De 10 a 12 de setembro, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) realizou, em São Paulo, o 6º Encontro do Coletivo LGBTQIA+ da Central, com o seminário “LGBTQIA+ no Mundo do Trabalho: Direitos Humanos para a Atuação Sindical”, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O evento reuniu representantes sindicais de todas as regiões do país para discutir diversidade, igualdade, democracia e os desafios da classe trabalhadora LGBTQIA+ no mundo do trabalho.

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre esteve presente por meio do diretor Hugo Barbosa, trabalhador da TMSA, representando a categoria metalúrgica gaúcha. Além dele, participaram representantes da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e dirigentes de sindicatos de todas as regiões do país.

Representatividade no local de trabalho
A participação do Sindicato dos Metalúrgicos reforça a importância de levar o debate sobre diversidade e direitos humanos também para dentro das fábricas e locais de trabalho, espaços em que, muitas vezes, o tema ainda enfrenta resistência e silenciamento.

“É comum que trabalhadores e trabalhadoras LGBTQIA+ tenham receio de se expor no ambiente de trabalho. O medo da discriminação e o não reconhecimento do nome social, por exemplo, ainda são realidades. Essa é uma pauta que precisa ser encarada de frente pelo movimento sindical, inclusive em nossa categoria”, destacou Hugo Barbosa.

Durante o seminário, foram debatidos temas como a ausência de cláusulas específicas sobre direitos LGBTQIA+ nas convenções coletivas, o uso de banheiros de acordo com a identidade de gênero, e a importância de políticas de acolhimento e sigilo nos sindicatos. A reflexão central foi de que a luta por igualdade de direitos passa também pela atuação sindical organizada e pela inclusão dessa pauta nas negociações trabalhistas.

Compromisso com a inclusão e o respeito
O evento foi marcado por mesas de debate que abordaram desde a trajetória histórica da luta LGBTQIA+ no sindicalismo brasileiro, passando pela discussão sobre direitos trabalhistas e antidiscriminação, até reflexões sobre interseccionalidade entre gênero, raça e classe social.

Para o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, participar desse espaço é fundamental para ampliar a visão sobre o mundo do trabalho e fortalecer a atuação sindical na defesa de todos e todas.
“Mesmo que esses problemas ainda não apareçam com força em nossa categoria, precisamos estar atentos. O papel do sindicato é garantir respeito e proteção a toda a classe trabalhadora, sem exceções. A diversidade precisa ser reconhecida e valorizada dentro do chão de fábrica e nas nossas pautas de luta”, reforçou Hugo.

O encontro foi avaliado pela CUT como um passo importante na construção de um sindicalismo plural, inclusivo e comprometido com os direitos humanos, reafirmando que a luta por igualdade e respeito também é uma luta de classe.
Fotos: Divulgação e CUT Brasil