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Patronal quer parcelar o INPC. trabalhadores dizem não e intensificam mobilizações.
Proposta da metalurgia e de máquinas agrícolas é parcelar o INPC, sem aumento real
13/05/2022


STIMEPA
Proposta da metalurgia e de máquinas agrícolas é parcelar o INPC, sem aumento real


Centenas de metalúrgicos de todo o estado acompanharam o relato das mesas de negociação de Máquinas Agrícolas e Metalurgia da campanha salarial 2022/2023, através da live da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS), transmitida pela página no facebook da entidade. A proposta econômica das mesas de metalurgia e máquinas agrícolas foram apresentadas e repudiadas pelos participantes.

Com a inflação de 1,06%, a mais alta para abril desde 1996, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses e que baliza as negociações ficou em 12,47%. A proposta da metalurgia é conceder em maio, 7%; em outubro, 3% e dezembro, 2,47%, fechando o índice inflacionário sem aumento real. Já a proposta de máquina agrícolas não contempla o INPC, sendo concedido 8% em maio, 2% em outubro e 1,24% em janeiro de 2023.

Este ano, a FTM-RS e os sindicatos filiados estão pleiteando um aumento real de 2,5%, além do INPC, vale refeição e manutenção das cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Assista a live aqui.

“São propostas muito ruins que devem ser rechaçadas”, afirmou o presidente da FTM-RS, Lírio Segalla. Para ele, essa proposta é uma afronta aos trabalhadores. “Todos os anos, nesta época, os patrões estão em crise. A perda do nosso poder aquisitivo não é parcelada e além disso, queremos aumento real”, declarou.
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O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Horizontina, Jorge Ramos, abordou a realidade da produção nas fábricas gaúchas e afirmou que a crise existe para os trabalhadores. “Não tem crise do lado dos patrões, a produção está em alta e a maioria das empresas enfrenta dificuldades é para contratar mão de obra qualificada.”
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O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Venâncio Aires, Adolfo Celoni da Rosa, também reforçou que as empresas do setor vivem um bom momento. “A patronal não tem argumentos que justifique essa proposta ofensiva. Queremos a reposição das nossas perdas e aumento real o mais breve possível”, defendeu Adolfo.

Destacando a alta da inflação, a maior dos últimos 26 anos, o presidente do Sindicato de Máquinas Agrícolas de Carazinho, Luiz Sérgio Machado, enfatizou que a categoria está há um ano sofrendo perdas. “Conceder o INPC não é aumento, é apenas para repor o que perdemos no último ano. E hoje em dia, o alto custo de vida corrói o salário dos trabalhadores”, disse.

Mãe de família e metalúrgica, a diretora do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Taise Almeida, relatou as dificuldades que a maioria das famílias brasileiras enfrentam. “O alto custo de vida já nos obriga a abrir mão de muitas coisas e por isso, não abriremos mão da nossa reposição e de um aumento real. Queremos dignidade, é por isso que lutamos”, declarou ela.

A diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de Marau, Passo Fundo e Tapejara, Elisandra Antunes de Almeida lembrou que são os trabalhadores que sustentam as empresas e criticou as fábricas que praticam ações sociais, mas não valorizam os trabalhadores. “Muitas empresas tem um discurso, mas só desvalorizam quem produz e trabalha. O nosso piso salarial já é muito baixo e uma proposta dessas não valoriza os trabalhadores”, disse.

A mediação da live ficou por conta do tesoureiro da FTM-RS, Milton Viário, que antes de encerrar destacou que nos próximos dias, a mobilização da categoria será intensificada como forma de reagir à proposta da patronal. Antes de encerrar a atividade, Milton questionou “qual é o valor do trabalho?”.

Fonte: FTM-RS

 
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