Após intensas rodadas de negociação e mobilização, os trabalhadores do setor de máquinas agrícolas aprovaram, em assembleia, a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre. As votações ocorreram em dois turnos, com os trabalhadores do período noturno deliberando no dia 17 de julho e os do turno da manhã no dia 18.

Durante as assembleias, os dirigentes sindicais explicaram como se desenrolaram as mesas de negociação com o sindicato patronal (SIMERS) e prestaram esclarecimentos sobre outras pautas em andamento na empresa, como o processo de avaliação da insalubridade e as reivindicações por melhorias no refeitório.

O diretor do sindicato Hugo Barbosa destacou que a proposta aprovada representa um avanço diante da resistência dos patrões. “Foi um ano de luta. O patrão queria conceder apenas 5% de reajuste. A pauta patronal, como de costume, vinha com tentativa de retirada de direitos”, afirmou.

Wilson Rodrigues, conhecido entre os colegas como Will, também participou das negociações e comentou o cenário de impasse que retardou a apresentação da proposta à categoria. “Fomos a última categoria a votar porque enfrentamos uma negociação bastante travada. A proposta não foi a ideal, mas foi o que conseguimos no momento”, avaliou.

O secretário-geral do Sindicato, Adilson Tavares, responsável pela região Norte, reforçou a importância da organização na base e do diálogo permanente com o sindicato. Atualmente, a empresa conta com quatro diretores sindicais atuando nos dois turnos, além de um Comitê Sindical de Empresa (CSE), que totaliza seis representantes da categoria no local de trabalho.

O presidente do Sindicato, Adriano Filippetto, destacou que o cenário de negociação em 2025 foi desafiador em todos os setores. “Os sindicatos patronais vinham com propostas voltadas à retirada de direitos. Por isso, mesmo parecendo um reajuste modesto, esse aumento é fruto de muita mobilização e assembleias e das categorias”, disse.

O acordo aprovado estabelece um reajuste salarial total de 6,5%, dividido em duas etapas: 6% retroativos a junho e mais 0,5% a ser aplicado em outubro. Além disso, foi garantido um abono de R$ 250,00 a ser pago entre julho e agosto — com exceção das empresas que já aplicaram os 6% em maio. O piso salarial da categoria foi fixado em R$ 2.002,00, representando um avanço diante do atual cenário econômico.

Outro ponto importante do acordo é a manutenção, por dois anos, de todas as cláusulas sociais previstas na convenção coletiva de trabalho, como quinquênio, auxílio a estudantes e outros benefícios. Isso significa que essas cláusulas só voltarão à mesa de negociação em 2027. “Cada direito garantido é fruto da luta dos trabalhadores organizados junto ao sindicato. Nada foi dado. Tudo foi conquistado”, concluiu Filippetto.

Importante ressaltar que os trabalhadores associados ao Sindicato ou que contribuem com o confederativo estão isentos da contribuição negocial, os demais que quiserem se opor à contribuição negocial devem comparecer entre 04 e 08 de agosto de 2025, das 8h às 18h, em um dos seguintes locais (Sede do Sindicato: Av. do Forte, 77 – Porto Alegre ou subsede de Guaíba: Rua 20 de Setembro, 623) É necessário levar documento oficial com foto e CPF. O valor do percentual do desconto é de 4% (dividido em duas parcelas de 2% cada, em agosto e setembro de 2025).
Luiza Alves – Comunicação Stimepa
Fotos: Luiza Alves / Edição: Samara Leite