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Desindustrialização X Campanha Salarial Estamos acompanhando com muita atenção o tema da desindustrialização, o processo de perda da competitividade da indústria no desenvolvimento do Brasil. 10/07/2012 Estamos acompanhando com muita atenção o tema da desindustrialização, o processo de perda da competitividade da indústria no desenvolvimento do Brasil por conta da entrada de produtos importados com preços bem mais acessíveis, principalmente os produzidos nos países asiáticos. Para termos uma ideia da dimensão do problema, basta ver que a indústria de transformação encolheu de 27% do Produto Interno Bruto em 1985 para apenas 16% do PIB atual. Diante dessa situação, trabalhadores e empresários realizam grandes manifestações em todo o país para cobrar do governo federal medidas para fortalecer a indústria brasileira e garantir empregos qualificados e condições de trabalho decentes. Aqui no RS, o “Grito de Alerta” foi realizado no dia 26 de março, em Porto Alegre. Entre as medidas propostas estão a redução das taxas de juros, a diminuição do spread bancário, a isonomia e transparência nas importações, e medidas para atenuar a sobrevalorização cambial. Temos de ficar atentos e tomar muito cuidado, pois já está circulando pela imprensa informações de que empresários querem utilizar o tema desindustrialização para obter vantagens sobre os trabalhadores, impor aquela agenda negativa - desregulamentação dos direitos dos trabalhadores - que tentaram colocar já na crise de 2008 e que a CUT e seus sindicatos filados rebateram e saíram vitoriosos. Estamos iniciando a campanha salarial e certamente esse tema será colocado em discussão na mesa de negociação. Temos que deixar claro para os patrões que o problema não foi criado pelos trabalhadores, muito pelo contrário, quando, no passado, falávamos que o Brasil teria de ter uma política industrial, os empresários diziam que a melhor política industrial era “não ter política industrial”, pois o mercado faria os ajustes necessários. Deu no que deu. Portanto, a classe trabalhadora não vai pagar a conta, ainda mais sabendo que, apesar da diminuição da participação da indústria no PIB, o faturamento das empresas aumentou 5,1% em 2011. Por isso, nesta campanha salarial, vamos organizar nossa luta para fechar um acordo que contemple nossas exigências e não flexibilize nossos direitos. Por: Lirio Segalla - Presidente do Stimepa
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