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Novembro Azul marca o mês de prevenção ao câncer de próstata A divulgação das ações traz à tona um questionamento cultural: por que os homens se cuidam menos que as mulheres? Essa falta de cuidado reflete nos números. Elas vivem mais do que eles em quase todas as partes do mundo. 01/11/2022 Stimepa O site da CUT-RS inicia o penúltimo mês do ano com a cor azul, a exemplo dos últimos anos, em apoio à campanha Novembro Azul, realizada para mobilizar e conscientizar o público em geral, mas principalmente os homens, da necessidade de cuidar melhor da saúde e procurar o médico com mais frequência, visando esclarecer sobre os fatores de risco, de proteção e diagnóstico precoce do câncer de próstata. A campanha ocorre após a campanha Outubro Rosa, iniciativa voltada para a conscientização sobre o câncer de mama, o que mais ataca as mulheres. Criada em 2003 na Austrália, a campanha Novembro Azul visa conscientizar a sociedade quanto à importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata, uma das doenças cancerígenas mais comuns entre a população masculina. Porém, por medo, preconceito ou até mesmo falta de informação, muitos homens preferem evitar o assunto. A campanha chegou ao Brasil em 2008 e já se tornou referência na busca de orientar a população masculina a cuidar melhor da saúde. A divulgação das ações traz à tona um questionamento cultural: por que os homens se cuidam menos que as mulheres? Essa falta de cuidado reflete nos números. Elas vivem mais do que eles em quase todas as partes do mundo – e tem sido assim nos últimos 100 anos. No Brasil, a expectativa de vida dos homens era de 72,5 anos em 2017, enquanto a das mulheres alcançava 79,6 anos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mais de um terço dos homens não cuidam da própria saúde Mais de um terço dos homens não cuidam da própria saúde, avalia o Ministério da Saúde. Uma pesquisa mais recente mostrou que, apesar de o urologista ser visto por 37% dos entrevistados como o médico do homem, 59% não costumam manter consultas periódicas, segundo levantamento "Um Novo Olhar para a Saúde do Homem". “Infelizmente, o cuidado com a saúde masculina ainda é um tabu para a comunidade. Eles são relutantes em procurar auxílio médico preventivo e manter consultas periódicas”, afirma o urologista Rafael Buta, da clínica Veridium. E elas, além de ter maior autocuidado, cumprem importante papel na rotina da saúde masculina. Isso porque, segundo pesquisa realizada pelo Centro de Referência em Saúde do Homem, cerca de 70% deles só vão a consultas médicas acompanhados por mãe, esposa e até mesmo filha. O levantamento concluiu ainda que mais de 50% dos homens só procuram ajuda médica, quando o sintoma já está avançado, muitas vezes necessitando de intervenção cirúrgica. O médico explica que, em alguns casos, elas comandam o processo da ida ao consultório. “Da marcação da consulta até a garantia de que eles vão seguir o tratamento sugerido, as mulheres é que assumem o papel e garantem o cuidado necessário do paciente”, conta Buta.
Câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cada ano são registrados 61,2 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil. Dados do Ministério da Saúde indicam que 14.484 homens morreram em decorrência da doença no país em 2015. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com o Inca, o câncer de próstata é considerado um tumor da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostram que 20% dos pacientes são diagnosticados em estágios avançados da doença, o que faz com a taxa de mortalidade chegue a 25% dos pacientes. O Inca alerta que alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta, levando cerca de 15 anos para atingir 1 cm³, que não chega a dar sinais durante a vida, nem ameaçar a saúde do homem. O risco aumenta significativamente após os 50 anos, correspondendo a 40% dos tumores nessa faixa etária, segundo a SBU. Apesar de ser um dos tipos de cânceres mais comuns entre a população masculina, o câncer de próstata é considerado altamente tratável se detectado de forma precoce. “O diagnóstico prematuro permite que até 90% dos pacientes sejam tratados e curados da doença. Por isso é importante manter o acompanhamento periódico a partir dos 50 anos, e aos 45 anos se o homem tiver casos de câncer de próstata em familiares”, indica o uro-oncologista Carlos Watanabe.
Prevenção A campanha faz um alerta aos homens para a necessidade de fazer os exames de PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal para diagnosticar a doença o mais cedo possível. Isso porque, de modo geral, o tumor é de crescimento lento e tem cerca de 90% de chance de cura quando diagnosticado precocemente. Os exames devem ser solicitados por um médico e, na eventualidade de um diagnóstico positivo, é recomendável procurar um oncologista, que poderá indicar o melhor tratamento. De acordo com o urologista Geraldo Faria, coordenador da campanha Novembro Azul da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), o câncer de próstata é o tipo de tumor maligno que mais atinge a população masculina e só tem cura quando diagnosticado precocemente. “As mulheres também devem incentivar os homens de sua família, com mais de 50 anos, para que realizem os exames preventivos de próstata”, diz. O médico lembra que, quando o diagnóstico é feito tardiamente, quase sempre há pouco a fazer e o resultado acaba sendo a morte do paciente.
Conheça a doença O câncer de próstata é o resultado de uma multiplicação desordenada das células da próstata. Quando há presença de câncer, a glândula endurece, mas no começo não há sintomas. Eles só costumam aparecer no estágio avançado, por isso é fundamental que se faça os exames preventivos anualmente a partir dos 50 anos de idade (ou 45, se houver casos de câncer de próstata na família). Caso a alteração seja detectada, o médico pode solicitar outros exames além do PSA, como ultrassom transretal e biópsia da glândula, que consiste na retirada de fragmentos da próstata para análise. Só então é feito o diagnóstico. A evolução da doença é silenciosa e os sintomas são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata, chamado de HPB. Quando alguns sinais começam a aparecer, 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura.
Sintomas que merecem uma consulta ao médico: - Sensação de que a bexiga não esvaziou completamente e a vontade de urinar persiste - Dificuldade de iniciar a passagem da urina e de interromper o ato de urinar - Urinar em gotas ou jatos sucessivos - Necessidade de fazer força para manter o jato de urina - Necessidade urgente de urinar imediatamente - Dor na parte baixa das costas ou na pélvis (abaixo dos testículos) - Problemas em conseguir ou manter a ereção - Sangue na urina ou no esperma (casos muito raros) - Dor durante a passagem da urina, quando ejacula, nos testículos, na lombar, na bacia ou nos joelhos - Sangramento pela uretra. - Na fase muito avançada, também pode haver dor óssea, sintomas urinários, infecção generalizada ou insuficiência renal. A ideia é chamar a atenção, sobretudo dos homens, para combater o câncer da próstata e cuidar mais da saúde, bem como estimular sindicatos, federações e confederações a aderirem à campanha e promoverem atividades junto aos trabalhadores. Cuidar da saúde também é coisa de homem!
Fonte: CUT-RS Veja também |