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Democracia, sim. Golpe, não!
Entenda por que repudiamos o processo de impeachment de Dilma e a tentativa de golpe por parte daqueles que são contra a agenda da Classe Trabalhadora
05/12/2015


Embora adotem o discurso neoliberal de não intervenção do Estado, nunca antes na história deste país a classe patronal recebeu tantos benefícios do governo federal como na última década. A redução de impostos, a oferta de crédito inclusive subsidiado, a desoneração da folhas de pagamento, o controle monetário sobre a inflação, as taxas de juros e o câmbio, entre outros benefícios, não impediram que os grandes meios de comunicação e a classe empresarial ajudassem na tentativa de apear do poder o ex-operário Lula e a mulher Dilma.

Aí contou o preconceito de classe e a ideologia contrária a governos ditos democrático-populares. A mídia, o empresariado (com raríssimas exceções) e setores do Judiciário aliaram-se à uma oposição raivosa que, também por preconceito, nunca se conformou por ter perdido espaço no poder para o PT, enfim, para aqueles que não os representam.

A burguesia brasileira nunca ficou tanto tempo fora do poder em 502 anos de história do nosso país e não suporta mais ter de disputar espaço com os pobres em shoppings, restaurantes, aeroportos, avenidas, universidades, empregos etc, e ficou indignada com os avanços sociais e trabalhistas conquistados por algumas categorias, como os empregados domésticos, que agora têm direito a CTPS assinada, horário de trabalho regulamentado e benefícios conquistados há décadas por outras categorias, como o FGTS, por exemplo.

Por isso, nas últimas eleições, essa burguesia turbinou o financiamento empresarial das campanhas eleitorais para eleger um Congresso Nacional extremamante conservador e para minar a base destes governos, que foram constituídos pela coalisão de vários partidos, entre os quais o PMDB do vice-presidente Michel Temer, e dos presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, partidos e políticos que passaram a ser “inimigos na trincheira”, basta ver as dificuldades impostas por eles para a aprovação dos projetos do governo.

Mesmo enfrentando os poderes político, econômico e midiático, a presidenta Dilma foi reeleita pela maioria do voto popular há pouco mais de um ano. O povo entendeu que o primeiro mandato da presidenta foi satisfatório e, democraticamente, lhe concedeu a chance de ficar mais quatro anos no poder central.

Infelizmente, a crise que afeta hoje todos os países desenvolvidos ou em desenvolvimento no mundo chegou com força ao Brasil principalmente nos dois últimos anos, tornando-se aguda neste 2015 que não vai deixar saudades. Dilma, além de não ter conseguido cumprir com boa parte das promessas de campanha, foi forçada no início do ano pelo deus mercado a colocar um ex-colaborador tucano no Ministério da Fazenda e submeter-se às propostas impopulares de ajuste fiscal para tentar equilibrar um orçamento em baixa, que não têm dado certo porque o Congresso Nacional impôs inúmeras derrotas ao governo para desgastar ainda mais a imagem da presidenta e seu governo.

Com menos dinheiro em caixa, o governo teve de usar recursos de bancos federais não previstos no orçamento para manter e honrar o pagamento de programas sociais importantes como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Pronatec, o Saúde Não Tem Preço (que oferece medicamentos gratuitos pela rede Farmácia Popular), entre outros. O TCU – formado por ministros outrora indicados por partidos de oposição ao governo e que respondem por acusações de corrupção – decidiu que esta manobra contábil normalmente utilizada por todos os governos e apelidada de “pedaladas fiscais”, pode ser considerada apenas para Dilma um “crime” de responsabilidade da governante, abrindo caminho para que pessoas vinculadas à oposição entrassem com um pedido de impeachment.

Agora Dilma sofre um pedido de impeachment injusto. Obviamente, por trás, mais uma alternativa da oposição de desgastar seu governo. De tabela, desgastar e enfraquecer não só o PT, mas também toda a esquerda brasileira, incluindo aí os movimentos sociais (sindicais, agrários, estudantis, populares etc), tudo para diminuir o número de vereadores e prefeitos socialistas e comunistas, base para sedimentar a volta da elite neoliberal e facista ao poder em 2018.

Para mostrar aos trabalhadores e trabalhadoras quem são os que querem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e os seus reais interesses, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, apresenta artigo esclarecedor sobre o assunto que domina os noticiários nacionais há semanas. Confira.

“Acusado com provas substanciais de manter diversas contas na Suíça e de ter recebido propina de banqueiros, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, num gesto de desespero para não ser cassado por corrupção, resolveu chantagear o governo da presidenta Dilma, acolhendo o requerimento da oposição para abrir um processo de impeachment. O pedido foi feito pelos inimigos históricos da classe trabalhadora. Veja:

1. Os golpistas do impeachment são os mesmos que querem instituir a TERCEIRIZAÇÃO SEM LIMITES, através da PLC 30/2015, oriundo do famigerado PL 4330, já aprovado na Câmara, agora em tramitação no Senado. Com isso, ELLES querem precarizar o trabalho, reduzir salários, cortar direitos trabalhistas e esfacelar a organização sindical dos trabalhadores.

2. Os golpistas do impeachment são os mesmos que defendem abertamente a FLEXIBILIZAÇÃO das leis trabalhistas, incluindo a prevalência do negociado sobre o legislado, que foi barrada na Câmara, e a IDADE MÍNIMA PARA A APOSENTADORIA, prejudicando quem começou a trabalhar mais cedo.

3. Os golpistas do impeachment são os mesmos que querem o fim da POLÍTICA NACIONAL DE VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, responsável por um aumento real de 70% nos últimos 12 anos, considerada como o maior instrumento de enfrentamento das desigualdades, mas ELLES afirmam que não é compatível com a “produtividade” do Brasil.

4. Os golpistas do impeachment são os mesmos que condenam a “gastança” do governo em programas como BOLSA FAMÍLIA, PRONATEC, PROUNI, MAIS MÉDICOS e tantos outros dirigidos aos pobres que antes não tinham vez.

5. Os golpistas do impeachment são os mesmos que apóiam o FIM DO REGIME DE PARTILHA DO PRÉ-SAL, através do PLS 131/2015, apresentado pelo senador José Serra (PSDB), pois são contra a utilização dos recursos do PRÉ-SAL PARA A SAÚDE E A EDUCAÇÃO do povo brasileiro. Também são contrários ao CONTEÚDO NACIONAL na produção de equipamentos para o PRÉ-SAL, o que foi responsável pela reativação da indústria naval brasileira, o gerou milhares de empregos.

6. Os golpistas do impeachment são os mesmos que combatem a TAXAÇÃO DAS GRANDES FORTUNAS e o FIM DO FINANCIAMENTO EMPRESARIAL DAS CAMPANHAS ELEITORAIS, uma das principais fontes da corrupção no Brasil.

7. Os golpistas do impeachment são os mesmos que estão envolvidos com os esquemas históricos de corrupção e TENTAM IMPEDIR QUE CONTINUEM AS INVESTIGAÇÕES, pois a lei anticorrupção que permite a prisão de corruptores é de 2012, assinada pela presidenta Dilma. ELLES gostariam que a corrupção fosse jogada para debaixo do tapete, como acontecia historicamente no Brasil.

8. Os golpistas do impeachment são os mesmos que protegem a meia dúzia de famílias que controlam os meios de comunicação no país, que definem o que deve ser discutido ou ignorado, que FALSEIAM E MANIPULAM AS INFORMAÇÕES e que jogam com a desinformação do povo como veremos fartamente nos próximos dias, quando estimularão a ida de pessoas para as ruas pelo golpe e depois farão cobertura de forma cinematográfica para criar um ambiente favorável aos golpistas.

9. Os golpistas do impeachment são os mesmos que querem aprovar um conjunto de violações aos direitos das mulheres, a redução da maioridade penal e o estatuto da família, dentre outros itens da pauta conservadora, na tentativa de ELIMINAR AVANÇOS NOS DIREITOS SOCIAIS e no respeito à diversidade.

É verdade que temos broncas com itens da política econômica do governo Dilma. Por diversas vezes ocupamos as ruas com as pautas dos trabalhadores, fazendo greves e mobilizações. Mantemos as críticas à agenda do ministro Levy, que tem gerado desemprego. Todavia, não temos dúvidas em afirmar que o que poderá vir se os golpistas do impeachment tiverem êxito é imensamente pior para a classe trabalhadora e a democracia brasileira.

Conclamamos os lutadores e as lutadoras do movimento sindical, do campo e da cidade, e todos os movimentos sociais comprometidos com um país mais justo e igualitário, a disputar a opinião nos locais de trabalho e tomar as ruas para enfrentar democraticamente o ódio e a intolerância de quem não se conformou com o resultado das eleições e tenta mais uma vez emplacar o terceiro turno.
Estamos atravessando a maior luta de classes na história do Brasil. É preciso desmascarar os interesses que representam os golpistas do impeachment e cumprir o nosso papel de representantes classistas para organizar e orientar os trabalhadores, a fim de impedir o golpe e o retrocesso”.

 
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