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CUT-RS defende trabalho decente, direitos e democracia no Grito dos Excluídos
Compareceram dirigentes sindicais de várias categorias, como metalúrgicos, bancários, sapateiros, petroleiros, professores e servidores públicos, dentre outras, bem como uma delegação do projeto CUT com a Comunidade.
12/09/2023




 A previsão da volta das chuvas, após as enchentes que causaram 41 mortes e afetaram 79 municípios, deixando mais de 2.300 desabrigados e 3.900 desalojados no Rio Grande do Sul, segundo último balanço da Defesa Civil do Estado, suspendeu a caminhada do 29º Grito dos Excluídos e das Excluídas que seria promovida neste 7 de setembro, nas ruas de São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

 

A comissão organizadora, integrada por pastorais e movimentos sociais, com o apoio da CUT-RS e centrais sindicais, decidiu pela realização de um ato no ginásio da Paróquia Santo Inácio de Loyola, na mesma cidade.

 

A mudança, porém, não alterou a força da mobilização popular, com a presença de religiosos, sindicatos, indígenas, juventude e caravanas de moradores da periferia, dentre outros. Cerca de 500 pessoas refletiram sobre o lema “Você tem fome, tem sede de quê?” e o tema permanente “A vida em primeiro lugar”.

 

Compareceram dirigentes sindicais de várias categorias, como metalúrgicos, bancários, sapateiros, petroleiros, professores e servidores públicos, dentre outras, bem como uma delegação do projeto CUT com a Comunidade. Também estiveram presentes a deputada federal Reginete Bispo (PT), o deputado estadual Adão Pretto Filho (PT), os vereadores Nestor Schwertner (PT) e Ana Affonso (PT), de São Leopoldo, e o vereador Jonas Reis (PT), de Porto Alegre.

 

A mística de abertura contou com a participação do movimento hip hop de São Leopoldo. Depois foi feito um resgate histórico do Grito dos Excluídos e Excluídas, que surgiu em 1995, em contraponto ao Grito da Independência, durante a 2ª Semana Social Brasileira, da CNBB, a partir da reflexão sobre o Brasil.

 

Com manifestações no microfone, as representações das entidades e movimentos denunciaram o descaso com a população em situação de injustiça e vulnerabilidade social, a fome, a miséria, o desemprego, o trabalho precário, a violência de gênero e os ataques à democracia e aos povos originários.

 

Compromisso de continuar lutando por direitos

 

“Aqui em meio a um período de tragédia no Rio Grande do Sul – lamentamos as mortes e as perdas de infraestrutura das cidades, dos patrimônios, enfim dos espaços de trabalho das pessoas -, estamos fazendo o Grito dos Excluídos e Excluídas, afirmando o compromisso de continuar lutando por direitos, saúde, educação, trabalho decente, inclusão da juventude, respeito às mulheres, aos negros, aos povos originários”, disse o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

 

“Aqui estão sindicalistas, homens e mulheres, mas especialmente mulheres negras, que estão tocando essa vida das cozinhas solidárias, das hortas comunitárias, que organizam o povo de seus territórios”, salientou.

 

Para o dirigente sindical, “nós, junto com todas as pessoas que resistiram ao fascismo, ao genocídio e aos ataques às organizações sociais, continuaremos lutando, para que a gente tenha um país mais igual, um país mais justo e um país solidário”.

 

Celebrar a democracia

 

Amarildo ressaltou que “democracia é luta por direitos e que a gente constrói junto, com os movimentos da juventude, das mulheres, dos negros, dos indígenas, dos trabalhadores e das trabalhadoras que passam por essa exploração no mundo do trabalho ou que sequer trabalho tem”.

 

Ele frisou que, mesmo com a vitória de Lula nas eleições e a derrota de Bolsonaro, “nós temos que continuar construindo a democracia porque a democracia é direito, é inclusão, é saúde, é trabalho, é uma escola boa e é respeito ao povo com distribuição de renda”.

 

“É por tudo isso que nós estamos fazendo a luta contra o juro alto, por políticas públicas fortes, valorizando o trabalho solidário, valorizando quem quer buscar renda, valorizando quem tem carteira assinada, mas, acima de tudo, nós queremos um país mais igual, um país que olha para 90% da população”, explicou.

 

“Portanto, viva o povo mais humilde e viva a classe trabalhadora porque é ela que vai construir um país mais justo, democrático e soberano. E vamos celebrar o direito à vida e celebrar a democracia. Até a vitória! Povo unido jamais será vencido”, concluiu o presidente da CUT-RS.

 

Gritos de “fome e sede”

 

A representante da Cáritas, Roseli Pereira Dias, explicou o tema do Grito deste ano. “Nós tínhamos muito claro o que queríamos refletir. Além de todos os outros gritos que persistem entre nós, como o grito por trabalho, pela questão de ser mulher na sociedade, da questão da juventude, e todos os outros gritos, nós tínhamos muita clareza que tínhamos que enfrentar e focar nas catástrofes ambientais que estão nos agredindo tanto e com mais frequência e com mais intensidade”, afirmou.

 

Segundo ela, “o retrocesso nas políticas públicas fez com que o Brasil voltasse para o Mapa da Fome. Então, esse tema da fome vem vindo desde lá. Junto com isso, a sede, que se liga aos eventos climáticos também, a estiagem por um lado e a enchente por outro, além da privatização do saneamento público que também estamos enfrentando”.

 

Houve também a apresentação dos demais gritos, destacando a “fome e sede” de variados grupos sociais, intercalados por intervenções artísticas. O Levante Popular da Juventude apontou as necessidades da juventude, como educação, cultura, lazer e segurança. Também foi destacada a importância da lei das cotas.

 

A comunidade indígena Kaingang, de São Leopoldo, trouxe o grito das populações originárias e representou o ritual de preparação para a guerra, significando também a resistência e a luta dos povos indígenas contra a tese do marco temporal.

 

O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direito (MTD) salientou a fome e sede por trabalho digno, pelo direito à renda e pela economia popular e solidária.

 

A diversidade de gênero também foi lembrada. “Nós temos aqui gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, não tanto. As pessoas LGBTQIA+ estão por todos os lugares, estão nos sindicatos, estão nas escolas, estão nas igrejas, às vezes quietinhos dentro do armário, mas estão lá. E nós estamos aqui para dar o nosso grito”, afirmou o postulante da Igreja Anglicana e do Movimento Unidos pela Diversidade, Ivan Pereira, denunciando que somente em 2022 foram mais de 160 pessoas trans e travestis mortas no país.

 

Homenagem à solidariedade do MST

 

O MST foi homenageado por suas doações às comunidades da periferia, que chegaram a 900 toneladas de alimentos durante a pandemia. O movimento, que está sofrendo ataques de deputados de direita na CPI instalada na Câmara dos Deputados, lembrou da "fome por reforma agrária".

 

No ato, o MST promoveu nova ação solidária, doando 1 mil quilos de arroz, 1 mil litros de sucos, 300 quilos de feijão e 300 litros de leite para os indígenas kaingangs e famílias da ocupação Steigleder desabrigadas de São Leopoldo.

 

Também foi anunciada a instalação de uma cozinha comunitária em Encantado, uma das cidades mais devastadas pelas enchentes, para distribuir marmitas às famílias desabrigadas da região do Vale do Taquari.

 

Campanhas de solidariedade

 

O auxílio às pessoas atingidas pelas enchentes no interior gaúcho foram muito enfatizadas. A CUT-RS lançou nesta quarta-feira (6) uma campanha emergencial de solidariedade para coletar doações e ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

 

Os donativos podem ser encaminhados aos sindicatos filiados ou para a sede da CUT-RS (Rua Barros Cassal, 283 – fone: (51) 3224.2484, em Porto Alegre). Também é possível enviar PIX através da chave 51996410961.

 

Solidariedade PIX

 

Durante o ato, foi feito o lançamento da Missão Sementes de Solidariedade Emergência. A campanha mobiliza organizações aliadas no campo social e religioso para a aquisição de sementes e ações de auxílio ao replantio das lavouras de pequenos agricultores e agricultoras de matriz camponesa e familiar atingidos pelas enchentes no Vale do Taquari. Foi arrecado o valor de R$ 600,00 entre os participantes.

 

A campanha está sendo puxada pelo Instituto Cultural Padre Josimo (ICPJ), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Instituto Cá e Nós e a Cáritas. As doações podem ser feitas por PIX através da chave 33654419001007

 

O ato foi encerrado com uma celebração ecumênica com representantes de diversas religiões. Também foram formadas várias rodas juntando trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo.

 

Após o ato, foi servido um almoço solidário aos participantes, com alimentos da produção de alimentos dos assentados do MST, e preparado pela cozinha comunitária da Vila Brás.


Fonte: CUT-RS com informações do Brasil de Fato RS

 
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