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É hora do enfrentar a direita, avaliam sindicalistas em evento da CNM/CUT Na abertura da reunião ampliada da direção da entidade, nesta terça (24), eles reafirmaram necessidade de restituir democracia no país. E Luis Nassif defendeu volta de modelo do governo Lula 24/01/2017 Crédito: Roberto Parizotti Não há outro caminho para a conjuntura atual senão o enfrentamento com a direita e com aqueles que querem impor retrocessos à classe trabalhadora e à grande maioria da população no país. A avaliação foi feita na manhã desta terça-feira (24) pelo presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, na abertura da reunião ampliada da direção da entidade, que reúne mais de 100 dirigentes sindicais metalúrgicos de todo o país, representantes de outras categorias e especialistas como o ex-ministro da Previdência, Carlos Gabas, e o jornalista Luis Nassif. O encontro, que prossegue até esta quarta (25), na sede da Confederação, em São Bernardo do Campo (SP), tem o objetivo de preparar a agenda de mobilização unitária dos metalúrgicos da CUT para, como pauta imediata, lutar contra as reformas trabalhista e da Previdência. Ao lado de Cayres, na abertura do evento, estavam o presidente da CUT, Vagner Freitas, o coordenador da Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel, e representando o Macrossetor da Indústria da CUT, a presidenta da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Têxtil, Cida Trajano, o secretário geral da Confederação Nacional dos Químicos, Itamar Sanches, e o secretário de Política Sindical da Confederação dos Trabalhadores na Alimentação, Rafael Morelli. Paulo Cayres destacou que o encontro é o primeiro passo para discutir a ação unitária na categoria de resistência ao golpe e que a responsabilidade dos sindicalistas é imensa para organizar os trabalhadores e pressionar os parlamentares em cada região para que não aprovem as medidas de retrocesso do governo golpista de Michel Temer. “É preciso ter consciência do nosso papel para fazer o enfrentamento para reverter o caminho do caos. Não estamos num enfrentamento qualquer. A burguesia foi para a rua com a sua pauta. É enfrentamento total à direita”, alertou. Restituir a democracia "Não temos espaço para conciliação com esse governo. Vocês acham mesmo que vai ter negociação de pauta com o Temer?", questionou Freitas. "A pauta que nos unifica é "fora Temer", diretas já, nenhum direito a menos e pela volta da democracia. Não podemos ser dúbios na hora de falar com os trabalhadores. Temos de deixar claro que o grande problema hoje é o estupro à democracia. A crise política que eles criaram aprofunda a crise econômica". Solidariedade de classe e debate diário "Nosso grande desafio deste ano, junto com o movimento social e outros movimentos, é trazer o povo e mostrar a realidade do que está acontecendo após o golpe. A gente já sabia, mas o pacote de maldades é muito grande. Esse é um debate que temos que fazer no dia a dia, permanentemente", disse Itamar Sanches, da CNQ. “A solidariedade continuará sendo nossa principal arma”, completou Morelli, da Contac. “É preciso encontrar um jeito de mobilizar a sociedade contra os ataques. É preciso mostrar que a responsabilidade pelos quase 25 milhões de desempregados no país não é de quem eles arrancaram do poder e nem do projeto que estava em curso no Brasil. É desses caras que estão destruindo o nosso país. Ou a gente acorda e vai para a luta, ou...”, enfatizou o petroleiro Rangel. Nassif: modelo atual não dará certo "Não tem nenhuma chance de esse plano de estabilização dar certo", afirmou Nassif. “Eles não têm projeto de país, não têm projeto de desenvolvimento, não têm projeto eleitoral. O que eles propõem é inviável na democracia”, assegurou, referindo-se ao governo ilegítimo e seus apoiadores. O jornalista defendeu ainda o retorno a um modelo semelhante ao existente no governo Lula, que contemple políticas sociais, desenvolvimentismo e mercado. Defendeu também o fortalecimento da comunicação das entidades sindicais. Veja também |