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Conquista no setor naval: garantida construção de duas plataformas em Rio Grande
Acordo foi assinado ontem (2) na sede da Petrobras. Presidente da CNM/CUT lembra que empregos no setor precisam ser defendidos, assim como a estatal e a soberania energética brasileira
03/07/2015


A Petrobras vai retomar a construção das plataformas P-75 e P-77 em Rio Grande (RS). A decisão foi anunciada pelo diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais, Roberto Moro, nesta quinta-feira (2) em reunião na sede da estatal, no Rio de Janeiro (RJ), com o prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, e representantes do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade e do Sindicato Nacional da Indústria Naval.

Do lado de fora do prédio da Petrobras, cerca de 200 metalúrgicos da cidade gaúcha faziam uma vigília à espera do resultado do encontro. A retomada das obras das plataformas foi assegurada com a assinatura de uma ata oficializando o acordo e comemorada pelos trabalhadores. Embora o novo cronograma não tenha sido divulgado, a expectativa é a de que isso ocorra em 30 ou 40 dias, segundo o prefeito, podendo gerar 4,5 mil empregos diretos.

O acordo entre a Petrobras e o consórcio QGI garante o retorno ao Estado de um contrato cujo valor inicial chegava a US$ 1,6 bilhão, solucionando um impasse que vinha desde fevereiro, quando as obras foram paralisadas. Previsto inicialmente para o fim de abril, o acordo entre as partes esbarrava também na possibilidade de nova licitação ou do envio das obras para o exterior.

Defesa do emprego e da Petrobras

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, destacou a importância da iniciativa e lembrou que a entidade tem lutado, junto com os sindicatos dos metalúrgicos da CUT de Rio Grande, Niterói (RJ), Pernambuco e Espírito Santo, com os petroleiros e os trabalhadores do ramo industrial, em defesa dos empregos e da soberania energética do Brasil.

“Os metalúrgicos da CUT foram protagonistas no projeto implementado pelo governo que recuperou a indústria naval brasileira. E estão, junto com as demais categorias do Macrossetor da Indústria da CUT [químicos, têxteis, construção e alimentação], os petroleiros, movimentos sociais e setores progressistas lutando permanentemente em defesa da Petrobras, da indústria naval e da soberania energética do nosso país. Não podemos admitir que os trabalhadores sejam os maiores prejudicados por essa campanha sórdida contra a nossa maior estatal, que está por traz da Operação Lava Jato”, assinalou Cayres, que, inclusive, em Guararema (SP), participando da Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros.

O presidente da CNM/CUT referiu-se à onda de demissões no setor naval, desencadeadas depois que a Operação começou. “Ontem mesmo [2], em Niterói, o estaleiro Mauá (EISA) fechou as portas”, informou. Mas, para ele, para além das dificuldades geradas pela interrupção das encomendas às empresas do segmento, está em jogo também o respeito aos direitos dos trabalhadores. "As empresas lucraram muito ao longo desse tempo e não podem, simplesmente, depois do expediente, avisar que está fechando as portas, como fez o EISA. Isso é um ataque aos metalúrgicos e temos de nos mobilizar em defesa dos companheiros de Niterói", disse.

O dirigente lembrou que a CNM/CUT e os sindicatos que representam os trabalhadores do segmento naval têm atuado para cobrar das autoridades públicas medidas que assegurem empregos e produção. Os sindicalistas já se reuniram com representantes do governo e no último dia 24 também asseguraram que o tema fosse ao debate na Câmara dos Deputados.

Paulo Cayres alertou, porém, que, por traz da Lava Jato, há a campanha sórdida pela privatização da Petrobras e a entrega do setor naval às multinacionais. “Mais do que ninguém, condenamos a corrupção histórica em nosso país, que retira investimentos no desenvolvimento social. Mas, neste momento, sabemos que a direita e os capitalistas querem desmoralizar a Petrobras, para entregá-la às multinacionais. Se isso acontecer, a educação e a saúde pública serão as primeiras prejudicadas, com o fim da destinação dos royalties do petróleo para as duas áreas”, afirmou, ressaltando que estes ataques estão representados no Senado pelo projeto de lei do tucano José Serra [PLS 131], mudando o sistema de partilha e exploração petrolífera.

 

 

 

Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT

 
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