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Plenária do Congresso do Povo acontece nesta quarta-feira no Sindicato . 18/07/2018 Sarah Lima / STIMEPA Ação é da Frente Brasil Popular e visa construir com o povo e para o povo um projeto de nação “No Zaffari é 10 por um, dez dias trabalhando para folgar um com salário de R$ 850,00 e nem lá consegui emprego”, relatou um dos participantes morador de Alvorada. “Hoje em dia, pra vir de Canoas para porto Alegre, eu gasto mais de 24 reais, antes gastava R$ 12,00”, comentou Fernanda, moradora de Canoas, cidade da Região Metropolitana. Outra senhora relata que o marido, aposentado há 13 anos possuindo apenas 30% dos pulmões, passou recentemente por perícia no INSS e teve a aposentadoria revogada. “Eu nunca havia visto realidade social tão ruim”, disse o Sr. Zé da Lomba, Ministro de Eucaristia na Lomba do Pinheiro, zona Leste de Porto Alegre.
Sentados em roda, lideranças de bairro, sindicalistas, participantes de movimentos sociais, um a um foram contando suas realidades e se identificando uns com os outros e, assim, participando do Congresso do Povo. O encontro aconteceu nesta quarta-feira, 18, no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre. Estiveram presentes lideranças do MST, MTD, Levante Popular da Juventude, Frente Brasil Popular, e outros. O presidente do Sindicato, Lírio Segalla, agradeceu a presença de todos e deu um panorama da realidade social e econômica nas fábricas. “O golpe, como havíamos avisado em portas de fábrica, foi contra os trabalhadores, hoje em dia as pessoas estão conseguindo ver isso. Quando adquiriram direitos não sabiam o porquê, mas agora que perderam, sabem. Atualmente estamos conseguindo politizar as pessoas”, comentou. O Congresso do Povo é uma iniciativa da Frente Brasil Popular que visa abrir um diálogo entre as massas populares e “construir com o povo e para o povo um projeto de nação”. Nesse espaço de conversa o objetivo é entender o momento político, a crise econômica e social, e assim, identificar saídas para criação de um projeto de Brasil que contemple a classe trabalhadora. O Brasil nasceu como uma empresa e não como nação, mas isso pode mudar Após diversos relatos, foi possível estabelecer um de cenário social das pessoas e a representante do MTD, Elaine Martins, explicou que os dramas relatados refletem padrões enraizados da sociedade brasileira. “Desde a invasão de Portugal nossas terras, o Brasil já nasce como uma empresa e não como uma nação”, comenta, fazendo referência a colonização. Elaine expôs que o povo brasileiro foi ensinado, há mais de 400 anos, a baixar a cabeça, aceitar e agradecer pelo emprego que tem, seja nas condições que for. “Esse estereótipo de inferioridade é reforçado ano após ano, inclusive pela mídia tradicional”, denuncia. Ela comenta que o objetivo do Congresso do Povo é, antes de tudo, um trabalho de base. “Estamos construindo esse espaço para entender a realidade brasileira, onde o Brasil é a periferia do sistema capitalista, elucidar as pessoas o que compete ao nosso país no capitalismo globalizado e o que compete aos países de 1º mundo”, explicou. O Congresso do Povo entende que há apenas três lugares para as massas nesse sistema capitalista, sendo eles, ocupar um emprego abusivo com cargas horárias desgastantes e salário baixo, cadeia ou cemitério. Segundo Elaine, é preciso estar constantemente dialogando para resultar em resistência e enfrentamento e essa situação mudar. Eleições 2018: conflito na luta de classes Ao fazer a leitura sobre o golpe de 2016, Elaine o dividiu em quatro momentos. O primeiro deles foram os protestos de 2013, onde a direita sobe se apropriar do movimento das massas populares e resultou no “impeachment” da presidenta Dilma Rousseff, em 2016. Segundo momento foi a implementação do ultraliberalismo do ilegítimo presidente Michel Temer, com a venda das estatais brasileiras. Terceiro momento do golpe foi a prisão do presidente Lula, e o quarto momento serão as eleições de 2018. “Lula é nosso candidato absoluto e as eleições em outubro são cruciais, será uma eleição de conflito de luta de classes”, comentou. Elaine reforçou que o sistema capitalista tornou o ser humano muito individualista e presencial, pouco sonhador e empático. “O liberalismo só fala de presente, pois ele não tem um futuro para apresentar, nós temos que ter em mente o que queremos como projeto de Brasil”, comenta. Elaine também afirmou que o Congresso do Povo é uma luta contra o isolamento. “Quando um povo coloca um objetivo no horizonte, ele se movimenta”, cita. Para Elaine, essas reuniões são esse espaço de movimentação de pessoas, movimentação de ideias e troca de experiências. “O Congresso do Povo é o primeiro km da longa jornada de mudanças que visamos na construção de uma nação para o povo”, finalizou. Fonte: Stimepa Veja também |