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Siderurgia: comitê mundial de trabalhadores aprova ação unitária contra precarização Evento da IndustriALL reuniu sindicalistas de 20 países e debateu conjuntura do segmento e importância da solidariedade 28/09/2017 Com debates sobre a indústria siderúrgica, as condições de trabalho e a necessidade de articular ações solidárias em nível mundial, foi realizado nestas terça e quarta-feira (26 e 27), em Paris (França), o encontro do Comitê Mundial dos Trabalhadores em Siderurgia promovido pela IndustriALL Global Union, a federação internacional dos trabalhadores na indústria. A atividade reuniu mais de 60 sindicalistas representando 20 países de todos os continentes. No encontro, os participantes externarem seu apoio aos metalúrgicos na Gerdau de Ouro Branco (MG) – onde nos últimos nove meses houve três acidentes com 10 vítimas fatais – e dos EUA (onde também houve acidente recentemente) e da Tenaris na Guatemala, onde o sindicato foi proibido de atuar. E definiram que é preciso atuar fortemente em defesa dos direitos das mulheres trabalhadoras do segmento, inclusive a igualdade salarial. Além disso, os participantes aprovaram a luta pela assinatura de Acordos Marco Globais (AMGs) com a Gerdau e a ArcelorMittal, que assegurem condições seguras e saudáveis de trabalho em todas as plantas no mundo e respeito às relações sindicais. O secretário geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira, representou o Brasil no encontro. Oliveira é também coordenador do Comitê Mundial dos Trabalhadores na Gerdau e, além de fazer uma exposição sobre a Indústria 4.0 (ou quarta revolução industrial) e o que ela pode significar no setor siderúrgico brasileiro, falou sobre a situação das indústrias e da economia no país e apresentou sua visão sobre o modelo de economia chinês (país que visitou há dois meses), um dos gigantes mundiais no segmento. (Leia mais sobre a missão à China aqui) Política de Estado e empregos Segundo ele, houve um intenso debate sobre a chamada prática de dumping no segmento siderúrgico chinês (dumping é a prática de preços inferiores ao do mercado, principalmente internacional). “Fiz uma intervenção lembrando que a China tem uma política de Estado para a indústria e faz investimentos pesados em infraestrutura, onde o produto siderúrgico é primordial. Ou seja, o país desenvolve sua economia através do investimento estatal, conforme a missão brasileira àquele país observou”, contou. A partir deste debate, ainda de acordo com o dirigente da CNM/CUT, os participantes concluíram que é papel dos sindicatos estimularem e investirem na solidariedade de classe. “Nosso papel é o de defender o trabalhador. Sem solidariedade não haverá emprego. Mas precisamos também discutir que formato de Estado queremos”, assinalou Loricardo no encontro. Durante o encontro foram debatidas também as consequências do avanço tecnológico decorrente da Indústria 4.0 sobre os empregos – com vagas fechadas permanentemente – e que tipo de trabalho haverá no futuro. “Os participantes entenderam que os sindicatos precisam se apropriar desse conhecimento para que possam intervir, debatendo inclusive que tipo de formação queremos para os jovens que entrarão no mercado de trabalho”, destacou Oliveira. “Concluímos, por fim, que é preciso construir uma pauta de reivindicações comum a todos, levando para o chão das fábricas os debates que fazemos em conferências e encontros de redes sindicais para envolver os trabalhadores diretamente nas lutas em defesa de seus interesses”, informou o secretário geral da Confederação. Avaliação Já a dirigente Sanjyot Vadhavkar, que também integra a coordenação do Comitê, resumiu os dois dias de evento: “Pudemos discutir as questões globais que envolvem a indústria siderúrgica, avaliando políticas para o segmento, como a da China, e o que os sindicatos podem fazer para defender os direitos dos trabalhadores, com estratégias para os terceirizados, as mulheres, os jovens”. (Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT) Veja também |