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Governo recua e Senado conclui votação da nova Previdência Senadores aprovaram alteração proposta pelo PT, que garante aposentadoria especial por periculosidade; previsão de economia de R$ 800,3 bi 23/10/2019 Mesmo apontando para uma economia de R$ 800,3 bilhões em dez anos, o governo não conseguiu manter o texto da reforma da Previdência como queria durante sessão do Senado, nesta quarta-feira, 23. Na reta final da votação, os senadores aprovaram uma alteração proposta pelo PT que garante aposentadoria especial por periculosidade por 78 favoráveis, nenhum contrário e nenhuma abstenção. Com isso, a votação foi concluída e o texto segue para promulgação, o que deve acontecer em 10 dias. Na terça-feira, o texto principal da reforma foi aprovado em segundo turno por 60 votos a 19. De acordo com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, não há impacto fiscal com o destaque o PT e os R$ 800,3 bilhões estão garantidos. O custo que havia sido calculado com a alteração, de R$ 23,3 bilhões, está relacionado à judicialização do tema e não entrou na conta da redução dos gastos diretos com a reforma, argumentou. "Não há nenhuma redução da economia que foi proposta porque o que nós queríamos era evitar judicialização e esse custo (do destaque) não estava no nosso cálculo (de R$ 800 bilhões)", afirmou o secretário. Após uma série de tentativas de negociação, o governo concordou em apoiar o destaque e patrocinar um projeto de lei complementar para regulamentar a extensão da aposentadoria especial para categorias em atividades perigosas, como vigilantes armados. O relator da reforma no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), afirmou que o compromisso é aprovar o projeto "imediatamente". O trecho retirado da reforma proibia expressamente aposentadoria especial para atividades enquadradas por periculosidade. O argumento do governo é que esse direito já não era garantido na Constituição, mas a vedação seria necessária para resolver a judicialização em torno do tema. O secretário de Previdência afirmou que outras medidas contidas na mesma proposta de emenda à Constituição não foram incluídas no cálculo de R$ 800,3 bilhões, o que pode aumentar essa projeção. Um cálculo atualizado deve ser apresentado com a promulgação da medida. Ele ainda aposta em propostas paralelas, como a Medida Provisória Antifraude no INSS, para aumentar o ajuste para R$ 1 trilhão no período de uma década. Negociações O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também tentou manter o texto, citando um estudo da consultoria do Senado que apontava não haver retira de direitos com a aprovação da reforma sem alterações. Na esteira do acordo, a Rede Sustentabilidade retirou uma tentativa de aprovar um destaque que excluía a exigência de idade mínima para trabalhadores expostos a agentes nocivos. Essa modificação ameaçava uma economia de R$ 53,3 bilhões em dez anos. Fonte: Terra Veja também |