Trabalhadores da Nexteer rejeitam troca da jornada de trabalho de 3×3 para 6×1

Assembleias realizadas pelo Sindicato apresentaram a proposta negociada com a empresa para mitigar eventuais prejuízos da mudança que atende a uma determinação do MPT

A maioria dos trabalhadores da Nexteer não aceitou a proposta apresentada pela empresa para a troca da jornada de trabalho de uma escala de 3×3 para 6×1. A votação ocorreu em assembleia realizada com os trabalhadores nos dias 6 e 7 de novembro, tendo sido realizados, ao todo, quatro encontros nos dois dias, contemplando a participação dos trabalhadores de todos os turnos. A apuração ocorreu após a última assembleia, na noite desta quinta-feira (7), e contou 138 votos não, contra 57 votos sim.

As assembleias foram promovidas pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da Grande Porto Alegre (STIMEPA) para apresentar a proposta negociada com a empresa para adequação da jornada de trabalho conforme determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT-RS). Durante os encontros, o presidente, Adriano Filippetto, e o diretor financeiro do Sindicato, Marcelo Jurandir, também responderam às dúvidas dos trabalhadores. Na proposta atual, para compensar os trabalhadores pela mudança a empresa oferece um bônus de R$ 2.500,00 a ser pago dividido em três parcelas e melhorias na cesta básica. A empresa também se comprometeu em não diminuir o número de postos de trabalho devido à alteração. O fim da escala de 3×3 é uma determinação do MPT-RS, que deu o prazo até o dia 1º de fevereiro para haver a mudança definitiva.

Para o trabalhador da Nexteer Derley Neumann, que também é um dos representantes do STIMEPA na empresa, o resultado da votação reflete a insatisfação da maioria dos trabalhadores com outros problemas que vem sendo enfrentados e que acabaram vindo à tona neste momento. “Justamente nesta semana recebi a denúncia sobre a má qualidade da alimentação que é oferecida aos trabalhadores”, conta Derley, que já encaminhou pedido de providências junto ao departamento de Recursos Humanos.


De acordo com a advogada Marcela Joelsons, do departamento jurídico da Nexteer, que esteve presente na assembleia e acompanhou a apuração dos votos, agora deve ser estudada uma alternativa, já que tem prazo para o cumprimento da determinação do Ministério Público do Trabalho. Também participou da apuração a representante do departamento de Recursos Humanos da empresa Valdirene Barcelos.

Texto por Luciene Leszczynski – Comunicação STIMEPA

Compartilhar

Veja também

Governo federal volta a ampliar benefícios fiscais

Seminário discute a redução da jornada e o trabalho decente

Capitalismo, big techs, terceirização do trabalho e anti sindicalismo foram algumas das principais pautas discutidas durante a mesa de conversa como parte do Seminário Internacional Democracia, Equidade e Justiça Socioambiental

Trabalhadores da Teikon reivindicam melhores condições de trabalho