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Votação do Plebiscito Popular sobre Privatizações no RS começa neste sábado Para participar da votação on-line, é preciso acessar o site https://decidimrs.com.br. Lá, o usuário deve fazer um cadastro, informando nome, apelido, e-mail e senha. 15/10/2021 Para participar da votação on-line, é preciso acessar o site https://decidimrs.com.br A primavera da democracia está começando. Após um período de debates e organização de comitês municipais e regionais, terá início neste sábado (16) a votação do Plebiscito Popular sobre as Privatizações no Rio Grande do Sul. Cada gaúcho e gaúcha poderá se manifestar em cédulas e depositar o seu voto em urnas coletoras ou então se cadastrar e votar pela internet. O prazo vai até o próximo dia 24. A consulta é uma iniciativa construída democraticamente com a participação de centrais, federações e sindicatos de trabalhadores, movimentos sociais e partidos de esquerda. Não tem valor legal, mas tem grande importância política, pois é uma forma concreta de ouvir a população e conhecer a sua opinião sobre a entrega ou não do patrimônio público. A proposta surgiu em reuniões da CUT-RS, durante o processo de tramitação e aprovação de uma emenda constitucional na Assembleia Legislativa, que retirou a obrigatoriedade de fazer um plebiscito sobre a privatização do Banrisul, da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs). A PEC 280 foi aprovada pelos deputados da base aliada do governador Eduardo Leite (PSDB), que já encaminhou projeto para autorizar a venda da Corsan e foi igualmente aprovado. Antes disso, o governo tucano já tinha acabado com o plebiscito para a venda da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e Sulgás. O vice-presidente da CUT-RS e um dos coordenadores do Plebiscito Popular, Everton Gimenis, conta que comitês regionais foram montados nos 27 Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) e nas principais cidades de cada região. Houve várias audiências públicas em câmaras municipais, além de reuniões organizativas. Também foram distribuídos milhares de panfletos e um gibi sobre o outro lado das privatizações. “Agora estamos na reta final, onde os comitês estão fazendo a divulgação do plebiscito, falando o que está em jogo e mapeando os locais que serão pontos de votação. Além dos locais fixos, também teremos urnas itinerantes nas comunidades, nos bairros, em praças, na frente de colégios, nas portas de fábricas. Tudo para que a gente possa dar ao maior número de pessoas a chance de expressar a sua opinião sobre as privatizações”, apontou.
Como votar? Os sindicatos e federações estão montando urnas nas sedes das entidades, bem haverá urnas itinerantes que passarão nos locais de trabalho, durante o período de votação. Poderão votar maiores de 16 anos, mediante apresentação de um documento de identidade com foto e assinatura na lista de votantes.
Para participar da votação on-line, é preciso acessar o site https://decidimrs.com.br. Lá, o usuário deve fazer um cadastro, informando nome, apelido, e-mail e senha. Ao confirmar as informações, o internauta estará apto para participar da votação. O processo será aberto na plataforma a partir deste sábado, bastando informar o nome e o CPF. Clique aqui para acessar o manual de votação.
Diga não à entrega do nosso patrimônio O plebiscito era uma condição incluída na Constituição Estadual, em 2002, como forma de ouvir a população, após a onda de privatizações feitas pelo governador Antonio Britto (PMDB), que nunca mais foi reeleito. “Já que o governo do Estado, com junto com a maioria da Assembleia Legislativa, rasgou a Constituição Estadual e tirou do povo o direito de decidir o futuro das empresas estatais, nós organizamos esse plebiscito. O patrimônio público é do povo, não é do governo de plantão”, ressalta Gimenis, que é também diretor do SindBancários de Porto Alegre.
Sindicatos devem coletar votos Gimenis fez uma convocação especial para os sindicatos: “Todos os sindicatos devem montar o seu comitê para a coleta de votos. Coloquem uma urna e deixem um computador à disposição para quem quiser votar pela internet. Divulguem nas suas redes sociais e em todos os seus instrumentos de comunicação”. “Precisamos contar com todas as entidades sindicais para que possamos ter a verdadeira opinião da população gaúcha sobre as privatizações. Temos a certeza de que esse plebiscito é uma baita oportunidade porque, além de ser democrático, ele nos dá a chance de poder discutir o modelo de estado e o modelo de país que nós queremos, bem como pensar o papel das empresas públicas”, disse o vice-presidente da CUT-RS.
O secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antônio Güntzel, salienta que a política de privatizações é uma tragédia. “As empresas privadas só visam lucro e, por isso, o serviço piora e o preço aumenta. Nós sabemos que as privatizações não são boas. Um exemplo é a energia elétrica e o péssimo serviço que a RGE presta hoje. E as redes de telefonia e internet, também privadas, prestam um serviço muito ruim, enquanto cobram tarifas nas alturas dos consumidores”, defendeu. “A gente precisa dialogar com a sociedade e os sindicatos precisam mostrar isso para a sua categoria. Cada entidade tem que ser um comitê para colher mil, dois mil, três mil votos e o quanto mais puderem. Temos que nos posicionar sob pena de serem cobrados pelos trabalhadores depois”, provocou Antônio. Ele também defende a participação de todos os sindicatos. “Nós estamos nas ruas com o Plebiscito Popular. É importante que todos possam estar se integrando nessa caminhada. É fundamental que estejamos todos juntos para que a gente possa colher a opinião da sociedade gaúcha sobre privatizar a água, privatizar um banco público e privatizar serviços públicos que trazem inúmeros benefícios e que ainda são lucrativas para o Estado”, enfatizou. Clique aqui para ler o gibi "Privatizações: O futuro da sua família sem serviços públicos".
Fotos: Comitê Estadual do Plebiscito Popular Fonte: CUT-RS |