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Ato público em Porto Alegre em memória às vítimas de acidentes e doenças do trabalho Segundo a OIT, cerca de 2 milhões de mortes ocorrem devido ao desenvolvimento de enfermidades e 321 mil são resultado de acidentes 28/04/2013 Cruzes simbolizando trabalhadores mortos foram colocadas no local do ato público Entidades vinculadas ao FSST – Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador e governamentais, como o CEVS – Centro Estadual de Vigilância em Saúde/RS e a Renast - Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador, organizaram na manhã e início da tarde de hoje um ato público no Parque Farroupilha (Redenção), em Porto Alegre, para lembrar das vítimas de acidentes e doenças do trabalho. Desde 2005, com a sanção da Lei nº 11.121, o dia 28 de abril é lembrado como Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) denomina esse dia, desde 2003, como Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho. O evento teve por finalidade chamar a atenção da opinião pública sobre a realidade enfrentada pela classe trabalhadora, que enfrenta condições de trabalho degradantes, o excesso de trabalho, o ritmo alucinante na produção, a pressão por metas cada vez mais difíceis de serem atingidas, entre outras precarizações da mão de obra, que vitima milhões de trabalhadores e trabalhadoras todos os anos. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), recentemente divulgados, apontam 2,3 milhões de mortes, por ano, ligadas às atividades laborais de trabalhadores e trabalhadoras. Segundo o relatório A Prevenção das Enfermidades Profissionais, cerca de 2 milhões de mortes ocorrem devido ao desenvolvimento de enfermidades e 321 mil são resultado de acidentes – cerca de uma morte por acidente para cada seis mortes por doença. De acordo com a organização, estima-se, anualmente, o surgimento de mais de 160 milhões de casos de doenças relacionadas ao trabalho. Isso significa que 2% da população mundial, em média, por ano, é acometida por algum tipo de enfermidade devido à atividade que exerce profissionalmente. Entre as doenças que mais geram mortes de trabalhadores estão as que afetam pulmão, músculos e ossos e os transtornos mentais. O ato público iniciou às 9 horas com a distribuição de brindes e publicações alusivas à data, especialmente a revista do FSST, com artigos e notícias importantes, como a conquista da Norma Regulamentadora 36 (NR-36), que vai regulamentar as condições de trabalho, protegendo a saúde e a vida de milhares de profissionais das indústrias da Alimentação, especialmente do Setor Frigorífico, e a luta do Sitracom para reduzir a zero os acidentes nos canteiros de obras. Paralelamente, os trabalhadores do setor aeroviário fizeram um protesto que teve por objetivo divulgar o drama enfrentado por mais de 12 mil ex-trabalhadores da Varig e da Transbrasil, que tiveram seu fundo de pensão – o Aerus – judicialmente liquidado há sete anos, e protestar contra a falta de solução para as questões que envolvem o grupo, como o julgamento da ação que impôs à União a responsabilidade de pagar os benefícios devidos a eles. Enquanto a Advocacia-Geral da União protela a responsabilidade, os aposentados falecem sem conseguir receber seus benefícios. O ato público também teve momentos de alegria e descontração. Por volta das 11 horas, a Cia de Dança do Ventre Ayana Kalil inaugurou a parte cultural do evento. Também se apresentaram o grupo de Rap, Rafuagi, o cantor e compositor gaúcho Nei Lisboa e, pra encerrar, a bateria da Escola de Samba vencedora do Carnaval 2013, Bambas da Orgia. A programação alusiva ao Dia Internacional em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho segue nesta segunda-feira, 29 de abril, com a realização do seminário “Saúde do Trabalhador no Século XXI” no hotel Embaixador, Centro de Porto Alegre. Veja também |