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Em Conferência, mulheres metalúrgicas cutistas debatem feminicídio no país Atividade precede 10º da CNM/CUT e reúne representantes dos trabalhadores de todo Brasil para discutir machismo no mundo do trabalho e na sociedade. 20/05/2019 Começou nesta segunda-feira (20), a 4º Conferência de Mulheres - “Do Machismo ao Feminicídio: pelo direito à vida das mulheres”. A atividade antecede o 10º Congresso Nacional dos Metalúrgicos (as) da CUT, que tem início na noite desta terça-feira (21), em Guarulhos (SP). O Brasil está na lista dos países que mais matam mulheres. É o quinto no ranking de crimes de feminicídio, segundo os últimos dados do Mapa Violência (Cebela/Flacso). Estudo revela ainda que 50,3% das mortes violentas de mulheres são cometidas por familiares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros. “Estes números já são alarmantes e podem piorar diante da assinatura do decreto que facilita o porte de armas, assinado pelo atual presidente, Jair Bolsonaro. Sem contar com a retirada de políticas públicas que atuam nas áreas de prevenção e proteção social. Só este ano, já ocorreram mais de 200 feminicídios no país”, afirmou a secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Marli Melo. Para Luciana Araújo, jornalista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, militante feminista que atua no Núcleo Impulsor da Marcha das Mulheres Negras, a mídia brasileira ainda culpabiliza as vítimas e romantiza as mortes e violência. “Os veículos de comunicação tentam sempre nos representar de forma diminuída. A mídia instiga a culpabilização da vítima, permitindo a violência à mulher. A divulgação das informações é sempre que o homem bateu por amor ou por ciúmes. O papel do jornalismo também é de passar uma mensagem para educar as pessoas e que o feminicídio não deve ser visto como um problema A advogada pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP) e cofundadora e integrante da Rede Feminista de Juristas, Isabela Del Monde, contou diversos tipos de machismo na sociedade atual brasileira. “Até 2002, por exemplo, no Brasil um casamento poderia ser anulado se a mulher não fosse virgem. Até pouco tempo, a mulher precisava pedir autorização dos maridos para trabalhar. Ainda hoje existe o ponto do marido depois do parto, procedimento cirúrgico para aumentar o prazer do companheiro e, muitas vezes, sem consentimento da mulher”, disse. “Todos esses elementos mostram a cultura machista que ainda existe no país. E, por isso, é preciso que mulheres ocupem cada vez mais de poder para o enfrentamento contra o patriarcal”, concluiu. Em sua intervenção Ana Nice Martins, vereadora de São Bernardo do Campo (SP) pelo PT, apresentou seu projeto de lei aprovado na Câmara da cidade que dispõe sobre diretrizes para a enfrentamento à violência contra mulheres. “A medida visa estratégias efetivas de prevenção e de ações que garantam o empoderamento feminino e seus direitos humanos, a responsabilização dos agressores e o acolhimento qualificado às mulheres em situação de violência. É um projeto que integra os serviços públicos já existentes e outros que forem criados, para consolidar uma política municipal de enfrentamento à violência contra as mulheres." Abertura “Estamos vivendo um momento de retrocessos que só aumenta a violência contra as mulheres e, principalmente, as mulheres negras. Precisamos combater o governo de Bolsonaro. É uma agenda que retrocede anos de conquistas para a luta de gênero no país”, disse a secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista. (Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT) Veja também |