O ginásio Gigantinho estava lotado na noite de terça/feira, 26, para ouvir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
O ginásio Gigantinho estava lotado na noite de terça-feira, 26, para ouvir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa atividade do Fórum Social Mundial. Com gritos de “Olê, olê, olá, Lula” e “Lula, guerreiro do povo brasileiro”, a multidão recebeu o presidente por volta das 20h30min. Em seu discurso, Lula lembrou sua participação no FSM de 2003, quando recém havia tomado posse como presidente da república e fez uma avaliação dos 10 anos do nome para o Brasil e a América Latina: “Passaram 10 anos e o Fórum continua intacto, mais maduro, mais calejado, mais ciente das dificuldades!” Para o presidente o momento político que vive a América Latina é excepcional e consolida a democracia no continente. Lula criticou o Fórum Econômico de Davos, afirmando que eles não previam a crise econômica mundial. “Estou aqui e daqui vou pra Davos outra vez, igual a 2003. E tenho consciência de que Davos já não tem o glamour que eles achavam que tinham em 2003”, declarou em meio às palmas da multidão. A participação na conferência de Copenhagen também foi lembrada pelo presidente e falou sobre o terremoto no Haiti e a Força de Paz para Estabilização do Haiti, liderada pelo Brasil. “Que esse terremoto mexa com a vergonha dos seres humanos que governam esse planeta, para a gente fazer no Haiti, agora, o que poderíamos ter feito a dez anos atrás. O Brasil fará sua parte!”, afirmou, sugerindo que cada participante do FSM dedique um ano de solidariedade ao Haiti. Lula visitará o país no dia 25 de fevereiro. O presidente falou ainda sobre a realização de conferências durante seus dois mandatos como presidente. “Na Conferência Nacional de Comunicação boa parte do empresariado não quis participar e ainda assim conseguimos realizar a conferência com milhões de pensamentos diferentes e debater um assunto que sempre foi restrito”, disse. Por fim, ele afirmou que democracia não é um pacto de silêncio, mas sim o direito de se manifestar é como acontece nas conferências e aqui no FSM, finalizou. De Porto Alegre, o presidente Lula seguiu para Fórum Econômico de Davos, na Suíça, onde na quinta-feira, 18, recebe o prêmio de Estadista Global. Unidade dos movimentos sociais Antes do pronunciamento de Lula, a atividade contou com a participação do presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique da Silva Santos, e da líder de esquerda uruguaia, Lilian Celiberti. Arthur Henrique acredita que o FSM foi responsável pela unidade dos movimentos sociais que elegeram o Lula em 2002. “O FSM nasceu lutando contra o imperialismo, a ALCA, o neoliberalismo e nesses 10 anos conseguiu unir a diversidade”, avaliou. Para ele, a crise econômica mostrou como o capitalismo é falho. O dirigente divulgou a atividade da CUT no Congresso Nacional, no próximo dia 02, pela redução da jornada de trabalho sem a redução de salário. Assunto que ele classificou como fundamental para a construção de um novo modelo de desenvolvimento. “Temos o desafio de construir em conjunto um desenvolvimento sustentável, uma mudança no padrão de produção e de consumo e isso passa pela redução da jornada”, acredita. O golpe em Honduras e a criminalização dos movimentos sociais no Brasil são exemplos de que ainda há inúmeros desafios para o movimento. “É nossa responsabilidade construir a unidade e possibilitar processos de mobilização para que o Brasil continue a mudança que está em curso”, finalizou. Após, em espanhol, Lilian Celiberti saudou os participantes do Fórum e os definiu como “O povo da esperança”. Para ela, a mudança no sistema econômico é uma obra coletiva: “Isso é uma luta de todos. Não queremos o racismo, a homofobia, o sexismo. Não queremos a criminalização dos movimentos sociais, pois sem eles, a democracia seria uma tumba”, declarou. Lilian falou ainda da importância do Fórum Social Mundial para a união da diversidade e na construção de um outro mundo. “Nós somos a esperança dessa mudança”, encerrou. O nome, acompanhado por ministros, governadores, deputados federais e estaduais e prefeitos da região, terminou por volta das 22h.
Fonte e foto: CUT/RS