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Posse: Nova diretoria reafirma compromisso de luta por direitos e democracia . 01/02/2016 Ato político em desagravo ao advogado Carlos Araújo pautou os discursos da solenidade de posse A nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, eleita pela chapa única em outubro do ano passado, com 96% dos votos válidos, foi empossada na noite da sexta-feira, 29 de janeiro, no salão de eventos da Escola Técnica Mesquita, que ficou lotado com a presença de familiares e companheiros de trabalho e de luta dos novos dirigentes. Um ato político em desagravo ao advogado trabalhista Carlos Araújo pautou os dircursos que convergiram para um mesmo rumo: a importância da luta pela democracia em nosso país, especialmente a favor da democratização dos meios de comunicação, que, diante do desgaste da classe política, se traveste de partido político para impor uma pauta de desconstrução dos partidos de esquerda, criminalização dos movimentos sociais, cessamento dos avanços sociais e econômicos conquistados pelas classes menos favorecidas e a clara busca de volta ao poder de políticos mais alinhados ao modelo econômico defendido pela elite burguesa de nosso país, atacando os governos democráticos e populares com notícias mentirosas e/ou tendenciosas, que visam incutir na mente dos brasileiros informações que causam aversão, oposição e ódio a partidos e outras instituições de esquerda. A posse reuniu cerca de 800 pessoas, entre as quais trabalhadores e trabalhadoras associados, e autoridades como os dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Claudir Nespolo; da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Paulo Cayres; da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM/CUT), Jairo Carneiro; da Associação de Metalúrgicos Aposentados de Porto Alegre, Anestor Galon, além do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre (Stimepa), Lirio Segalla, do deputado Nelsinho Metalúrgico e do homenageado, Dr. Carlos Araújo, que é quem teve a responsabilidade de declarar empossada a nova diretoria (veja lista abaixo).
Ato de desagravo Durante a solenidade de posse, os presidentes da CUT, CNM/CUT, FTM/CUT e Stimepa promoveram um ato de desagravo ao advogado trabalhista Dr. Carlos Araújo. Para quem não sabe ou lembra, na ânsia de tentar criar mais um factoide para reforçar o equivocado pedido de impeachment de Dilma Rousseff, a revista Época, da família Marinho (Rede Globo), investiu no círculo familiar da presidenta com o objetivo de buscar crédito à informação de que executivos de uma importante empresa envolvida na chamada Operação Lava Jato, que investiga supostos desvios de recursos da Petrobrás, teriam procurado o ex-marido de Dilma para conseguir uma agendacom a presidenta, cujo objetivo seria destravar empréstimos oficiais.Araújo deixou claro que não fez nem faz qualquer tipo de articulação política, não exerce influência sobre o governo de sua ex-companheira e não concedeu nenhuma entrevista sobre o caso com a Revista Época. No início do ato, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, falou da trajetória de luta de Carlos Araújo e sua família, como advogado defensor dos pobres e dos operários a partir de 1960. “Lutou pela Legalidade aqui no Rio Grande do Sul e, em seguida, em Pernambuco, ajudou Francisco Julião a organizar as Ligas Camponesas contra o trabalho semiescravo imposto pelos latifundiários”, disse. Depois do golpe militar, passou a pedir habeas corpus para os militantes de esquerda presos pelo regime. Acusado de ser cúmplice dos militantes de esquerda, foi perseguido e buscou a clandestinidade para organizar a resistência via Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, onde conheceu no final dos anos 60 aquela que viria a ser sua mulher, mãe da única filha do casal e primeira presidenta do Brasil 40 anos depois. Mais tarde, depois da anistia, elegeu-se deputado por três mandatos e ajudou Leonel Brizola a organizar um partido trabalhista. “São 78 anos de muita peleia. E, estes mesmos que o perseguiam lá atrás, voltaram a atacá-lo por meio de uma revista que não está a altura da liberdade de imprensa conquistada por ele e outros antigos companheiros. Este é o motivo pelo qual queremos fazer este ato de desagravo e solidariedade ao Dr. Carlos Araújo e um protesto contra a imprensa golpista do país”, disse Nespolo. O presidente da Federação, Jairo Carneiro, lembrou da militância de Carlos Araújo na metalurgia. “Ele ajudava a organizar os trabalhadores da extinta Wallig e os Araújos, a partir do escritório de advocacia da família, eram reconhecidos como grandes paladinos na defesa da classe trabalhadora”, disse. “Ficará marcado em nossa história o fato de que nossa diretoria foi empossada pelo Carlos Araújo”, concluiu. Em seguida, entregou ao homenageado uma placa contendo os seguintes dizeres:“Ao Dr. Carlos Araújo, pelo mérito de suas lutas e sonhos. Como advogado trabalhista, por acreditar num mundo pleno de justiça social, onde o trabalho seja valorizado e dignificado. Como parlamentar, pelo esforço incansável no aprimoramento das instituições republicanas e democráticas. Como cidadão engajado politicamente, pela luta corajosa em favor da democracia e do estado de direito. Por tudo isso, importa homenageá-lo neste momento tormentoso, mais ainda, quando a democracia, o respeito às opiniões plurais, à biografias meritórias e os direitos fundamentais são agredidos pelos inimigos históricos de sempre”. Emocionado, Carlos Araújo classificou o gesto como um generoso carinho daqueles a quem mais respeita, que são os trabalhadores brasileiros. “É emocionante porque, tendo recebido muitas mensagens de apoio e solidariedade do Brasil inteiro, nenhuma para mim é mais importante que esta placa, este momento, este carinho que estão me fazendo”. Araújo lembrou as raízes de sua família no movimento sindical. “Em 1952, meu pai foi o primeiro advogado a defender exclusivamente os trabalhadores. Aos 14 anos de idade, ia com ele nos sindicatos. A luta sindical era frágil, muito carente, sem estrutura e a gente começou a conviver com isso. Fui criado neste ambiente, em portas de fábricas, em passeatas, ajudando a fazer panfletos, jornaizinhos”. Entre as fábricas citadas, Araújo lembrou da Zivi Hércules, da Wallig e da Taurus. Em seguida protestou contra a matéria publicada pela Revista Época e questionou a publicação: “Por que ela não investiga os donos das Organizações Globo, que vivem refugiados em Miami?”. Segundo consta, estes enriqueceram após apoiar a ditadura, viver sob empréstimos subsidiados, sem juros nem nada, se envolver em rumorosos casos de fraudes eleitorais, escândalos ligados ao futebol e sonegação fiscal.“Essa coisa que fizeram comigo, que não tem provas, isso não é nada. Eu sou peixe pequeno. Eles querem, na verdade, é evitar que Lula vença em 2018”, opinou. Por fim, agradeceu as homenagens. “Agradeço imensamente. Vocês me causaram talvez um dos dias mais felizes de minha vida. É momento de muita felicidade para mim. Porque aqui é minha casa, aqui é meu povo, aqui é meu ambiente, é aqui que eu sei andar, é aqui que eu sei respirar, é aqui que eu sei viver e é aqui que eu sei lutar”, concluiu. Para o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, esta é a forma pela qual age a grande mídia: “Querem atingir o ex-presidente Lula, mas nunca vão pegá-lo porque não há porque pegá-lo. Por isso, tentam pegar os companheiros de classe” afirmou. Para ele, a mídia é importante mas atualmente está “desdemocratizando” o país. “Este tipo de mídia tem que ser tratada como inimiga de classe. Todos os dias tenta nos atingir, até quando usamos uma camisa vermelha escrito CUT”. Por fim, pregou a resistência da Classe Trabalhadora contra a mídia golpista e contra setores conservadores dos poderes Judiciário e Legislativo. “Não podemos vacilar. É luta de classe e temos que avançar!”, concluiu. O ex-governador Olívio Dutra lebrou de um artigo da Constituição Federal que ainda precisa ser regulamentado, segundo o qual os meios de comunicação não podem, de forma direta ou indireta, ser objeto de monopólios e oligopólios. “Dilma e Lula são alvos dos ataques destes grupos conservadores por causa da atuação que trouxe avanços sociais importantes para a população brasileira. E a luta da esquerda não foi interrompida ou impedida de avançar em nenhum momento. É isto que está em jogo e a mídia está no campo daqueles que querem a volta ao passado”, disse. Para ele, a homenagem a Carlos Araújo é mais que merecida. “É uma afirmação de luta do povo trabalhador a todas estas manobras promovidas pelas elites, pela classe dominante, por grupos empresariais poderosos, por latifundiários e por interesses internacionais. Precisamos aumentar a capacidade de resistência, reafirmar este projeto que melhorou a vida de milhões de brasileiros”, concluiu. Último a falar, o presidente Lirio Segalla lembrou que se não existissem pessoas como o Dr. Carlos Araújo, “não teríamos condições de estar hoje aqui realizando esta confraternização de posse, porque ele foi uma das pessoas que mais lutou para que momentos como este fossem possíveis. Ele combateu a ditadura militar num momento em que a política só poderia ser feita por doutores de direita, porque doutores de esquerda eram presos, torturados, assassinados... Por isso, nós nos sentimos honrados e prestigiados por sua presença. E motivo pelo qual prestamos nossa solidariedade”, disse. Segalla também lembrou dos ataques sofridos pelo ex-governador Olívio Dutra e dos ataques a todos os avanços conquistados a partir de seu governo, entre os quais o piso regional, que o ex-governador Tarso Genro recuperou, mas que agora sofre novo ataque do atual governo do PMDB. Com relação à mídia, lamentou que grande parte daquilo que é produzido e veiculado pelos meios de comunicação são reproduzidos pela classe trabalhadora. “Tudo aquilo que a gente faz é desconstituído em 10 minutos pelo noticiário”, lamentou ao classificar o poder que a mídia tem de influenciar na opinião das pessoas. “Todos aqueles como nós, que tem a ousadia de assumir cargos públicos e sermos protagonistas da história política do país, vamos sofrer ataques. A tentativa da mídia e da burguesia não é apenas nos derrotar, mas também desmoralizar nossa unidade e nossa força. E o ataque ao Carlos Araújo é um ataque a todos nós. Mas cabe lembrar: eles têma mídia, eles têm o dinheiro. Mas nós temos uns aos outros”, disse Segalla. Segalla ressaltou a história de luta do Sindicato dos Metalúrgicos por democracia, por conquistas sociais e por direitos. “Sei de minha responsabilidade perante nossa entidade, que é visada, e muito, mas temos que lutar com tenacidade. Nosso Sindicato é um dos mais respeitados do país e está em todas as frentes de trabalho e de luta possíveis. Tenho orgulho de ter uma diretoria com esta que hoje toma posse e tenho certeza de que ela vai continuar a luta por democracia em nosso estado e país, e por direitos e avanços para a categoria metalúrgica”, encerrou.
DIREÇÃO EXECUTIVA Presidente: Lírio Segalla Martins Rosa SUPLENTES DA EXECUTIVA Edgar Lucídio Chaves Fernandes CONSELHO FISCAL João Batista Massena SUPLENTES CONSELHO FISCAL Cláudio de Azambuja Ferrás DIRETORIA GERAL João Carlos de Lima Moraes
Por Geraldo Muzykant, da Assessoria de Comunicação Social do Stimepa Veja também |