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Em carta, CUT cobra mais transparência aos benefícios que dependem de avaliação médico pericial Central quer se reunir com novo presidente do INSS para apontar necessidade de mais agilidade e humanização dos procedimentos 30/10/2012 CUTl quer se reunir com presidente do INSS para apontar necessidade de mais agilidade e humanização dos procedimentos O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Lindolfo Neto Sales, assumiu o cargo na manhã desta terça-feira (30) com uma série de desafios a cumprir. Entre eles, a retomada dos princípios que o originaram o Nexo Técnico Epidemiológico, da reabilitação profissional e o fim da sobreposição de interesses corporativos sobre interesses institucionais. Em carta enviada no último dia 27, a direção da Central Única dos Trabalhadores aponta esses desafios e solicita uma audiência com Sales. A entidade aponta ainda a importância de fortalecer o Grupo Interministerial para avaliar a Política de Saúde e Segurança no Trabalho, criado pelo Ministério da Previdência Social, como uma forma de ampliar a participação dos movimentos sociais na gestão pública. Veja abaixo:
Prezado Senhor Presidente, Em primeiro lugar parabenizamos pela nova função e lhe desejamos êxito na condução dos trabalhos frente ao INSS, instituição que tem um papel chave no sistema de seguridade social brasileiro e na viabilização de direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras. Ao longo dos anos, especialmente na última década, a previdência social tem desempenhado uma função estratégica nas políticas de inclusão social e na distribuição de renda. Queremos destacar, no entanto, que apesar de contabilizarmos avanços gerais importantes, vários deles operacionalizados pelo Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, no tocante à transparência das informações e aos benefícios que dependem de avaliação médico pericial os problemas persistem, impondo dificuldades a milhares de trabalhadores adoecidos e acidentados pelo trabalho, temas que têm sido pautados pelo movimento sindical, em particular pela CUT. Cessações de benefícios sem a devida recuperação dos trabalhadores; o não reconhecimento da relação de causalidade de inúmeras doenças com o trabalho; o descompasso de tempo entre a cessação de benefício e a perícia para avaliar um pedido de prorrogação ou de reconsideração deixando os trabalhadores por meses sem qualquer rendimento; o descaso e humilhação imputados por técnicos e por médicos peritos são alguns dos problemas que os trabalhadores e trabalhadoras vem há muito tempo enfrentando no INSS. Entendemos que o comportamento referido é decorrente de um modelo de acolhimento ao segurado e de perícia médica que precisam de uma profunda reformulação. Ademais, temos observado com bastante preocupação a adoção de instrumentos normativos que privilegiam a gestão burocrática das situações de risco, em detrimento de políticas efetivas de proteção à saúde dos trabalhadores e trabalhadoras; a descaracterização dos princípios que originaram o Nexo Técnico Epidemiológico, o desvirtuamento da reabilitação profissional; o fortalecimento dos interesses corporativos em detrimento dos interesses institucionais; disputa de entidades médicas pelo controle da máquina do INSS e outros problemas. Alguns dos procedimentos se coadunam com a lógica privada de gestão, discrepantes com a função de uma instituição pública, parte do direito constitucional da seguridade social. Trata-se de problemas que já vínhamos discutindo com o Ministério da Previdência Social e com o INSS, de forma direta e por meio de audiências Públicas. Esperamos que tenham maior centralidade na agenda da instituição no próximo período. Assim, gostaríamos de solicitar uma audiência, se possível, para o dia 09.11.2012, para discutirmos as questões apresentadas. Aproveitamos a oportunidade para saudar a iniciativa do Ministério da Previdência Social de instituir um Grupo Interministerial para avaliar a Política Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho e o modelo de perícia médica e reiteramos nossa expectativa de que as proposições deste grupo contribuam para avançar na promoção da saúde dos trabalhadores. Atenciosamente Vagner Freitas Junéia Martins Batista Eduardo Lírio Guterra
Fonte: CUT Veja também |