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Indústria brasileira precisa de política de Estado, defendem metalúrgicos da CUT
POLÍTICA INDUSTRIAL: O BRASIL PRECISA E NÓS QUEREMOS
20/06/2013


A indústria brasileira precisa de uma política perene e não apenas de medidas pontuais como a desoneração da folha de pagamento e a isenção e/ou redução de impostos. Esta é a posição dos metalúrgicos e metalúrgicas da CUT, que estão reunidos em plenária nacional desde esta quarta-feira (19). O tema do evento é “Política Industrial: o Brasil precisa e nós queremos!”.

A plenária é organizada pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) e reúne 150 sindicalistas de todas as regiões do país. No encerramento, na tarde desta quinta-feira (20), os participantes aprovarão documento com as propostas da categoria para a política industrial.

Para subsidiar o debate sobre o tema, ontem (19) ocorreu um painel com a participação do presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, do diretor do Instituto de Economia da Universidade de Campinas, Fernando Sarti e o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges Lemos.

"Queremos uma política de Estado e não de governo, sujeita a mudanças a cada eleição. Estamos falando de desenvolvimento tecnológico, criação de emprego, organização no local de trabalho. Não adianta só desonerar. Queremos que o governo aumente o seu investimento. Os empresários também precisam fazer a parte deles", afirmou Paulo Cayres.

Ele citou o programa Inovar-Auto como exemplo da participação dos trabalhadores na formulação de propostas para o setor, no caso especificamente o automobilístico. “É uma política de governo. Mas queremos que seja uma política de Estado. Temos de aproveitar este momento para sermos propositivos”.

Por isso, o presidente da Confederação disse que e papel do sindicalismo metalúrgico cutista influenciar nos debates sobre a indústria, para garantir que o Estado seja o indutor do desenvolvimento econômico e social do país. “E nossa categoria é uma das mais atuantes nos fóruns do Plano Brasil Maior. Temos de aproveitar isso, sem se acomodar, à espera de canetadas do governo. O melhor alimento da classe trabalhadora continua sendo a luta”, enfatizou Paulão.

Investimento

Investimento foi a palavra que permeou as intervenções. “O Brasil não pode bater recorde de vendas, atingir 90% de sua capacidade de produção (no segmento automobilístico) e investir tão pouco”, afirmou o diretor do Instituto de Economia da Unicamp. Ele defende uma mudança no padrão de crescimento brasileiro, com investimentos pesados em infraestrutura, urbanização, construção civil. “Só vamos ter desenvolvimento se tivermos uma indústria, com o Estado coordenando a política industrial”.

Para Fernando Sarti, é impossível separar investimentos em infraestrutura de investimentos industriais. “Precisamos de um Estado mais forte, que supere a dificuldade e continue reconstruindo o desmonte promovido pelo governo FHC”, disse o diretor.

O presidente da ABDI, Mauro Borges Lemos, avaliou que as taxas mundiais de crescimento deverão continuar relativamente baixas ainda durante algum tempo. “Nesse sentido, vamos ter de contar com as próprias pernas”, opinou. Para ele, o país passa por um período de transição, que irá pelo menos até 2017, com algumas dificuldades no caminho. Lemos ponderou que houve alguma demora na formulação de uma política industrial efetiva, o que só teria acontecido após o “sinal amarelo” da crise mundial de 2008.

Agora, é preciso estimular o investimento, embora o consumo continue sendo “um vetor relevante” para o crescimento. Politicamente, o presidente da ABDI vislumbrou dois caminhos para o país: um com investimento e consumo que garanta inclusão e outro de “controle” salarial para acúmulo de capital. São modelos defendidos por projetos diferentes de governo e que estarão em disputa nas eleições de 2014. “Está em jogo o novo padrão de crescimento. Ele se dará por meio do círculo virtuoso atual ou pelo padrão anterior, de controle salarial?”, indagou.

Lemos lembrou ainda que não havia discussão sobre política industrial no país até a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O ministro da Fazenda de FHC, Pedro Malan, dizia que a melhor política industrial era não ter política industrial”, recordou, ao enfatizar que foi com Lula que o país passou a colocar o tema em pauta e a ter crescimento econômico socialmente inclusivo, que tem garantido o país em tempos de crise.

“Quem pagou a conta do esforço fiscal vindo com o Plano Real foi o trabalhador, com redução da sua média salarial. A estabilidade monetária foi bancada pelo trabalhador. A partir de 2004, com as políticas inclusivas e o aumento real dos salários, o Brasil passou a viver outro patamar e garantir o crescimento também a partir do consumo”, assinalou o presidente da ABDI.
O painel sobre Política Industrial foi coordenado por Maria Ferreira Lopes, dirigente da CNM/CUT.
 


POLÍTICA INDUSTRIAL: O BRASIL PRECISA E NÓS QUEREMOS

Os Metalúrgicos e as Metalúrgicas da CUT, representados por sindicatos filiados à Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CNM/CUT), reunidos em regime de Plenária entre os dias 19 e 20 de junho de 2013, cumprem com sua tarefa histórica de discutir e formular propostas com o objetivo de interferir nos rumos da indústria nacional.

A atual Política Industrial do Governo Dilma, intitulada Plano Brasil Maior (PBM), não apenas tem como tarefa elaborar medidas de incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional, mas também garantir a participação e incluir demandas dos principais atores envolvidos no processo produtivo: o trabalhador e a trabalhadora.

Uma indústria forte e pactuada com o conjunto da sociedade reflete tanto nos rumos da economia, quanto no cotidiano dos trabalhadores e trabalhadoras de nosso país. Não foi por mero acaso que a melhora nas condições de vida, renda e de trabalho do povo brasileiro, materializada entre 2003 e 2013 no crescimento de mais de 63% no emprego formal (ultrapassando a casa dos 48 milhões de pessoas) e, também, no sucesso das negociações salariais de data-base, ocorre num contexto de retomada de um projeto para a indústria.

Temos clareza que as melhorias citadas anteriormente, tão aguardadas pela classe trabalhadora brasileira, só foi possível porque o Estado reassumiu o papel de ser o indutor do desenvolvimento, apoiando-se, dentre outras tantas medidas, numa política industrial.

Continuaremos lutando, seja nos Conselhos de Competitividade do PBM, seja em outros espaços de debate em torno do futuro da indústria, para que a política industrial brasileira ora em curso reforce seu foco naquelas que consideramos serem questões centrais para a continuidade do projeto de desenvolvimento econômico e social:
1. contar com a participação indispensável dos (as) trabalhadores (as) na elaboração e avaliação de propostas;
2. garantir a presença de contrapartidas sociais e/ou trabalhistas nos financiamentos públicos;
3. promover e ampliar o emprego bem remunerado e de qualidade, seguindo as premissas do trabalho decente;
4. defender, estimular e valorizar a produção nacional;
5. fortalecer e consolidar uma indústria moderna de qualidade;
6. garantir que o empresariado e Estado melhorem os níveis de investimento produtivo na economia brasileira.

Dito isto, reforçamos nossa disposição de dialogar e reunir as demandas locais de nossos Sindicatos e Federações, garantindo espaços permanentes de formulação de propostas e de reflexão em torno dos setores que compõem o ramo metalúrgico: Aeroespacial; Automotivo; Bens de Capital; Eletroeletrônico; Máquinas e Equipamentos Agrícolas; Naval e Siderúrgico.

Direção Nacional e Delegados e Delegadas da Plenária Estatutária 2013

 

 

(Fonte: Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa da CNM/CUT, com Vitor Nuzzi – Rede Brasil Atual)

 
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