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Metalúrgicos pedem barreira contra importação de equipamentos/sucata Lideranças nacionais dos trabalhadores metalúrgicos apresentaram ao ministro do Desenvolvimento, Ind 03/05/2010 Lideranas nacionais dos trabalhadores metalrgicos apresentaram ao ministro do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, Miguel Jorge, na tera/feira (27), em Braslia, uma proposta para elevar a alquota de importao nos setores de autopeas, mquinas e ferramentaria. O objetivo deter a enxurrada de produtos estrangeiros que ameaa dezenas de milhares de empregos no pas. Conforme estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatstica Socioeconmica), h o risco de que a enorme entrada de itens importados, muitos deles inclusive usados, ocasione a perda de 50 mil postos de trabalho nos fabricantes nacionais de maquinrios e de mais 25 mil na rea de peas de veculos. O setor de eletroeletrnicos, que emprega 165 mil trabalhadores, terminou 2009 com retrao de 9% em comparao com 2008. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalrgicos do ABC, Srgio Nobre, o ministro Miguel Jorge garantiu que o governo vai rever a reduo da alquota de importao de autopeas. O ministro pediu prazo maior, mais duas semanas, para analisar o impacto tambm em ferramentas e mquinas, acrescentou o sindicalista, acompanhado na capital federal pelo presidente da Confederao Nacional dos Metalrgicos (CNM) da CUT, Carlos Grana, e pelo presidente do Sindicato dos Metalrgicos de So Paulo e da Confederao dos Metalrgicos da Fora Sindical, Miguel Torres. Conforme Miguel Torres, a balana comercial do setor de autopeas registra dficit crescente desde 2007, quando os empregos eram de 217 mil. Hoje esto em 207 mil. Nossa preocupao com os postos de trabalho que sero fechados, com a conivncia do governo, alertou Miguel Torres. Uma das principais reivindicaes da categoria a imediata retirada do desconto na alquota do imposto de importao / com o qual o tributo cai de 16% para 9% / de autopeas adquiridas por montadoras e fabricantes de sistemas automotivos que so utilizadas no processo produtivo. Os sindicalistas frisaram que a importao desses componentes, num momento de aumento da produo de veculos, vem sendo alavancada pela sobrevalorizao do real e pela queda das alquotas da importao. Assim, somente no primeiro trimestre deste ano, o Brasil comprou R$ 4,93 bilhes de peas do exterior e vendeu apenas R$ 3,23 bilhes. Estamos aqui exigindo que o governo assuma um compromisso com os trabalhadores brasileiros e a indstria nacional, enfatizou Grana. O alerta dos trabalhadores j havia sido dado pelos empresrios do Sindipeas (Sindicato Nacional das Indstrias de Peas e Componentes Automotores), que projetam dficit na balana comercial da ordem de US$ 4 bilhes at o final do ano, caso no seja tomada nenhuma medida. Invaso de peas e mquinas usadas pe em risco 144 mil empregos, avaliam sindicalistas Sergio Nobre destacou ainda que o aprofundamento da crise nos pases centrais do capitalismo provocou a retrao dos respectivos mercados e que os pases atingidos agora tentam nos empurrar equipamentos usados. preciso que o governo tenha um compromisso com o emprego no Brasil e no l fora, sublinhou. Na avaliao dos sindicalistas, a importao de mquinas e equipamentos usados, alm de contribuir para a defasagem competitiva do Pas, retira do pas entre 90 a 144 mil empregos. A Associao Brasileira de Mquinas e Equipamentos (Abimaq) ressalta que o setor de mquinas gera cerca de 240 mil empregos diretos. Para a Abimaq, ao mudar as regras de importao de usados, o governo contribuiu para o envelhecimento do parque industrial / que tem em mdia 17 anos /, incentivando a criao de um comrcio paralelo de peas que prejudica as vendas dos fabricantes nacionais. O Brasil importa sucata, sentencia a entidade empresarial, frisando que uma mquina usada do exterior pode custar at 80% menos que os itens nacionais. O resultado disso, alerta a Abimaq, que hoje bens de segunda mo somam 12,5% dos equipamentos adquiridos do exterior, enquanto h trs anos eram 7,2%. * Fonte: CNM CUT ** Foto: Daniel Cardoso |