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Metalúrgicos do ABC elegem 272 dirigentes para 93 comitês sindicais Segundo turno da eleição será em maio, quando categoria escolherá presidente e membros dos conselhos fiscal e de direção entre os eleitos no chão de fábrica 31/03/2014 Os metalúrgicos e as metalúrgicas do ABC elegeram 272 dirigentes para representar o Sindicato dentro dos locais de trabalho por meio de 93 Comitês Sindicais de Empresa, conhecidos como CSEs, entre eles o comitê de sindical de aposentados. A votação ocorreu na terça e quarta-feira, com urnas nas fábricas, e a apuração foi concluída na quinta-feira (27) e teve a participação de 80% dos associados/as com direito a voto. Essa foi a primeira etapa do processo eleitoral dos metalúrgicos do ABC à escolha da direção do Sindicato para o próximo mandato de três anos. A segunda e última parte da votação acontecerá em 7 e 8 de maio, quando a categoria voltará às urnas para escolher entre os 272 eleitos no primeiro turno o presidente do Sindicato, o Conselho da Executiva da Direção e o Conselho Fiscal. A posse está marcada para julho. Isso significa que somente aqueles que foram votados e eleitos pela base para os comitês sindicais poderão disputar vaga nessas três instâncias de direção. Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o secretário-geral nacional da CUT, Sérgio Nobre, é um dos trabalhadores eleitos (no caso dele, reeleito) para o Comitê Sindical de Empresa na Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo. O presidente do Sindicato, Rafael Marques, também reeleito pela Ford, quer ampliar o debate nos CSEs eleitos. “Vamos exercer um mandato que represente a vontade depositada em nós pelas urnas. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem mais de 100 mil trabalhadores em sua base, dos quais 75% associados. Na eleição anterior, em 2011, foram escolhidos 233 representantes em 89 comitês sindicais. Mais um modelo pioneiro A maneira de organização dos metalúrgicos do ABC começou a se diferenciar das demais entidades sindicais na década de 1980, quando o sindicato passou a eleger comissões de fábrica, organismos que não tinham reconhecimento oficial. Os Comitês Sindicais de Empresa superaram essa situação e a primeira eleição neste modelo foi realizada em 1999, quando foram escolhidos 190 dirigentes em 69 Comitês Sindicais. Assim, os CSEs surgiram do conceito das Comissões de Fábrica criadas nas décadas de 1970 e 1980 ainda na ditadura militar, quando a maioria dos sindicatos estava sob intervenção do governo militar e os dirigentes sindicais afastados do chão de fábrica. Os comitês hoje são criados por meio de acordo entre o Sindicato e as empresas. Nos locais de trabalho onde há CSE, a relação com os trabalhadores é muito eficiente, desde a atuação na resolução de questões pontuais no chão de fábrica até na negociação de acordos coletivos e negociações de PLR, e os direitos trabalhistas básicos fiscalizados e cumpridos.
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