A Usina do Gasômetro é um local tradicional em Porto Alegre para as pessoas descansarem e se divertirem. Na tarde de sexta-feira, 1º de maio, milhares de trabalhadores foram até o local para celebrar o Dia Internacional do Trabalhador e lutar por mais direitos, democracia e diversidade. Entre eles estavam metalúrgicos da região e dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre.

A animação ficou por conta dos mais diversos estilos de músicas com a apresentação de Hector Rojas e Duglas Bessa, Zamba Bem, Companhia Pesada do Improviso, Mariposas e o Bloco da Diversidade e Samba do Irajá.

Durante toda a tarde, representantes dos movimentos sociais defendiam pautas relacionadas aos jovens, negros, mulheres, estudantes, LGBT, direitos humanos, reforma urbana para garantir direito à moradia digna a todos, reforma agrária, reforma política com o fim do financiamento empresarial para campanhas eleitorais.

E se manifestavam contrários ao avanço das pautas conservadoras no Congresso Nacional. A redução da maioridade penal e o massacre aos professores do Paraná foram lembrados e repudiados com veemência em diversos momentos.

O ataque que a classe trabalhadora está sofrendo com a aprovação do PL 4330/04, que regulamenta a terceirização em qualquer atividade da empresa foi a pauta principal. Políticos de partidos que apoiam a luta das centrais sindicais em combater a terceirização se manifestaram assumindo o compromisso com os presentes em debater o assunto com toda a sociedade e vetar o PL no Senado Federal.

O senador Paulo Paim (PT-RS), declarou que há uma longa batalha pela frente, mas que a classe trabalhadora não vai arcar com os prejuízos desse projeto. “Faremos um bom combate e podem ter certeza, nem que seja de maca, de cadeira de rodas, eu vou estar lá. Vão ter que tirar parte do nosso sangue para aprovarem esse projeto vagabundo”, garantiu.
Bastante aplaudido, Olívio Dutra declamou o poema “Perguntas de um operário letrado”, de Bertolt Brecht. Após, os dirigentes das centrais sindicais se manifestaram, o presidente da NSCT, Valter Souza disse que o 1º de maio é um dia de festa e de protesto. Já o presidente da CTB, Guiomar Vidor relatou a atividade realizada em Caxias do Sul, na parte da manhã.

Encerrando o ato do Dia do Trabalhador, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, agradeceu a mobilização dos sindicados filiados à entidade e salientou que a mobilização contra o 4330 deve se intensificar ainda mais.

“Também temos que ficar atentos ao ajuste fiscal do governo. Se querem equilibrar as contas que façam taxando as grandes fortunas e não retirando direito dos trabalhadores”, disse Nespolo, se referindo as Medidas Provisórias 664 e 665.

O dirigente também chamou atenção para a precarização do serviço público no RS. “Nós vamos defender os servidores públicos contra qualquer desmonte do Estado que parta do executivo.”

Jornada de Lutas

Nespolo divulgou o próximo Dia Nacional de Paralisação, que será em 29 de maio, em defesa dos direitos e rumo à Greve Geral.

O dia 29 de maio será um dia de mobilização em todo o país contra o PL 4330 – que agora vai ao Senado – pela retirada das MPs 664 e 665, pelo fim do Fator Previdenciário, que constituem a pauta imediata de defesa dos direitos da classe trabalhadora hoje ameaçados.

“A democracia só será completa quando todos tiverem seus trabalhados protegidos. Por isso, só com uma ampla e unitária mobilização vamos avançar na construção de uma democracia sólida”, encerrou.

Inúmeros deputados federais e estaduais, além de vereados de municípios da região metropolitana acompanharam o ato. Todas as regiões do estado estavam representadas através dos sindicatos e entidades sociais. A estimativa é que durante toda a tarde, cerca de 20 mil pessoas participaram do ato promovido pela CUT-RS, CTB-RS, NSCT e CMS-RS.
O evento encerrou no começo da noite, com o famoso pôr do sol do Guaíba e a apresentação da bateria da Imperatriz Dona Leopoldina.

Por: Renata Machado (CUT-RS), com informações do Stimepa 

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