Sindicato participa de mobilização contra a alta de taxa de juros

Ato chamado pelas centrais sindicais ocorreu em diversas capitais do país e, em Porto Alegre, terminou com uma caminhada até o Palácio Piratini, sede do governo estadual

Trabalhadores e estudantes, sindicatos e centrais sindicais, movimentos de moradia e por direitos sociais realizaram ato em frente à sede do Banco Central, em Porto Alegre, pela redução da taxa de juros, nesta terça-feira, 30 de julho. A mobilização se une ao movimento nacional contra os juros altos e em defesa de mais investimentos e empregos. A data coincide com a reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, que definirá a taxa de juros do país, a chamada Selic, que atualmente é de 10,5% ao ano.

O movimento sindical considera inaceitável e abusiva a taxa de juros. Hoje a taxa corresponde a segunda maior do mundo enquanto a inflação neste ano está em 2,48%. Nos últimos 12 meses fechou em 4,45%. O Copom alega a necessidade de manter a taxa elevada para controle da inflação, porém a prática só beneficia o mercado financeiro, o capital rentista e os mais ricos. A prática emperra o crescimento do país e prejudica, principalmente, a classe trabalhadora.

O diretor financeiro do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Marcelo Jurandir, ressaltou a importância da mobilização enquanto categoria de trabalhadores. “Nós aqui do Sindicato estamos acompanhando o ato organizado pelas Centrais Sindicais, a CUT, a CTB, porque a nossa categoria metalúrgica é uma das mais afetadas pela alta dos juros, que afeta diretamente também os investimentos por parte das empresas. Além disso, afeta muito o poder de compra dos trabalhadores”, explicou Marcelo.

Cenário desfavorável
De acordo com o Centro de Estudos do Financiamento das Empresas Brasileiras da Fipe com base nos saldos da dívida financeira das empresas brasileiras e as projeções da Selic e do dólar, o cenário mostra que, se a Selic fechasse o ano em 9% e o dólar a R$ 4,95, conforme as expectativas no mês de março, a dívida das empresas de R$ 5,864 trilhões, passaria para R$ 6,035 – um aumento de 3,25%. Na situação atual, a dívida pode fechar 2024 em R$ 6,159 trilhões, crescimento de 5%. Já um levantamento da Serasa apontou que cerca de 6,739 milhões de empresas estão inadimplentes – alta de 8% em comparação com janeiro de 2020. Já o número de pedidos de recuperação judicial teve um crescimento de 69,6% entre março e maio de 2024 quando comparado com o mesmo período do ano passado.

Compartilhar

Veja também

Lei Igualdade Salarial: empresas têm até 30 de agosto para preencher dados de 2023

Segundo relatório deve ser divulgado em setembro; entenda o papel dos sindicatos para apoiar o cumprimento da lei

13º salário para aposentados e pensionistas deve ser pago em agosto e novembro

Os repasses, estimados em R$ 62,7 bilhões, beneficiarão 32,5 milhões de pessoas

Reportagem do Brasil de Fato apura denúncia de trabalhadores sobre sobrecarga de trabalho em empresa de peças automotivas

Caso que está sendo acompanhando pelo STIMEPA teve repercussão no site. Depoimentos detalham ameaças e cargas exaustivas para obtenção de resultados em empresa de peças automotivas