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O sindicalismo de hoje não pode ser referência para amanhã, afirma economista no seminário da FTM e Dieese Seminário Nova Indústria, Nova Política, Novo Trabalhador, Novo Sindicato 16/05/2019 “Tudo o que construímos e sabemos até agora de movimento sindical não pode ser referência para o movimento sindical aqui para frente”, assim o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio iniciou sua manifestação no seminário “Nova Indústria, Nova Política, Novo Trabalhador, Novo Sindicato”. A atividade promovida pela Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS) e o Dieese aconteceu na manhã desta quarta-feira (15) e lotou o auditório da Federação.
“O mundo do trabalho está mudando, não sabemos o que virá pela frente, nem os empresários sabem”, declarou. De acordo com o economista, vários setores estão pleperxos diante do que está acontecendo, democracias ruindo, conservadorismo avançando, trabalhos precários, produção industrial mudando.
Ele citou como exemplo a Espanha, que de cada cinco jovens, apenas um tem emprego formal, o restante está na informalidade. “Mais de 100 países já haviam feito reformas trabalhistas e isso era uma demanda do setor industrial mundial”, contou. Segundo Clemente, a tecnologia na 4a revolução industrial está muito mais no setor de serviços, que já ocupa dois terços dos empregos, atualmente. “Essa tecnologia que anos atrás, com um braço mecânico substituiu a força de trabalho, agora mostra que é possível substituir as pessoas também. Quem aqui nunca falou com um atendente virtual?”, ponderou ele.
Nos EUA, a estimativa é que daqui 20 anos a maioria das pessoas trabalhem em ocupações que hoje não existem. “Assim como há meses atrás não havia a ocupação do entregador de pizza com patinete”, disse, acrescentando que há os que acreditam que no futuro não haverá trabalho humano sem assistência tecnológica.
“Diante de tudo isso, precisamos nos convencer que esse novo trabalhador, que construirá esse novo mundo precisa estar no coração do Sindicato”, enfatizou Clemente afirmando que “na nova realidade, o emprego industrial não terá a mesma relevância que conhecemos”. “Hoje em dia, na França, para cada vaga preenchida na indústria, são criadas quatro vagas de cuidadores, de crianças ou idosos, como organizar esses trabalhadores?”, questionou. Ao enxergar, ele defendeu a necessidade de colocar todas as forças num novo sindicalismo pois “esses são alguns desafios que teremos que enfrentar e resolver”.
Organicidade – Na abertura da reunião, o presidente da FTM-RS, Lírio Segalla enfatizou a importância da unidade do movimento sindical. “E necessário padronizar as entidades de metalúrgicos cutistas, pois a nossa luta é unitária”.
De acordo com ele, o objetivo deste seminário é “para termos uma visão mais ampla do movimento sindical, diante de uma conjuntura tão adversa aos trabalhadores e ao sindicalismo”.
Fonte: FTM-RS
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