CUT repudia declarações de Luiz Prates na RBS, que agrediu verbalmente todos aqueles que defendem a
“Um movimento de centenas de vadios, de vagabundos da vida.” Essa foi a definição dada pelo jornalista Luiz Carlos Prates à campanha nacional pela redução da jornada de trabalho, no programa Jornal do Almoço, exibido pela RBS Santa Catarina no dia 19 de fevereiro.
Com essa e outras declarações, o jornalista insultou publicamente todos os homens e mulheres que, diariamente, lutam por avanços nos direitos da classe trabalhadora e por uma sociedade justa, solidária e igualitária. Não bastassem os insultos, Prates ainda mentiu ao afirmar que a redução da jornada de 44 para 40 horas semanais não geraria empregos, e ofendeu os trabalhadores desempregados ao insinuar que estão nessa situação por falta de qualificação ou por não terem ânimo para trabalhar.
Raivoso, Prates finalizou dizendo que, se não houver reação do empresariado e dos investidores — que, segundo ele, seriam os responsáveis por “o país ainda estar de pé” —, o atual governo quebraria o Brasil.
A CUT lamenta que pensamentos como os de Prates, baseados apenas no ódio de parte das elites contra os trabalhadores, os movimentos sociais e tudo o que é democrático e popular, ainda se perpetuem no século XXI e continuem a ser disseminados pelos veículos de comunicação.
Não é preciso ir longe para ver que essas manifestações são recorrentes. Em 1988, ano em que a jornada semanal foi reduzida de 48 para 44 horas pela Constituição, representantes das mesmas elites conservadoras vociferaram que isso seria uma tragédia para o Brasil — exatamente como faz agora Luiz Prates na RBS. Porém, nada do que previram aconteceu. É comprovado que os problemas econômicos enfrentados pelo país nos anos seguintes não tiveram relação com a redução da jornada.
Obviamente, declarações como as feitas por Prates tentam ocultar os benefícios que a redução da jornada trará para a maioria da sociedade e para o desenvolvimento econômico do Brasil. Um desses benefícios é a possibilidade de os trabalhadores e trabalhadoras se qualificarem ainda mais, seja educacional ou profissionalmente — algo que hoje é dificultado pelas extensas jornadas, como no comércio e serviços, onde a média semanal chega a 56 horas em São Paulo, segundo o Dieese.
A redução da jornada sem redução salarial, além de gerar mais de 2 milhões de empregos, como demonstram estudos do Dieese, também melhora a qualidade de vida, permitindo mais tempo para convívio familiar, lazer, atividades sociais e culturais — essenciais para a vida e para um país que se desenvolve com o aumento do consumo e da produção.
Portanto, trata-se de uma luta legítima, uma clara luta de classes que a elite conservadora tenta acirrar neste ano eleitoral, para impedir a continuidade do projeto democrático e popular iniciado no atual governo e aprovado pela maioria da população. De um lado está essa elite, que defende os interesses de uma parcela dos empresários — representantes do retrocesso, do lucro a qualquer custo, da não distribuição de renda. De outro lado estão os movimentos sociais organizados, que representam os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras, das pessoas que, de fato, constroem este país e de todos os que lutam por uma sociedade justa, igualitária, com distribuição de renda, trabalho e direitos.
Fonte: CUT Nacional