CUT-RS realiza reunião ampliada e debate conjuntura e planejamento estratégico

Encontro debateu a conjuntura econômica e traçou estratégias para fortalecer a luta sindical. O secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Adilson Tavares, participou da reunião

A direção da CUT-RS realizou uma reunião executiva ampliada com federações, sindicatos e regionais, na noite da última quarta-feira (19), por meio da plataforma Zoom, para discutir a conjuntura econômica e apresentar o planejamento da entidade para o período. O encontro reuniu dirigentes sindicais de diversas categorias e contou com a análise da economista Marilane Teixeira.

Análise de conjuntura: avanços e desafios

Marilane Teixeira destacou que, apesar da retomada das políticas públicas com o governo Lula e de indicadores econômicos positivos, como o crescimento do PIB entre 3,8% e 4%, a redução da taxa de desemprego e o aumento dos empregos com carteira assinada, o movimento sindical enfrenta desafios estruturais.

“A reforma trabalhista foi uma investida clara para enfraquecer a luta dos trabalhadores, desmontando sindicatos e alterando profundamente o mercado de trabalho”, denunciou Marilane. Com menos recursos e menos organização, os sindicatos enfrentam dificuldades para representar e defender os direitos da classe trabalhadora.

“Hoje, vivemos a menor taxa de sindicalização da nossa história, o que impacta diretamente na nossa capacidade de mobilização e conquista de avanços. Esse ataque da direita não foi apenas contra as entidades sindicais, mas contra toda a classe trabalhadora, dificultando a construção de uma luta forte e unificada por melhores condições de trabalho e justiça social”, completou a economista.

Ela também criticou a política monetária do Banco Central, que insiste em manter uma taxa de juros elevada sob a justificativa de conter a inflação. Segundo Teixeira, a inflação dos alimentos é um fenômeno mais complexo e não pode ser combatido apenas pelo aumento da taxa de juros.

“A SELIC é um referencial para os bancos, e quando está alta, encarece o crédito, dificultando investimentos produtivos. O resultado é a desaceleração da economia, prejudicando trabalhadores e empresas que precisam de financiamento para crescer,” explicou.

Marilane também reforçou a importância do apoio popular ao governo federal, especialmente diante de um Congresso que, em grande parte, é contra os interesses da classe trabalhadora. “Para avançar na redução das desigualdades e melhorar as condições de vida da população, é fundamental mobilizar a sociedade em defesa de uma agenda progressista,” afirmou.

Entre as pautas prioritárias, Teixeira mencionou a necessidade de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 e a taxação dos super-ricos para equilibrar a carga tributária. Além disso, ressaltou a urgência de políticas para gerar empregos de melhor qualidade, pois atualmente 70% das vagas criadas oferecem salários baixos e jornadas exaustivas.

A economista também destacou a importância da aplicação da Lei da Igualdade Salarial entre homens e mulheres, um compromisso do governo Lula que precisa ser fortalecido nas negociações coletivas.

Planejamento da CUT-RS

Na segunda parte do encontro, a secretária-geral da CUT-RS, Silvana Piroli, apresentou o planejamento da Central para o período, que busca a valorização e desenvolvimento nas regionais, dos setores e macrossetores, sindicatos e suas bases. Além dos territórios em que a CUT-RS atua e de toda a sociedade gaúcha.

Entre os pontos abordados, Piroli destacou a priorização dos setores e macrossetores, onde a CUT-RS irá concentrar esforços em setores estratégicos para potencializar as lutas e garantir melhores condições de trabalho e salários justos. Também foi debatido o envolvimento da CUT-RS nas campanhas salariais e a agenda de atividades nas regionais.

Para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, o encontro foi um sucesso, mas lembrou que “2025 será um ano decisivo para fortalecermos a organização sindical e enfrentarmos os desafios da conjuntura. Nossa luta contra os juros altos, pela aplicação da igualdade salarial e por melhores condições de trabalho precisa ganhar ainda mais força”.

Ele também reforçou a importância das mobilizações da classe trabalhadora. “Temos pela frente mobilizações fundamentais, como o oito de março, o 1º de Maio e a luta por um país mais justo para a classe trabalhadora. Já mostramos nossa capacidade de organização, e agora é hora de avançar com ainda mais unidade e determinação”, concluiu Cenci. Nos próximos dias, a CUT-RS divulgará uma síntese com a análise do encontro, consolidando os principais debates e encaminhamentos.

A reunião reforçou a importância da mobilização sindical diante dos desafios políticos e econômicos do país, reafirmando o compromisso da CUT-RS na defesa dos direitos dos trabalhadores e na construção de um Brasil mais justo e igualitário.

Metalúrgicos engajados pela valorização dos trabalhadores

O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Adilson Tavares, participou da reunião representando o STIMEPA. Ele ressalta a importância da união dos trabalhadores para avançar em melhorias. Ele também destaca que o Sindicato dos Metalúrgicos está engajado na mobilização nacional pela redução da jornada de trabalho e nas pautas prioritárias para melhorar a vida dos trabalhadores.

De acordo com Adilson, o Sindicato já começou o ano reunindo os metalúrgicos em assembleias na frente das fábricas para construir união e engajamento na luta por melhorias em cada fábrica. Assim a mobilização vai ganhando força e engajamento para avançar nas pautas macro nacionais também. Entre as pautas prioritárias este ano, além da campanha salarial e valorização dos metalúrgicos, está a redução da jornada de trabalho. “Para isso estamos à disposição dos metalúrgicos para informar e mobilizar os trabalhadores nas fábricas. É a união que faz a força dos trabalhadores”, destaca Adilson.
 

Por Luciene Leszczynski/Comunicação STIMEPA com informações por Redação CUT-RS

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