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As duras batalhas que se aproximam
1. ESTAMOS NOS aproximando do período eleitoral que definirá os rumos do país no espaço instituciona
16/04/2010


1. ESTAMOS NOS aproximando do perodo eleitoral que definir os rumos do pas no espao institucional, pela eleio de um novo Congresso Nacional, governadores estaduais, assembleias legislativas e a Presidncia da Repblica. No incio deste ms, venceu o primeiro prazo de desincompatibilizao de cargos pblicos para quem vai disputar as eleies. Do governo Lula, saram onze ministros. E, nos governos estaduais foi uma debandada geral. De agora em diante, todos os pretendentes a cargos se jogaro de corpo e alma em suas campanhas. 2. No plano da disputa de projetos, parece no haver grandes novidades no front. A sociedade est anestesiada pelo controle absoluto da mdia e pela falta de debate sobre os verdadeiros problemas da sociedade brasileira. Eles so simplesmente ignorados. A pauta da mdia burguesa a violncia nas cidades, acidente de trnsito, grandes jris ou, no mximo, o confronto de declaraes, ora entre Lula e FHC, ora entre Dilma e Serra. Os movimentos de massa continuam em refluxo e as organizaes de esquerda ainda no saram da crise ideolgica dos ltimos anos. 3. Mas, quando tudo parecia uma pasmaceira, eis que a burguesia brasileira, que no dorme de toca, entra em cena. E j est sinalizando sua disposio de ir para a batalha. As elites dominantes jogam claro: o ideal seria eleger Serra e garantir um governo sem intermedirios, totalmente a servio de uma burguesia subalterna aos interesses do capitalismo internacional. Mas, caso isso no seja possvel, querem, pelo menos, transformar a vitria de Dilma numa meia vitria, comprometendo/a a no avanar o sinal e, sobretudo, controlando as organizaes sociais para que no cheguem ao reascenso do movimento de massas. E nem avancem em conquistas reais para a classe trabalhadora. 4. Para alcanar esses objetivos, seu principal campo de batalha ser a luta ideolgica, utilizando/se, basicamente, dos meios de comunicao, sobre os quais possuem controle total, e, subsidiariamente, de setores do poder judicirio, para lhes dar argumentos, cobertura ou pauta. Assim sendo, realizaram, em maro, um importante nome num hotel de luxo de So Paulo, sob os auspcios de um fantasmagrico Instituto Millenium, que rene a tropa de choque, no s do Brasil, mas de toda a Amrica Latina, encarregada de fazer a luta ideolgica. Faro essa batalha em todos os campos e, com isso, tentaro barrar as pequenas mudanas institucionais. Mesmo quando perdem alguma eleio, tentam transformar os governos em refns de sua poltica. Nesse nome, estava a fi na flor do pensamento reacionrio e conservador, porm hegemnico na grande imprensa brasileira, como os Arnaldos Jabores, Rosenfi elds, Reinaldos Azevedos e outros aprendizes da escola de Goebels. As concluses foram claras: fazer uma luta ideolgica para acuar candidaturas progressistas e atacar, sistematicamente, governos progressistas e populares do continente. Alm disso, tentar desmoralizar qualquer luta social, seus movimentos, e justificar, perante o Judicirio, a polcia e a sociedade, a necessidade de sua criminalizao. Ou seja, represso. 5. nesse condescr que se encontra a campanha permanente contra o governo venezuelano de Hugo Chvez, contra o governo de Cuba, contra a jornada de 40 horas e contra qualquer ocupao de terra ou de terrenos na cidade. 6. O governo Lula passou oito anos pregando a conciliao de classes, se iludindo com a possibilidade de apaziguar os nimos das elites reacionrias. Ledo engano. Viro delas, as principais iniciativas de ataque. Aos movimentos sociais e s foras populares no cabem iluses. A luta de classes continuar mais dinmica do que nunca e a burguesia optou por priorizar a luta no campo ideolgico. Afinal, no campo econmico, ela continua ganhando muito dinheiro e, no campo poltico, continua dividindo parcelas importantes do poder, seja no Executivo, mas sobretudo no Judicirio e no Legislativo. 7. Assim, nos prximos meses, as batalhas ideolgicas no campo das ideias e dos projetos e as disputas ao redor de qualquer tema ganharo relevncia. E os meios de comunicao tero um papel importantssimo. Esperamos que as foras populares entendam esse momento para fortalecer ainda mais as lutas sociais e os veculos de comunicao autnomos da classe trabalhadora. 8. A CUT e a CTB j decidiram e os movimentos da Via Campesina Brasil se somaro a elas fazer uma grande jornada de paralisao nacional em todo pas, no dia 18 de maio, como forma de presso pela aprovao do projeto de lei que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Ser um belo teste para os avanos da luta de classes e a disputa ideolgica na sociedade brasileira. Afinal, a maioria parlamentar, construda pelo governo a peso de ouro, no foi suficiente para avanar nas questes fundamentais para a classe trabalhadora, como a reduo da jornada de trabalho, o projeto que determina a expropriao das fazendas com trabalho escravo e a manuteno do cdigo florestal para proteger nosso meio ambiente. Sero boas lutas nos prximos meses. Preparem/se e participem! * Fonte: Editorial / Brasil de Fato
 
 
 
 
 
 
 
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