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Contra corrupção tucana nos trens e metrôs, 4 mil ocupam o centro de São Paulo Polícia Militar reprimiu alguns dos quatro mil manifestantes 15/08/2013 Contra a máfia do transporte público em São Paulo e a corrupção tucana, quatro mil manifestantes protestaram no centro paulistano na tarde desta quarta-feira (14). Milhares de trabalhadores (as), entre professores, metalúrgicos, petroleiros, químicos, bancários, municipais e outras categorias, reivindicam a instalação de uma CPI na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para apurar denúncias de fraudes nas licitações de obras do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A CUT/SP, demais centrais sindicais, movimentos sociais, partidos políticos e grupos organizados levantavam cartazes contra o sucateamento do transporte público na cidade. A manifestação cobrou resposta do governo do PSDB sobre formação de um cartel pelas empresas Siemens, Alstom, CAF, Bombardier, TTrans e Mitsui que, em troca de favores e contratos, teriam desviado recursos públicos e pago propina a políticos tucanos. Os manifestantes se concentraram no Vale do Anhangabaú, fizeram protestos em frente ao Ministério Público do Estado e seguiram até a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, onde representantes do Sindicato dos Metroviários e do Movimento Passe Livre (MPL) entregaram uma carta de reivindicações cobrando apuração das denúncias de corrupção, punição dos responsáveis e redução das tarifas. “Queremos que os fatos sejam apurados. Há denúncias sobre o recebimento de propinas por representantes tucanos e exigimos a abertura de uma CPI para que as investigações sejam aprofundadas. Pesquisa feita por deputados aponta que R$ 9 bilhões de propina significam aproximadamente 20 km de metrô ou 4 anos de tarifa zero”, afirmou o presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima. O secretário de Políticas Sociais da CUT/SP, João Batista Gomes, afirma que o povo paulistano precisa entender com clareza a corrupção cometidas pelo PSDB nos últimos 20 anos: “Esta administração não atende às necessidades dos usuários, mas serve para dar lucro aos empresários. O sucateamento do metrô e do trem é reclamação cotidiana dos trabalhadores que merecem, no mínimo, que este dinheiro seja devolvido para investimento no transporte e para qualidade de vida da população”. Após a marcha no centro, a Central se uniu a movimentos sociais em protesto que ocorriam em frente à Assembleia Legislativa. Segundo a secretária de Imprensa da CUT/SP, Adriana Magalhães, a conjuntura impõe a unidade na luta. “Ir à Assembleia reivindicar a criação de uma CPI em caráter de urgência significa escancarar o quanto este governo desrespeita a população paulista e prejudica a classe trabalhadora”, criticou. Na Alesp, a tropa de choque da Polícia Militar jogou bombas de gás lacrimogêneo e utilizou balas de borracha para conter os manifestantes. Muitos deles ficaram feridos. Para o dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Júlio César Silva Santos, as manifestações demonstraram a insatisfação do povo paulistano: “Sabemos que a grande mídia tenta esconder o caos diário nos metrôs e trens com superlotação, atrasos, acidentes e passagens caras. Eu vivencio isso todos os dias da zona leste para o centro. Saímos pras ruas para mostrar os prejuízos que o governo tem causado aos trabalhadores”. Segundo Luiz Felipe Grubba, da direção do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo, os fatos apresentados pela mídia tradicional são distorcidos o tempo todo. “Existe uma denúncia de corrupção e o governo do PSDB precisa responder a isso. Exigimos uma CPI já”. De acordo com Adriana, no momento em que são feitas denúncias de formação de cartel entre empresas estrangeiras do setor metroferroviário, com aval de governos estaduais do PSDB, revistas da grande mídia colocam como destaque secundário o caso Siemens. “O destaque principal da Veja desta semana foi dado para os efeitos dos exercícios de musculação nas academias – isso é um absurdo. Por isso, se a midia mente o povo vai para as ruas". Representante nacional do Levante Popular da Juventude, Thiago Pará ressalta que o desfalque causado por governos tucanos é histórico, desde as privatizações feitas pelo governo federal à época da gestão PSDB, até casos como o chamado mensalão tucano mineiro, ocultado por grandes veículos de comunicação. “E este governo estadual não favorece o povo brasileiro e serviços essenciais à população, mas sim os seus cofres e interesses próprios e corporativistas. Infelizmente, isso tem conivência da mídia e do Judiciário”, afirma o militante, que também é diretor de Políticas Educacionais da UNE. Para Jade Percassi, da direção estadual do MST, a criação de uma CPI é o mínimo que deveria existir neste momento. “Esperamos que a pressão unificada dos movimentos consiga romper com a blindagem da mídia, que as investigações sejam levadas adiante e o governo receba o tratamento devido por suas ações”, concluiu. As irregularidades com dinheiro público no estado de São Paulo datam da década de 1990, percorrem os governos tucanos e chegam até a gestão atual, com 325 contratos assinados e o desvio estimado de R$ 30 bilhões.
Fonte: Vanessa Ramos e Flaviana Serafim - imprensa da CUT/SP Veja também |