Um dia de formação que uniu o mundo, a vida e o futuro da educação

Na última sexta-feira, dia 14 de novembro, o Sindicato dos Metalúrgicos promoveu um encontro de formação com a Diretoria Geral que se tornou um verdadeiro panorama de temas estratégicos. A atividade foi dividida em três momentos cruciais, costurando a conjuntura internacional, a saúde do homem e os próximos passos da Escola Mesquita. O evento reafirmou o compromisso do Sindicato com a formação crítica e a valorização da classe trabalhadora em todas as suas frentes.

Diretoria presente na formação de final de ano

O Olhar na Conjuntura e a Voz da Resistência Palestina

O pontapé inicial da formação foi um mergulho profundo na conjuntura global e na resistência do povo palestino. O convidado Rogério Matta, que é produtor da Fazenda do Bosque em Guaíba, trouxe seu testemunho de vida. Nascido na Palestina e morando no Brasil desde 1987, Rogério compartilhou a história de luta, as perdas pessoais, incluindo diversos familiares mortos, e as torturas que sofreu no embate contra o sionismo.

Rogério Matta trouxe sua experiência sobre a situação da Palestina

Sua fala ressoou forte na plateia, marcada pela convicção de quem viveu o conflito. Ele foi categórico ao dizer que “Não podemos baixar a cabeça nunca para o imperialismo” e incentivou os presentes, lembrando que “Vocês, sindicalistas, não têm que ter medo de ninguém, tem que entender que a luta é justa.” Rogério explicou a formação do Estado de Israel e enfatizou a importância da solidariedade internacional como pilar para os povos que lutam por direitos, justiça e soberania, combatendo a ideologia que, segundo ele, busca “fazer a gente ajoelhar e ficar de cabeça baixa.”

Diretores entregaram uma jaqueta do Sindicato para o convidado como forma de agradecimento pela participação na formação

Saúde do Homem: Cuidado Contínuo, Além do Novembro Azul

O segundo bloco mudou o foco para uma questão vital da categoria: a saúde do homem. O médico do trabalho Geraldo de Azevedo liderou o debate, apresentando uma análise abrangente sobre os desafios que persistem, especialmente no ambiente da fábrica. Ele trouxe dados alarmantes, como o fato de os homens viverem, em média, sete anos a menos que as mulheres, e discutiu abertamente as barreiras e tabus que impedem muitos de buscar ajuda médica a tempo.

Dr. Geraldo Azevedo é médico do Trabalho e atende os trabalhadores no Sindicato

O médico abordou uma série de temas cruciais: a necessidade de prevenção contínua, a importância da conscientização sobre o câncer de próstata, o controle de doenças prevalentes como hipertensão e diabetes, a urgência em tratar a saúde mental masculina, e o impacto direto que os hábitos e as condições de trabalho têm no adoecimento. O Dr. Geraldo fez questão de reforçar que o papel do sindicato é fundamental na promoção dessas ações de cuidado e prevenção, não apenas durante o Novembro Azul, mas sim ao longo de todo o ano. Os diretores presentes, cientes da realidade do chão de fábrica, concordaram, lembrando que muitas vezes são eles que oferecem o primeiro acolhimento ao colega. Por isso, a necessidade de estarem preparados e sem preconceitos para orientar e encaminhar os trabalhadores.

Os diretores apresentaram suas dúvidas e relatos pessoais

Escola Mesquita: Rumo à Modernização e Retomada da Missão Original

Para encerrar a intensa jornada de formação, a diretora da Escola Mesquita, Claudete Souza, trouxe as novidades sobre o futuro da instituição. Sua apresentação detalhou os planos de modernização e reestruturação que permitirão à escola receber novamente o ensino fundamental e médio, além de fortalecer, ainda mais, seus cursos técnicos.

Claudete, diretora da Escola Mesquita, apresentou os novos projetos para a diretoria do Sindicato

Claudete fez uma breve mas emocionante revisitação à história da Escola Mesquita, que é marcada pelo protagonismo dos próprios trabalhadores desde sua fundação em 1963, quando começou com dois pavilhões de madeira e 105 alunos. A escola cresceu por meio do esforço da categoria, com a construção do pavilhão industrial em 1967 feita com mão de obra metalúrgica, a expansão para o ensino de 1º grau e pré-escola em 1980, e o foco exclusivo na Educação Profissional a partir de 2001. A escola consolidou, entre 1982 e 2016, a criação e expansão de cursos técnicos de alta relevância, como Mecânica, Eletrônica, Automação Industrial, Informática e Sistemas de Energia Renovável. A diretora garantiu que esta nova fase será marcada por modernizações estruturais e atualização pedagógica, cumprindo a missão original de formar cidadãos e trabalhadores qualificados, alinhados às demandas do presente e do futuro.

Livro com a pedra fundamental da Escola foi apresentado para a diretoria

A atividade, em sua totalidade, foi um momento significativo de integração entre a direção, a base e os convidados. Ao entrelaçar o debate político global, os cuidados essenciais com a vida e a educação de qualidade, o Sindicato dos Metalúrgicos ratificou o seu compromisso com uma visão ampla, que defende a vida e valoriza a classe trabalhadora em todas as suas dimensões.

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