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Trabalhar 12 h não prejudica só a vida pessoal e a saúde, mas também as empresas Geração dos 20 anos trabalha cada vez mais e ganha cada vez menos 18/03/2013 O sábio chinês Lao-tse escreveu há 2.500 anos: "Aquele que se apega ao trabalho não cria nada que perdure. Se quiser viver segundo o Tao, faça seu trabalho e depois se afaste dele". Mas isso é mais fácil de dizer do que fazer. Os chineses da antiguidade não tinham a internet nem as atualizações instantâneas das Bolsas de Valores. Os inteligentes trabalham melhor quando escolhem quando e onde trabalham Considere a história de Erin Callan, que era executiva-financeira-chefe da Lehman Brothers na época em que a empresa desabou, em 2008. Callan escreveu no "New York Times" que sua dedicação incansável e as horas incontáveis que passava no trabalho a deixaram praticamente sem vida pessoal, com um casamento que não demoraria a ir por água abaixo. "Quando deixei meu emprego, isso me deixou arrasada", escreveu. "Eu não sabia valorizar quem eu era, em oposição ao que eu fazia." Callan e muitas outras pessoas como ela talvez se sintam reconfortadas com descobertas que indicam que a maneira mais eficiente de realizar coisas talvez seja passar mais tempo fazendo menos. Parece contraintuitivo. Impérios foram erguidos sobre a ideia de que "mais é mais", correto? O lema de que "menos é mais" não seria próprio de arquitetos minimalistas e pessoas preguiçosas? Um estudo recente da Universidade Harvard concluiu que trabalhadores que não dormem o suficiente custam a empresas americanas US$ 63,2 bilhões por ano em produtividade perdida. Outro estudo concluiu que sonecas aumentam a produtividade no trabalho. Outro estudo, este da Universidade Florida State, constatou que as pessoas de performance mais alta --atores, atletas e músicos de elite-- tendem a trabalhar melhor em períodos de 90 minutos, raramente mais que três vezes por dia, separados por intervalos regulares. O dia de trabalho de 12 horas ininterruptas diárias não é uma opção sensata. Os atletas de alto nível, cujos corpos precisam de longos períodos de descanso, sabem disso há muito tempo. Mas essa máxima não se aplica apenas a eles. Um estudo feito com três grupos de mulheres na faixa dos 60 aos 74 anos de idade que se exercitavam respectivamente duas, quatro e seis vezes por semana constatou que mulheres dos três grupos tiveram quase os mesmos benefícios físicos, mas aquelas que se exercitavam seis vezes por semana sofreram mais fadiga e eram menos ativas de maneira geral. Tudo isso soa como lições da era moderna, mas não é de hoje que são lançados avisos contra o excesso de atividade. Erin Callan parece ter enxergado a luz taoista: "Eu não precisava ficar atenta ao meu BlackBerry de manhã até a última hora da noite. Não precisava fazer a maioria de minhas refeições à mesa do trabalho. Não precisava varar a noite num avião para uma reunião na Europa no dia do meu aniversário. Hoje acredito que eu poderia ter chegado a uma posição semelhante tendo uma versão um pouco melhor de uma vida pessoal. Não sem sacrifícios, mas com um pouco mais harmonia."
Peter Catapano, do New York Times Veja também |