Na última quarta-feira (4), trabalhadores dos três turnos da GKN Driveline, localizada na Zona Norte de Porto Alegre, realizaram um atraso coletivo na entrada da fábrica como forma de protesto por melhores salários. A mobilização faz parte da campanha salarial de 2025 dos metalúrgicos, que reivindicam aumento real, com reposição da inflação e ganho efetivo no poder de compra.

A paralisação teve ampla adesão e reforçou o descontentamento da categoria com a proposta apresentada pelas empresas nas mesas de negociação. “Já tivemos três rodadas e a patronal realmente só quer retirar direitos”, afirmou Adilson Tavares, diretor sindical e trabalhador da Usiminas, que participou da mobilização.

A proposta das empresas até o momento é de 5,32%, índice que cobre apenas a inflação. “Estamos pedindo aumento real. Há três ou quatro anos só recebemos a reposição inflacionária, sem nenhum ganho”, destacou Fernando Cadiguni, trabalhador da GKN e diretor sindical.

Além dos representantes da base, o ato contou com a presença de lideranças do movimento sindical. Jair Mallmann, presidente da Associação dos Metalúrgicos Aposentados de Porto Alegre, lembrou que a luta por melhores salários também está ligada à preservação da saúde e da dignidade dos trabalhadores. Lenira Campos, diretora do Sindicato, aproveitou para falar sobre a situação da mulher metalúrgica que muitas vezes não consegue dar uma condição digna para seus filhos em decorrência da falta de valorização salarial.


Lírio Segalla, presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS, também esteve presente e manifestou apoio à mobilização, reforçando a importância da união entre os sindicatos em um momento de impasse nas negociações.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas também participou da mobilização, ressaltando a importância da unidade entre os trabalhadores — especialmente porque a GKN possui uma planta no município e muitos trabalhadores de lá se deslocam diariamente até Porto Alegre.

Os dirigentes sindicais Marcelo Nascimento e Rudinei Fernandes alertaram ainda para outra pauta importante: o fim da escala de trabalho 6×1, que compromete o convívio familiar e a saúde física e mental dos trabalhadores. “É preciso garantir tempo de descanso. Isso também é valorização”, afirmou Rudinei.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Adriano Filippetto, reforçou que a campanha salarial segue firme e que, diante da resistência patronal, os trabalhadores poderão ser convocados a decidir pela decretação de estado de greve. “Se não houver avanço na mesa, vamos intensificar a mobilização”, afirmou Filippetto.
A mobilização na GKN é parte de uma série de ações planejadas pelos metalúrgicos para pressionar o setor patronal a atender às reivindicações da categoria, que exige respeito, valorização e melhores condições de trabalho.













Luiza Helena Alves – Comunicação STIMEPA