A Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS emitiu nesta data, 14 de maio, uma nota de solidariedade ao metalúrgico e ex-presidente da entidade, Milton Viário. Ele é atualmente assessor do governador Tarso Genro e, juntamente, com Ricardo Zamora, secretário-chefe de Gabinete do Governador do Estado, Elton Scapini, Secretário de Desenvolvimento Rural do RS, Roberto Perin, coordenador regional da Funai, e Selso Pelin, prefeito do município de Faxinalzinho, está sendo acusado de ter convencido líderes Kaingang a se deslocar para fora da aldeia Kandóia para discutir a continuidade dos processos de demarcação e resoluções acerca do clima de conflitos na região. Na ocasião, 9 de maio, a Polícia Federal invadiu a reunião e prendeu cinco índios alegando ter provas de seus envolvimentos nas mortes de dois agricultores daquele município.

Em nota conjunta, a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) do Rio Grande do Sul e a chefia de Gabinete do Governador do Estado afirmaram que foi inadequada a ação da Polícia Federal (PF), que prendeu os indígenas suspeitos. "Do ponto de vista legal e policial, nada temos a opor quanto ao cumprimento dos mandados. No entanto, do ponto de vista da solução do problema, a ação, realizada durante a reunião, relevou-se totalmente inadequada, já que interrompeu um momento muito importante de diálogo e construção de propostas que pacificariam o município e garantiriam o direito das duas partes”, diz trecho da nota assinada pelos secretários Elton Scapini, da SDR e Ricardo Zamora, secretário-chefe de Gabinete do Governador do Estado. De acordo com o texto, os representantes do governo do estado foram surpreendidos com a ação da PF. “Não tínhamos qualquer informação de que tais mandados seriam cumpridos naquele momento”, conta. O documento diz ainda que representantes do governo pediram ao Ministério da Justiça “que coordenasse a questão, de forma a não aumentar a tensão social já existente no município”. Após o incidente, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, classificou o fato como uma “lamentável coincidência”.

Nota de solidariedade

A Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul (FTMRS-CUT) se solidariza ao companheiro Milton Viário, ex-presidente desta entidade e atual assessor do governador Tarso Genro.
Com indignação, repudiamos qualquer tipo de investida contra décadas de trabalho em apoio aos movimentos sociais, através de manifestações infundadas de que o companheiro estaria por trás de iniciativas que contrariam os direitos dos índios.

No Governo do Estado, Milton Viário tem desempenhado um importante e incansável papel na articulação dos movimentos sociais com o Poder Executivo, primando pelo diálogo e visando soluções que possibilitem a diminuição das desigualdades.

Entendemos que está em curso uma campanha provocativa, caluniosa e difamatória. A categoria metalúrgica conhece de perto sua trajetória de militante na defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade.

Durante os anos em que esteve à frente de nossa entidade, Milton Viário foi responsável pelo estabelecimento de vínculos com os mais diversos movimentos que representam a sociedade e lutam por justiça.

Apoiamos nosso companheiro pela sua caminhada marcada pela verdade, pela defesa da cidadania, pelo diálogo e pela luta pacífica.

Porto Alegre, 13 de maio de 2014.

Jairo Carneiro - Presidente da FTMRS-CUT

Por: Geraldo Muzykant - Assessoria de Comunicação Social do STIMMMEC

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