NR-17 é direito dos trabalhadores

Mesmo que algumas empresas se neguem a garantir esse direito, o Sindicato deve ser avisado para tomar as devidas providências

Você já deve ter ouvido aquele comentário maldoso sobre o colega que reclama da cadeira, do posto de trabalho ou de ficar muito tempo em pé. Isso faz parte de uma cultura antiga, que normaliza o descumprimento das normas de segurança e tenta fazer o trabalhador acreditar que exigir melhores condições é “manha”. Mas a verdade é que, quando a empresa não investe em ergonomia, quem paga essa conta somos nós, com a nossa saúde. E saúde, quando se perde, não se recupera fácil.

A NR-17, que trata da ergonomia, existe justamente para evitar esse tipo de desgaste e adoecimento. Ela determina que o ambiente de trabalho seja ajustado às características dos trabalhadores, para prevenir lesões e proteger a saúde de quem produz. Mas, infelizmente, estamos recebendo denúncias de empresas de grande porte que estão descumprindo essa legislação. Um total absurdo, já que esse é o mínimo que qualquer trabalhador tem o direito de exigir.

Não é novidade que 41% dos acidentes de trabalho no Brasil estão ligados à ergonomia inadequada. E na metalurgia, menos da metade dos trabalhadores contam com equipamentos e mobiliário compatíveis com suas funções. Para piorar, 27,5% já precisaram se afastar por problemas de saúde causados pelo ambiente de trabalho.

Sem cadeiras ajustáveis, apoios para os pés, suportes para monitores e pausas organizadas durante a jornada, sobra para o trabalhador lidar com dores, lesões e afastamentos. A economia da empresa vira prejuízo para o trabalhador.

Mesmo que algumas empresas se neguem a garantir esse direito, o Sindicato deve ser avisado para tomar as devidas providências. Denuncie qualquer irregularidade. Não aceite menos do que o básico. Ergonomia é direito, saúde é prioridade, e a luta é de todos nós.

Compartilhar

Veja também

Câmara Municipal concede Diploma de Honra ao Mérito ao Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre

A honraria, proposta pelo vereador Engenheiro Comassetto (PT), é um reconhecimento pelo papel fundamental da entidade na luta dos trabalhadores

Seminário discute impactos do programa “Nova Indústria Brasil” na vida dos trabalhadores

As direções executivas dos sindicatos de metalúrgicos da região metropolitana de Porto Alegre e do Vale dos Sinos se reuniram na manhã desta segunda-feira (7), para debater as estratégias da mobilização para a campanha salarial 2025/2026. A reunião aconteceu na sede do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL). Nos próximos dias, cada entidade irá lançar a campanha salarial na sua respectiva base

Mulheres chefiam 50,8% dos lares, mas ganham menos e sofrem mais com desemprego

Boletim Especial do Dieese mostra que trabalhadoras nada têm a comemorar nesse 8 de março, Dia Internacional da Mulher. As mulheres também lideram a taxa de desemprego, desalento e subutilização...