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Desemprego no Brasil salta a 7,5% em julho
Números que reforçam o quadro de recessão no país em meio ao cenário de inflação alta e instabilidade política
20/08/2015


A taxa de desemprego no Brasil saltou para 7,5% em julho, maior nível em mais de 5 anos, em consequência do aumento de quase 10% da população desocupada, números que reforçam o quadro de recessão no país em meio ao cenário de inflação alta e instabilidade política.

O resultado do mês passado é o maior desde maio de 2010, quando também ficou em 7,5%, e veio bem pior do que a mais elevada projeção em pesquisa Reuters, cuja mediana apontava para 7,05%o. Em junho, a taxa havia sido de 6,9%.

Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população desocupadacresceu 9,4% em julho, na variação mensal, e 56% sobre um ano antes, somando 1,844 milhão de pessoas que estão à procura de uma posição nas seis regiões metropolitanas analisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

O aumento na comparação anual é o maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2003.

– É uma procura crescente de trabalho que está sendo influenciada por pessoas que foram demitidas, mas por pessoas que antes estavam inativas e saem dessa condição para tentar uma oportunidade. São duas frentes – afirmou a técnica do IBGE Adriana Beringuy.

Já a população ocupada ficou estagnada no mês passado frente a junho e recuou 0,9% em base anual, a 22,755 milhões de pessoas.

O IBGE informou ainda que a renda média da população mostrou leve alta de 0,3% em julho, chegando a R$ 2.170,70 mensais. Sobre um ano antes, no entanto, houve uma queda de 2,4%.
Os resultados de julho mostram a continuidade da deterioração do mercado de trabalho desde o fim do ano passado, depois de um longo período de desemprego na mínima histórica mesmo com a economia já então praticamente estagnada.

A piora do mercado de trabalho – que vinha sendo uma das principais bandeiras do governo da presidente Dilma Rousseff e embalou sua campanha pela reeleição – é um componente importante da crise econômica e política pela qual atravessa o país.

Segundo a pesquisa Focus do Banco Central, economistas esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) encolha 2% neste ano e continue contraindo no ano que vem, na maior recessão em 25 anos.
A população ocupada ficou estatisticamente estável em ambas as comparações temporais, em 22,8 milhões de pessoas. A PME inclui as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Carteira assinada

Empregos com carteira assinada e o rendimento real habitual do trabalhador brasileiro registraram queda em julho deste ano, conforme pesquisa divulgada pelo IBGE. Os empregos com carteira assinada somaram, em julho, 11,3 milhões nas seis regiões metropolitanas analisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME). De acordo com o IBGE, o número caiu 3,1% em relação a julho de 2014. Isso significa que há – no mercado de trabalho – menos 359 mil pessoas com carteira assinada.

Na comparação com junho deste ano, também houve uma queda, de 1,5%, no número de pessoas com carteira assinada. Os empregos sem carteira assinada somaram 1,98 milhão: houve estabilidade – no que se refere aos trabalhadores sem carteira – tanto na comparação com junho deste ano, quanto na comparação com julho de 2014.

A população ocupada total nas seis regiões metropolitanas ficou estatisticamente estável em ambas as comparações temporais, em 22,8 milhões de pessoas.

Entre os grupamentos de atividades, os postos de trabalho mantiveram-se estáveis em todos eles, na comparação com junho deste ano. Na comparação com julho do ano passado, houve quedas na oferta de postos de trabalho na indústria (-4%) e na construção (-5,2%). Os itens educação, saúde e administração pública registraram aumento de 4,2% na população ocupada.

 

 

Por Redação do Correio do Brasil, com Reuters

 
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