Tragédia em Santa Maria evidencia falta de prevenção e segurança em ambientes de diversão

A tragédia de Santa Maria é o retrato da negligência, do descaso das autoridades com a segurança

Como se não bastassem os riscos de acidentes nos ambientes de trabalho e nas ruas, a classe trabalhadora tem de ficar atenta aos riscos causados pela falta de prevenção em danceterias, bares, restaurantes, escolas, teatros, cinemas e outros locais públicos e privados, de uso e convivência coletiva.

Uma sucessão de falhas de planejamento e erros de procedimentos dos donos da boate Kiss, em Santa Maria, mais a negligência do poder público, seus órgãos fiscalizadores e da banda que acendeu um sinalizador dentro do estabelecimento, acabou causando a morte de mais de 230 pessoas, a maioria jovens estudantes que não suportaram a rápida intoxicação causada pela queima do revestimento de espuma no forro da danceteria, um produto altamente inflamável.

Além de ter o alvará de funcionamento vencido e ter permitido um show pirotécnico no ambiente fechado da banda Gurizada Fandangueira na casa noturna, os donos burlaram normas básicas de prevenção e segurança, como permitir a superlotação do local, não disponibilizar um sistema de alarme, um número suficiente e funcionando de extintores, sinalizações e saídas de emergência (portas e janelas) para a evacuação urgente do local, não dar treinamento específico para os funcionários enfrentarem situações de tumulto e pânico, se comunicarem e auxiliarem no combate ao fogo, entre outros problemas.

A tragédia de Santa Maria é o retrato da negligência, do descaso das autoridades com a segurança onde esses eventos acontecem. Se todas as regras de segurança fossem observadas evitaria muitas dores. É pena que centenas de jovens universitários tiveram de morrer asfixiados e queimados para que prefeituras, bombeiros e outras autoridades do Brasil inteiro fizessem inspeções, autuações e interdições Brasil afora.

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