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O impacto do fim da jornada 6 X 1 na vida das mulheres
Por Maria de Jesus Marques de Almeida*
28/11/2024


Reprodução redes sociais CNM/CUT


A jornada 6 X 1 é um regime que retira do trabalhador e da trabalhadora o direito de ter uma vida saudável e digna. O impacto dessa jornada é prejudicial principalmente para as mulheres: além da exaustiva carga horária, elas ainda assumem responsabilidades domésticas e o cuidado com os filhos, agravando ainda mais a sobrecarga. Após sair de uma jornada de 44 horas, as mulheres têm mais um período de trabalho em casa cuidando da família, da limpeza e abastecimento. Há uma invisibilidade naturalizada do trabalho doméstico em nossa sociedade

As multitarefas geram a médio prazo depressão e ansiedade. O trabalho invisível do cuidado da casa e familiar é uma realidade que precisa ser enfrentada.

Além disso, as mães solo, que representam uma parcela grande (segundo IBGE são cerca de 11 milhões de mães solo no país) das mulheres no Brasil, têm que trabalhar para garantir o sustento de seus filhos gerando pressão constante, impactando diretamente sua saúde física e mental, criando um grande desgaste emocional.

Se consideramos as questões de gênero e raça, a situação se agrava mais: mulheres negras que recebem os mais baixos salários, ficam mais horas no trabalho e sem apoio doméstico, enfrentam maior sobrecarga.

Portanto a PEC que coloca fim à jornada 6 x 1 não é apenas uma mudança de regime de trabalho. É uma oportunidade de diminuir uma estrutura de exploração e garantir que as mulheres possam buscar um pouco mais de qualidade de vida. As mulheres não estão só cansadas. Estão distantes da vida delas e de sua família.

Mas não é só isso. É necessário também:

  • Redução de jornada já;
  • Fim da diferença salarial entre homens e mulheres;
  • Combate à discriminação e à violência contra as mulheres;
  • Educação inclusiva e de qualidade;
  • Combate ao racismo;
  • Direito das mulheres LGBTQIA+.

Sim! Pacote completo!!

 

(*) Maria de Jesus Marques de Almeida é secretária de Mulheres da CNM/CUT

 
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