Marcha Mundial das Mulheres completa uma semana de caminhada rumo a São Paulo

Já faz exatamente uma semana desde que as duas mil militantes da Marcha Mundial das Mulheres saíram

Já faz exatamente uma semana desde que as duas mil militantes da Marcha Mundial das Mulheres saíram de Campinas, no dia 8 de março, rumo a São Paulo, onde chegarão no próximo dia 18. Nesta segunda-feira, dia 15, elas partiram da Cooperinca, no km 46,5 da Rodovia Anhanguera, duas horas mais tarde do que de costume, às 8h. Ainda assim, conseguiram chegar ao Boiódromo de Jordanésia, distrito de Cajamar, às 10h, percorrendo pouco mais de 8 quilômetros.

O atraso aconteceu por causa da chuva: depois de sete dias caminhando sob um sol inclemente, as militantes finalmente estrearam as capas de chuva distribuídas no primeiro dia de marcha. Mulheres gaúchas e bancárias também estão presentes nas atividades.

Quem puxou a largada da marcha nesta segunda-feira foi a delegação do Pará. Na chegada ao Boiódromo, a animação ficou por conta da delegação do Maranhão, que apresentou danças de ritmo afro. Primeiro, as mulheres do movimento negro, algumas delas quilombolas, dançaram uma quadrilha. Em seguida, apresentaram o tambor de crioula, dança oficialmente reconhecida como patrimônio histórico imaterial. Logo depois, vieram a pajelança, marcada pelo batuque de terreiro, e, por fim, o bumba-meu-boi.

— Nós fazemos questão de mostrar nossa cultura às mulheres daqui, que vêm de todos os estados do Brasil, porque no Maranhão ela não está sendo valorizada — contou a militante maranhense Maria Tereza Bittencourt.

Na tarde de ontem, das 16h às 19h, aconteceu um debate sobre “maternidade como opção e não como destino”, no Boiódromo, onde as caminhantes acamparam. No acampamento anterior, na Cooperinca, onde funciona a comissão de cozinha, a artista Biba Rigo concluiu a oficina de confecção de vestidos para as Caminhantes, iniciada no dia anterior.

As Caminhantes são duas bonecas de Olinda que, em outubro, acompanharão a delegação brasileira que irá a Kivu do Sul, na República Democrática do Congo, para participar do encerramento da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.

Nesta terça-feira, as militantes seguirão cedo para Perus, enfrentando mais 15 quilômetros de trajeto. O esforço será recompensado com um debate sobre paz e desmilitarização, que contará com a presença da médica cubana Aleida Guevara, filha do revolucionário Che Guevara.

A Marcha Mundial das Mulheres reúne militantes da cidade, do campo e da floresta: jovens, adultas e idosas, trabalhadoras rurais e urbanas, lésbicas, estudantes. O que as une é o desejo de transformar o mundo para transformar a vida das mulheres — ou, também, transformar a vida das mulheres para transformar o mundo, num movimento cíclico e integrado.

Para isso, é preciso dividir as tarefas domésticas entre mulheres, homens e o Estado — por meio, por exemplo, da criação de creches públicas de qualidade, como destacou Rosane Bertotti, militante da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

O tema será discutido ainda nesta tarde, em Valinhos, das 16h às 19h, na primeira de uma série de atividades de formação que acontecerão até o dia 18, em cidades como Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea Paulista, Cajamar, Jordanésia, Perus, Osasco e São Paulo.

A Marcha Mundial das Mulheres já realizou duas ações internacionais, em 2000 e 2005. Em 2010, no primeiro período do calendário da 3ª Ação Internacional (de 8 a 18 de março), pelo menos outros 50 países, além do Brasil, estão realizando marchas e outras atividades de luta. O segundo período acontecerá de 7 a 17 de outubro, culminando com um encontro de feministas dos cinco continentes em Kivu do Sul, no Congo.

Fonte: Marcha Mundial das Mulheres

Compartilhar

Veja também

28 de fevereiro é Dia Mundial de Combate à LER/DORT

Conselho de Sindicatos planeja campanha salarial e debate os desafios econômicos. Reunião contou com apresentação do economista do Dieese que apresentou dados sobre inflação e impacto no custo de vida, enquanto advogadas da Federação ressaltaram a importância da Convenção Coletiva para garantir direitos.

Diretores do sindicato se reúnem com representantes internacionais da TK ELEVADORES

Reunião tratou de denúncias de assédio aos trabalhadores

CUT-RS e centrais realizam novo ato contra juros altos na próxima terça

A manifestação será realizada em frente à sede do BC, na Rua 7 de Setembro, 586, no Centro Histórico de Porto Alegre