O encontro propiciou ampliar as informações sobre a legislação com a participação das advogadas do jurídico do Sindicato
Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre (STIMEPA) promoveu, no dia 8 de março, a Roda de Conversa: Violência Não, um encontro essencial para debater os desafios e avanços na luta pelos direitos das mulheres. O evento foi realizado no Auditório Paulo Freire sob a organização da diretoria de mulheres do STIMEPA e contou com a participação de trabalhadoras metalúrgicas e de convidadas, fortalecendo o compromisso da categoria com a igualdade de gênero e o combate à violência. A organização do evento foi conduzida pelas dirigentes do STIMEPA: Catiana Nunes (Ralp-Alvorada), Joyce Gomes (Hidrojet), Lenira Campos (Guaíbacar), Taiane Mello e Taise Gonçalves (TK Elevadores).
A roda de conversa também contou com a presença de lideranças femininas, como Eliane Morfan, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos (FTM-RS); Stela Farias, deputada federal; Nelsa Nespolo, presidente e cofundadora da Cooperativa de Costureiras Unidas Venceremos (Univens) e criadora da marca Justa Trama; e Marina Toledo, representante do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (IMAMA) e da ONG Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos. Também estiveram presentes a dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Cachoeirinha, Cristiane Luz; e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, Simone Peixoto.
Legislação avança, mas ampliar rede apoio é fundamental
Um dos momentos mais marcantes foi a palestra das advogadas Fernanda Livi e Juliane Durão, do escritório Woida, Magnago, Skrebsky, Colla & Advogados Associados, que presta assessoria jurídica ao Sindicato. As especialistas abordaram questões fundamentais sobre os direitos das mulheres e a luta contra a violência de gênero.
Fernanda Livi ressaltou a importância de ampliar o debate também entre os homens. “É preciso que estas rodas de conversa aconteçam também para os homens, pois é fundamental falar sobre a Lei Maria da Penha para eles. Se houvesse mais conhecimento sobre a legislação, as formas de violência e suas punições, talvez os índices de violência fossem menores”, destacou a advogada. Ela também reforçou a importância do Disque 180 como um serviço de denúncia e informação.
Já Juliane Durão abordou o impacto do machismo estrutural e a necessidade de combatê-lo em todas as esferas da sociedade. “É preciso vencer a visão do machismo tanto no ambiente de trabalho como na sociedade em geral. O assédio sexual no ambiente de trabalho ainda tem um índice alarmante de incidência e também é reflexo da cultura do machismo enraizada na nossa sociedade”, alertou.
Por isso espaços de reflexão e de formação como esse ainda são muito importantes para vencermos as barreiras do machismo. Nesse sentido, a advogada também enfatizou a nova função da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPAA), que agora também deve atuar na apuração e combate ao assédio sexual e moral nos locais de trabalho. “Que hoje seja um dia de reflexão sobre a nossa luta. Direitos conquistados podem desaparecer se não ficarmos atentas”, concluiu.
O evento reforçou a importância da sororidade e da informação como instrumentos de empoderamento e resistência. A Diretoria de Mulheres do STIMEPA segue firme no compromisso de promover o debate e a construção de um ambiente mais justo e seguro para todas as trabalhadoras metalúrgicas.
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Por Luciene Leszczynski / Comunicação STIMEPA
