju (14,71%), Palmas (14,24%) e Brasília (13,32%). O menor aumento foi registrado em Curitiba (1,71%).

A capital com maior custo da cesta básica foi Brasília (R$ 451,76), seguida de São Paulo (R$ 448,31), Rio de Janeiro (R$ 448,06) e Vitória (438,42). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 329,20), Maceió (R$ 337,32) e Rio Branco (R$ 341,53).

Com base no total apurado para a cesta mais cara, a de Brasília, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em janeiro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.795,24, ou 4,31 vezes mais do que o mínimo de R$ 880,00.

Em dezembro de 2015, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.565,30, ou 4,52 vezes o piso vigente (R$ 788,00).

Cesta x salário mínimo

Em janeiro de 2016, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 96 horas e 59 minutos, inferior à jornada calculada para dezembro de 2015, de 100 horas e 08 minutos. Vale ressaltar que a redução do tempo necessário para a aquisição da cesta se deu pelo reajuste do salário mínimo, que foi de 11,68%, maior do que a variação média da cesta nas capitais.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em janeiro de 2016, 47,92% dos vencimentos para adquirir os mesmos produtos que, em dezembro, demandavam 49,47%.

Comportamento dos preços

Em janeiro, houve predominância de alta em todos os produtos nas cidades pesquisadas, com destaque para o feijão, tomate, óleo de soja, açúcar, banana, carne e batata, coletada na região Centro-Sul.

Houve aumento de preço do feijão em 26 cidades, uma vez que apenas Florianópolis (-2,86%) não registrou alta. Para o feijão carioquinha - pesquisado na região Norte, Nordeste, Centro-Oeste e nas cidades de Belo Horizonte e São Paulo - foram registradas elevações entre 1,36% em Brasília e 20,43%, em Belém. O feijão preto, pesquisado na região Sul e em Vitória e Rio de Janeiro, também apresentou alta, com destaque para Vitória (12,32%), Curitiba (6,12%) e Porto Alegre (5,48%). Fatores climáticos como a seca no Centro-Oeste e as fortes chuvas no Sul e Sudeste prejudicaram as lavouras de feijão, o que culminou na quebra de safra e consequentemente na alta de preços do grão. Assim, mesmo com a entrada da safra, o feijão está escasso para o consumidor interno.

O preço do tomate subiu em 26 cidades, e a única exceção foi Porto Alegre (-0,60%). Os maiores aumentos foram anotados em Vitória (92,93%), Belo Horizonte (84,86%), Rio de Janeiro (77,94%), Palmas (66,80%) e Rio Branco (60,88%). As fortes chuvas diminuíram a oferta de tomate, elevando o preço.

Todas as capitais registraram alta no óleo de soja, exceto Macapá (-0,80%). As variações oscilaram entre 0,27%, em Belém e 13,24%, em Goiânia. A desvalorização do real em relação ao dólar tem estimulado as exportações da soja nacional e de seus derivados, o que diminuiu a disponibilidade do grão.

Foi verificado aumento do açúcar em 24 das 27 capitais pesquisadas. As altas foram mais expressivas em Goiânia (26,97%), Macapá (22,55%), Aracaju (18,14%), Brasília (17,89%), Porto Alegre (16,60%), Manaus (14,76%) e João Pessoa (12,79%). As retrações foram observadas em Florianópolis (-5,11%), Rio Branco (-4,03%) e Palmas (-1,76%). As chuvas dificultaram a colheita da cana, cujo calendário ficou atrasado e a disponibilidade restrita. Além disso, parte da cana de açúcar foi destinada para a produção de etanol.

A banana teve seu preço majorado em 22 cidades. As altas oscilaram entre 0,16% em Porto Alegre e 30,86% em Goiânia. As quedas ocorreram em Curitiba (-14,73%), Macapá (-7,27%), Campo Grande (-5,83%), Boa Vista (-2,97%) e Porto Velho (-2,06%). Instabilidade climática com calor excessivo e chuvas acima da média diminuíram tanto a quantidade quanto a qualidade das bananas nanica e prata.

Carne, importante produto da cesta, mostrou aumento de preço em 20 capitais. As maiores altas aconteceram em Aracaju (7,64%), Brasília (7,50%), Goiânia (6,26%) e Salvador (5,64%). As sete cidades que registraram queda foram Curitiba (-2,44%), Rio Branco (-1,80%), Macapá (-1,34%), Porto Velho (-0,69%), Natal (-0,26%), Cuiabá (-0,15%) e Boa Vista (-0,09%). A menor oferta de carne e o recuo da comercialização por parte dos produtores teve como resultado o aumento nos preços.

A batata subiu nas 10 capitais do Centro-Sul onde o produto é pesquisado, com exceção de Porto Alegre (-4,42%). As altas mais expressivas foram apuradas em Goiânia (37,61%), Brasília (27,56%) e Campo Grande (23,22%). A menor oferta de batata se deveu às fortes chuvas que atrasaram a colheita da safra das águas.

 

Fontes: Dieese, com informações do Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP, Unifeijão, Conab - Companhia Nacional de Abastecimento, Embrapa, Agrolink, Globo Rural e artigos diversos em jornais e revistas.

 
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