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Sobe número de trabalhadores que trocam de emprego para ganhar mais

De janeiro a junho, 25% dos empregados pediram demissão. Troca-troca entre empresas aumentou e há setores com vagas sobrando

03/08/2010


Os novos tempos no mercado de trabalho mostram que aquele hábito de passar anos em uma empresa ficou para trás. O novo profissional tem pressa, quer oportunidades melhores. Os números mostram isso: o troca-troca entre as empresas aumentou. Em alguns setores há vagas sobrando.

Assim o trabalhador tem a oportunidade de encontrar um emprego melhor ou ganhando mais. De janeiro a junho deste ano, 25% das pessoas que deixaram o trabalho, pediram demissão. Com o trabalhador trocando de emprego por decisão própria, diminuiu também o número de pedidos do seguro-desemprego.

"Procurando emprego na loja sempre consegue, seja para caixa, para vendedor", sugere a vendedora Priscila Almeida.

De acordo com o Ministério do Trabalho, há mais vagas que candidatos em alguns setores. Sendo assim, muita gente agora se dá ao luxo de escolher.

De janeiro a junho deste ano, 25% das pessoas que deixaram os empregos saíram por livre e espontânea vontade: pediram demissão. A vendedora Graciela Pessoa foi atrás de um salário melhor: "Está ótimo, bem melhor agora".

Que tal ganhar mais e ainda fazer o que gosta? A vendedora Hilda Silva deixou o balcão de uma padaria para se tornar vendedora de loja: "Foi uma mudança radical".

Não é muita coragem pedir demissão e sair sem nenhuma garantia? Os pedidos de seguro-desemprego caíram 10% em relação ao mesmo período do ano passado.

"A pessoa que pede demissão tem algo melhor em vista, senão não pediria, ainda mais sabendo que não tem direito a sacar o FGTS, que não tem direito ao seguro-desemprego", explica o diretor do departamento de emprego e salário do Ministério do Trabalho Rodolfo Torelly.

Mas o momento também é de alta rotatividade. Em uma loja é assim: um entra e sai daqueles. "Em um mês já saíram duas pessoas", contabiliza uma empresária.

Por isso mesmo, o professor de administração da UnB, Jorge Pinho, aconselha: nada de euforia. Os recém-chegados estão sempre na mira em caso de crise porque têm direito a uma rescisão menor se a empresa precisar demitir.

"O empregado que estava em uma empresa há algum tempo não será o primeiro da lista a ser mandado embora, portanto, se ele mudar para uma nova empresa, passa a ser dos primeiros da lista a ser mandado embora. Um pouquinho de cautela é bom", aconselha o professor de administração da UnB Jorge Pinho.

A relações públicas Ygna Victory arriscou, mudou de trabalho para ganhar o dobro. Mas só aceitou a proposta depois de fazer as contas: "Tem que pensar realmente se é uma empresa séria, sólida e segura que está indo porque a qualquer momento você pode ficar desempregada também e você não ter mais uma nem outra".

No primeiro semestre deste ano, 3,6 milhões de trabalhadores receberam o seguro-desemprego. No mesmo período do ano passado, o benefício foi pago a quatro milhões de trabalhadores. Mesmo quem é demitido, muitas vezes não pede o seguro, porque logo consegue outro emprego. É outro dado bom dessa rotatividade no mercado de trabalho.

 
 
 
 
 
 
 
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